Boa imagem para manter os negócios vivos: veja dicas para sua empresa

Especialista explica como as boas relações com clientes e colaboradores faz a diferença para a empresa quer mercado

  • Foto do(a) author(a) Carmen Vasconcelos
  • Carmen Vasconcelos

Publicado em 7 de dezembro de 2020 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Shutterstock/reprodução

Quem é?  Erica Castelo CEO da The Soul Factor, empresa de Executive Search exclusiva, sediada nos Estados Unidos e alcance e atuação global, Erica Castelo é especializada em encontrar talentos para organizações multinacionais.Graduada em Design Thinking pela Stanford University Graduate School of Business (EUA), possui MBA em Marketing pela ESPM e certificação de coach pela Coach U University (USA).  Mais informações: https://www.thesoulfactor.com LinkedIn: https://www.linkedin.com/in/ericazc/ Erica Castelo defende que a missão e os valores saiam das paredes dos escritórios e ganhem a prática no cotidiano de colaboradores e clientes (FotoDivulgação) Tratar bem os clientes e colaboradores e reconhecer um ambiente onde as pessoas são o centro, isso sim faz a diferença pra marca empregadora e para qualquer empresa que queira se manter viva no mercado hoje em dia, especialmente nesse momento em que o perfil de consumo mudou e os clientes estão cada vez mais exigentes com o propósito dos negócios. A CEO da The Soul Factor, empresa de Executive Search exclusiva, sediada nos Estados Unidos e alcance e atuação global, especializada em encontrar talentos para organizações multinacionais, Erica Castelo fala sobre os caminhos para construir uma boa imagem da empresa e negócio para o público e colaboradores.  

Como as organizações podem trabalhar suas marcas para se tornarem atraentes no mercado de trabalho?

EC:É importante saber que as empresas precisam primeiro genuinamente se preocupar em serem boas empregadoras para depois promoverem o que elas estão fazendo de “dentro para fora”. Quando eu menciono que as empresas também precisam estar atentas também às ações não intencionais, quero dizer que, por mais que estrategicamente promovam seu ambiente de trabalho nas mídias sociais, por exemplo, a sua reputação pode ser afetada por ações que fogem de seu controle direto. Essas ações podem ser positivas, como por exemplo, quando os colaboradores dividem a satisfação com um novo benefício que a empresa ofereceu nesse momento de pandemia nas redes sociais, entre amigos ou família. Porém, como sempre comento com meus clientes, igualmente impactante pode ser o efeito negativo de candidatos que não tiveram retorno sobre sua participação em um processo seletivo da empresa – um caso comum que muitas empresas negligenciam. Para ser uma boa empregadora, é preciso que a empresa (RH e líderes de negócio) reflita sobre como está tratando todas as pessoas que interagem com ela – contratadas ou não. Toda essa jornada isso precisa de atenção, desde o recrutamento até o dia-a-dia de trabalho. Existem perguntas que podem ajudar a pensar se essa experiência está sendo cuidada de ponta a ponta. Exemplos: o quanto seu processo seletivo é respeitoso e inclusivo? Os colaboradores se sentem confortáveis e valorizados no ambiente de trabalho? As políticas de salários e benefícios colaboram para motivar e ajudar os funcionários a equilibrarem melhor suas vidas pessoais e profissionais? As pessoas que trabalham lá dentro conseguem visualizar possíveis próximos passos e como podem contribuir ainda mais dentro da empresa? Em paralelo a esse trabalho de criar um ambiente interno saudável e motivante, as empresas também podem desenvolver campanhas ativas de employer branding. Existem várias estratégias; dentre elas, por exemplo, dividir nas mídias sociais curiosidades sobre o dia-a-dia do trabalho ou aquelas reuniões de time cheias de energia produtiva. Vale também construir páginas de carreira onde os candidatos entendam melhor como é trabalhar na empresa, dando voz aos colaboradores (por meio de vídeos, testemunhos, posts), onde eles podem dividir as experiências únicas que estão vivenciando. Quando essa pandemia passar, também acho válido proporcionar “careerdays” no escritório, onde os candidatos podem conhecer um pouco mais sobre o ambiente da empresa. Até mesmo as ações de imagem de marca realizadas pelo Marketing contam; cada vez mais, os candidatos querem trabalhar para marcas fortes e que também tratam bem de seus consumidores. As possibilidades são infinitas e estão ficando cada vez mais criativas. Vejo empresas inclusive escolhendo alguns de seus funcionários como “embaixadores”, orientando e sugerindo maneiras para que eles divulguem mais sobre os projetos da empresa, tomando um protagonismo cada vez mais visível...isso é muito eficaz porque traz um caráter muito humanizado e fora da velha tática onde missão e valores ficam apenas nas paredes do escritório mas não aparecem na prática.

Quais as vantagens de trabalhar o employer branding de uma organização?

EC:Fica fácil de entender os benefícios do employer branding se pensarmos em companhias que têm uma boa reputação. No momento da atração de talentos, essas empresas atraem muito mais aplicantes quando abrem suas vagas, e tem mais propostas de trabalho aceitas pelos talentos que querem contratar. Em meu trabalho entrevistando altos executivos, percebo rapidamente o efeito de uma boa marca empregadora no momento em que revelo a um candidato o nome da empresa contratante – normalmente, a reação positiva vem não somente da admiração pela trajetória de sucesso de seus negócios, mas também do que ouvem falar positivamente sobre o ambiente de trabalho e foco nas pessoas, em suas expectativas e bem estar. Falando sobre colaboradores que já estão na empresa, as práticas de employer branding melhoram a retenção de talentos, ao proporcionar ambientes mais saudáveis e onde as pessoas sintam que possam mostrar todo o seu potencial de contribuição e aprendizado. O employer branding não pode ser visto como um conjunto de ações pontuais, mas como uma estratégia planejada e frequente, com envolvimento de todos (Foto: Divulgação) Que aspectos devem ser evitados na hora de trabalhar o employer branding?  EC: Acredito que o grande erro seja ignorar ou subestimar o fator “incontrolável” das ações de marca empregadora. Não existem esconderijos: uma empresa que trata mau seus colaboradores, oferece uma experiência ruim aos candidatos, será rapidamente notícia negativa – nas mídias sociais ou no boca-a-boca entre as pessoas, espantando gente boa rapidamente.

Que fatores são os mais determinantes para um employer branding eficaz? EC: Para ser eficaz, o employer branding não pode ser visto como um conjunto de ações pontuais, mas como uma estratégia planejada e frequente, com envolvimento de todos, desde o RH até as lideranças do negócio, colaboradores e clientes. Hoje em dia, está tudo integrado. Já se foram os dias em que palavras bonitas pintadas na parede dos escritórios ou mesas de ping pong significavam alguma coisa relevante. Se não houver um interesse genuíno nas pessoas, não haverá resultado. Tratar bem os clientes e colaboradores, e reconhecer um ambiente onde as pessoas são o centro, isso sim faz a diferença pra marca empregadora e para qualquer empresa que queira se manter viva no mercado hoje em dia.