Bolsa de Valores de Toronto, na Bahia

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  • Eduardo Athayde

Publicado em 25 de agosto de 2020 às 04:55

- Atualizado há um ano

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Sediada no coração financeiro da cidade, a Toronto Stock Exchange - TSX (Bolsa de Valores de Toronto) é a maior bolsa de valores do Canadá, segunda maior do continente americano depois do New York Stock Exchange, e sexta maior do mundo. Gerida pelo TMX Group Limited, uma empresa canadense de serviços financeiros que opera bolsas de valores, renda fixa, derivativos e mercados de energia, a TSX movimenta anualmente 1,62 trilhão de dólares. A B3, Bolsa de Valores do Brasil, localizada em São Paulo, movimentou 1,13 trilhão de dólares em 2019.

O Grupo TMX vem prospectando negócios no Brasil, especialmente no setor mineral e de energias limpas, intimamente conectados, devido ao intenso uso de minerais na cadeia produtiva das energias renováveis, já firmou acordo de cooperação com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e vem negociando com a Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), bem avaliada pelo amplo portfólio de pesquisas e por já ter adotado os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Agenda 2030, seguindo critérios ESG (Environment, Social and Governance) exigidos pelo mercado global.

“O objetivo destas reuniões no Brasil, e especificamente na Bahia, é mostrar os benefícios oferecidos pelo nosso ecossistema de bolsas", disse Guillaume Légaré, diretor da TMX para América do Sul, em reunião com a direção da CBPM, estimulando a abertura do capital da estatal na bolsa canadense para atrair investimentos e gerar novas rendas e postos de trabalhos no setor mineral baiano, considerado o mais diverso das Américas.

De acordo com um novo relatório do Banco Mundial “Minerais para Mudanças Climáticas: A Intensidade Mineral da Transição de Energia Limpa” [bit.do/WB-Mine-Energy], a produção de minerais, como grafite, lítio e cobalto pode aumentar em quase 500% até 2050 para atender à demanda crescente por tecnologias limpas. O relatório estima que mais de 3 bilhões de toneladas de minerais e metais serão necessários para desenvolver tecnologias de energia mais limpas e implantar energia eólica e solar.

Operando em mercados globais, o Grupo TMX constrói comunidades digitais e soluções analíticas para facilitar o financiamento e crescimento de empresas e investidores. A extração sustentável e o processamento de minerais e metais para garantir o fornecimento de tecnologias de energia limpa precisam equilibrar toda a cadeia de valor aos critérios ESG, exigidos pelos investidores nos processos de análise e tomada de decisão. O financiamento sustentável emerge como novo padrão para as empresas de mineração acessarem capitais, de acordo com dados da S&P Global Market Intelligence.  

Exemplos de pressão na demanda, guindada por projetos de infraestrutura e veículos elétricos, e a quantidade de alumínio, cobre, prata, zinco e terras raras, necessários na transição para a energia renovável, revelam as tendências disruptivas na era da “eco-nomia digital” - pós covid-19 - que virtualizou o modus operandi do planeta. A Tesla, que produz carros elétricos, é um bom exemplo, tornou-se a montadora com maior valor de mercado do mundo, valendo três vezes mais do que as duas tradicionais americanas, Ford e General Motors, juntas.  

O Brasil, rico em metais básicos e preciosos, com algumas das maiores reservas de metais essenciais necessários para a revolução da energia limpa, vai precisar alinhar-se aos rígidos critérios de compliances da sustentabilidade, incluindo internet das coisas, contratos em blockchain e indicadores com algorítmos de inteligência artificial, hoje exigidos pelo mercado global para toda cadeia de valor de produtos e serviços de alta performance e baixo carbono, negociados em bolsas.

Eduardo Athayde é diretor do WWI Brasil - [email protected]