Bolsonaro elogia caminhoneiros, mas alerta para risco de desabastecimento

Presidente diz que categoria fez "uma coisa fantástica ao ajudar nesse movimento", mas repete que não vai sair das 4 linhas da Constituição

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  • Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2021 às 21:46

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação/SSP

O presidente Jair Bolsonaro afirmou na noite desta quinta-feira (9), que, se o movimento dos caminhoneiros não acabar até este domingo (12), o País terá problema de abastecimento.

Na transmissão semanal ao vivo nas redes sociais, Bolsonaro disse que a categoria fez "uma coisa fantástica ao ajudar nesse movimento". O presidente disse também que não influenciará na "vida" dos caminhoneiros por ser um chefe de Estado.

"Falaram que iriam manter o movimento até domingo, é um direito deles, que vão suspender depois de domingo, eu não influencio nessa área", afirmou. O presidente declarou também que os caminhoneiros realizaram os protestos por livre e espontânea vontade e gastando dinheiro do próprio bolso. "Deram um recado para todos nós, de todos os Poderes, que estamos aqui em Brasília, que nós devemos respeitar a Constituição", disse.

Mais cedo, após reunião com Bolsonaro e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, caminhoneiros indicaram que devem continuar mobilizados até serem recebidos pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG). Pacheco é pressionado pro caminhoneiros bolsonaristas a avaliar pedido de abertura de processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Presidente falou em sua live semanal nesta quinta-feira (9) (foto: reprodução) Presidente reitera que não vai sair das 4 linhas da Constituição Apesar da pressão de seus apoiadores e das ameaças feitas ao Supremo Tribunal Federal (STF) nos atos de 7 de Setembro, o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que não vai sair das quatro linhas da Constituição.

"Muitos que participam querem uma reação imediata, em especial do presidente. 'Ah, eu autorizo'. Eu não vou sair das quatro linhas. Nós, cada vez mais, vamos dizer a alguns: você tem que jogar dentro das quatro linhas, também", declarou Bolsonaro em transmissão ao vivo nas redes sociais. "Ninguém pediu fechamento de nada. Tem dispositivo na Constituição que eu sou contra, mas respeito", acrescentou.

Bolsonaro ainda negou que lidere atos democráticos e minimizou o levantamento de cartazes, nas manifestações bolsonaristas, pedindo a decretação do AI-5, o ato institucional mais severo da ditadura militar. "Não existe mais ato institucional", disse.

Segundo o chefe do Planalto, as manifestações de 7 de Setembro o ajudaram a desfazer, no exterior, a imagem de que ele é o "carrasco da democracia". No entanto, a imprensa internacional repercutiu os discursos de tom antidemocrático do presidente, como as ameaças ao STF e a possibilidade de descumprir decisões judiciais.

Em linha com queixas de manifestantes, Bolsonaro disse que quer "ter a certeza" de que não seria acordado com a Polícia Federal na sua casa por crimes relacionados à divulgação de fake news.

Para ele, os partidos que entraram no STF contra a Medida Provisória que dificulta a remoção de notícias falsas das redes sociais - PSB, PT, PSDB e Solidariedade - querem censura.