Brumadinho mostra que pouco se aprendeu com Mariana, dizem entidades médicas

Reuniões técnicas na agência estão ocorrendo neste sábado

Publicado em 26 de janeiro de 2019 às 12:58

- Atualizado há um ano

. Crédito: (Foto: Douglas Magno/AFP)

A Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT) e a Associação Mineira de Medicina do Trabalho (AMIMT) manifestam pesar pelos trabalhadores e trabalhadoras vitimados na tragédia de Brumadinho (MG), onde uma barragem da mineradora Vale rompeu-se na tarde desta sexta-feira (25).

"Uma tragédia das proporções da que ocorreu em Brumadinho mostra que pouco se aprendeu com o desastre de Mariana (MG), em 2015, pela qual a mesma Vale ainda responde na Justiça. Esperamos que o poder público apure com rigor o ocorrido e puna de forma exemplar os envolvidos", afirma a associação em nota.

Entre as vítimas, está Marcelle Porto Cangassu. Ela estava trabalhando no momento em que a barragem se rompeu. "Jovem, Marcelle obteve seu título de especialista em Medicina do Trabalho em 2015 e se dedicava à carreira na Vale", informa.

"A ANAMT e sua federada em Minas Gerais, a AMIMT, lamentam a perda da colega em situação tão trágica. Apresentamos nossas condolências à família e reforçamos nosso pedido de rigor na investigação desta tragédia e punição exemplar dos envolvidos". 

Três Marias Técnicos da Agência Nacional de Águas (Ana) avaliam agora que é "pequena" a possibilidade dos rejeitos da barragem rompida em Brumadinho (MG) alcançarem a Represa de Três Marias no Rio São Francisco. Até ontem, a avaliação era de que a lama que invadiu o Rio Paraopebas seria amortecida pela Barragem da Hidrelétrica Retiro Baixo podendo avançar pelo curso do rio e chegar a Três Marias. 

Conforme o Estado apurou, a avaliação de hoje dos técnicos da agência é que essa possibilidade é pequena por causa da alta densidade da lama. Reuniões técnicas na agência estão ocorrendo neste sábado. 

Desde ontem à noite, a operação de Retiro Baixo foi paralisada para evitar possíveis danos às turbinas da hidrelétrica. O prazo de chegada do rejeito até a estrutura também foi recalculado de dois para até 4 dias.