Caminhada alerta para preservação de rio que fornece 40% da água consumida em Salvador

Participantes finalizaram a ação com a plantação de 50 mudas de árvores nativas no entorno do Rio Ipitanga

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  • Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2022 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Marina Silva/ CORREIO

Para garantir a proteção do rio que fornece 40% da água consumida em Salvador, estudantes, ativistas ambientais e moradores do bairro de Cajazeiras foram às ruas pela defesa do Rio Ipitanga, nesta quarta-feira (8), na Caminhada Ecológica promovida pela Organização Ambiental e Cultural de Cajazeiras (Cajaverde) e pela APA Joanes-Ipitanga. 

“Eu cresci à beira do rio, então conheço a importância que ele tem para mim e para todos. Aqui na escola a gente já faz projetos de plantar árvores e outras maneiras de preservação, então para mim é uma honra poder participar da caminhada em defesa do Ipitanga”, disse a estudante do Colégio Estadual Edvaldo Brandão, Renata Bergonzi, de 16 anos.

No percurso de aproximadamente 1,5 km, entre a sede da Cajaverde e a beira do Rio Ipitanga, a manifestação recebeu o apoio de comerciantes e transeuntes, que faziam questão de saudar a marcha. Todos os anos, a organização promove a caminhada para conscientizar os moradores do bairro sobre a necessidade de preservar a natureza e do consumo responsável de água doce.

“A gente quer deixar esse alerta para Cajazeiras e para toda Salvador, para que os jovens que estão chegando agora estejam conscientes da necessidade de preservar a nossa área geográfica, não só agora que acabamos de sair da semana do meio ambiente, mas durante todo ano. Precisamos sacudir a pauta da preservação”, afirmou o presidente da Cajaverde, Kilson Melo.  Foram plantadas 50 mudas de árvores (Foto: Marina Silva/ CORREIO) Além de conscientizar a população, o dirigente lembra que o objetivo da caminhada também é chamar a atenção do poder público para o avanço urbano que tem rodeado o entorno do rio e reduzido as passagens de acesso a ele, assim como para a necessidade da construção do Parque Ecológico de Cajazeiras na bacia do Ipitanga, uma antiga reivindicação dos moradores. 

“Os empreendimentos que vêm sendo construídos aqui formam paredões que estão fechando tudo. Muitos empresários estão loteando os locais próximos ao rio. A construção do parque, além de garantir a preservação do Ipitanga, promoveria um espaço de lazer para a comunidade”, explica Kilson. 

Entidade criada para a defesa desses rios, a Área de Proteção Ambiental (Apa) Joanes-Ipitanga trabalha ao lado da Cajaverde para garantir a proteção do local, mas, para Kilson, ela não tem condições de assegurar a preservação das águas, pois é muito extensa e passa por 40 municípios. 

“As atividades econômicas que temos na área, a ocupação irregular ou mesmo as regulares trazem um contingente populacional maior para a região, o que dificulta o trabalho de preservação. Por isso, nós, em parceria com a Cajaverde e outras entidades governamentais, incluímos a realização de ações direcionadas à população para reforçar a preservação da água do rio”, destacou o diretor da Apa Joanes-Ipitanga, Geneci Braz.

Entre essas ações está o plantio de 50 mudas de árvores nativas - incluindo o Ipê Roxo, Ipê Rosa e o Pau Brasil - próximo ao Rio Ipitanga, realizado no final da caminhada. “Isso é uma devolutiva, é para a gente retribuir um pouco o que as águas nos dá, devolvendo vida para a região”, finalizou Kilson. 

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo