Capitão Adriano: autópsia da polícia do Rio confirma laudo do IML baiano

Miliciano foi morto em fevereiro deste ano, no município de Esplanada

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  • Da Redação

Publicado em 19 de abril de 2020 às 10:45

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução e Marina Silva/Arquivo CORREIO

Uma segunda autópsia realizada no corpo do miliciano Adriano da Nóbrega, o capitão Adriano, pela Polícia Civil do Rio de Janeiro confirmou as informações do primeiro laudo, realizado pela Polícia Civil da Bahia. A informação foi divulgada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, neste domingo (19). 

Segundo o exame, Adriano foi atingido por dois disparos: um na região entre o pescoço e a clavícula, o outro, no peito.  A causa da morte foi anemia aguda. Ainda de acordo com a polícia, "os trajetos dos disparos foram identificados da mesma forma, assim como as fraturas nas costelas, todas causadas pela passagem das balas".

A morte do miliciano foi questionada por Flávio Bolsonaro, nas redes sociais. "Perícia da Bahia (governo PT) diz não ser possível afirmar se Adriano foi torturado. Foram 7 costelas quebradas, coronhada na cabeça, queimadura com ferro quente no peito, dois tiros a queima-roupa (um na garganta de baixo p/cima e outro no tórax, que perfurou coração e pulmões)".

Morte Capitão Adriano foi morto em fevereiro deste ano, na cidade de Esplanada, no interior da Bahia, durante um confronto com a polícia, segundo informações da Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP).

Ex-PM do Batalhão de Operações Especiais (Bope) do Rio, ele era suspeito de chefiar a milícia Escritório do Crime, investigada pela execução da vereadora Marielle Franco (PSOL), em 2018. O ex-policial militar teve a mãe e uma ex-mulher empregadas no gabinete de deputado estadual do atual senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), filho mais velho do presidente da República, Jair Bolsonaro. Elas aparecem na investigação sobre apropriação de salários de funcionários no antigo gabinete do senador.

O presidente já se referiu ao "capitão Adriano" como "herói". O clã Bolsonaro cobrou investigação independente do caso e lançou suspeitas de que ele tenha sido torturado e morto como "queima de arquivo".

Familiares do ex-PM e a então companheira, Julia Lotufo, ainda guardam discrição e memórias do ex-PM e não se pronunciaram sobre o caso. Dias antes da morte na Bahia, tanto capitão Adriano quanto Julia disseram que ele temia ser assassinado em vez de preso, de acordo com o advogado. "Com as repercussões sobre os arquivos que ele poderia revelar, a família fica um pouco receosa, mas não estão sob proteção", diz Catta Preta.