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Miro Palma
Publicado em 20 de setembro de 2019 às 05:00
- Atualizado há um ano
Está cada vez mais difícil entender as estratégias escolhidas pelo Vitória para o Campeonato Brasileiro da Série B. E a demissão prematura do técnico Carlos Amadeu, anteontem, tornou tudo ainda mais incompreensível. Se está confuso pra quem está vendo de fora, do lado de dentro a coisa não anda muito melhor. Ainda no dia da última partida do rubro-negro, após a derrota por 2x0 contra o São Bento, começou a circular pela imprensa a notícia de que o clube já havia decidido pela demissão de Amadeu. Contatada, a assessoria do Vitória negou a informação para um veículo de imprensa, garantindo que eram notícias falsas, boatos. Não precisou nem de 24 horas para que o clube pagasse a língua e divulgasse, primeiramente através do Twitter do presidente Paulo Carneiro, o fim do vínculo com o treinador.
Com apenas nove jogos, Amadeu teve o melhor aproveitamento entre os quatro técnicos que se revezaram somente este ano no Vitória. Foram três triunfos, quatro empates e duas derrotas, o que dá um aproveitamento de 48%. Antes dele, Marcelo Chamusca saiu com 38%, Claudio Tencati alcançou apenas 24% e Osmar Loss ficou com 26%. Anunciado ontem, o técnico Geninho assume o cargo em sua quinta passagem pelo clube baiano. Antes, Geninho estava no Avaí. Apesar de ter conquistado com time catarinense o acesso à Série A, no ano passado, e o Campeonato Catarinense, esse ano, Geninho saiu de lá em junho após uma campanha ruim no Brasileirão. Em nove jogos, foram cinco derrotas, quatro empates e a lanterninha da competição.
Se ele vai ter tranquilidade e respaldo para fazer alguma mudança considerável no Vitória, só o tempo vai dizer. E se tratando da gestão atual, esse tempo anda cada vez mais curto. Menos de uma dezena de partidas não é o suficiente para avaliar o trabalho de quem quer que seja. Ainda assim, fazendo um esforço para analisar o período meteórico de Amadeu no clube, podemos dizer que o time teve uma nítida evolução. E foi na defesa que esse fato ficou mais claro. As duas vitórias nas duas primeiras partidas mostraram isso aos torcedores. Os quatro empates seguidos e as duas derrotas sequentes colocaram em cheque o rodízio que o comandante promoveu na escalação das últimas partidas. Ainda assim, não dá pra colocar a culpa dos resultados somente nas costas do treinador.
Essa é uma saída muito comum no futebol brasileiro, especialmente quando a coisa não anda bem em outros setores do clube. A demissão do técnico, nesses casos, não passa de uma cortina de fumaça para ludibriar o torcedor. No caso do Vitória, a demissão de quatro profissionais em nove meses só comprova essa afirmação. O time acumula gestões catastróficas que são as principais responsáveis pela crise que se abateu em seu futebol. E nas arquibancadas, os torcedores já não aguentam mais tantas decepções.
Ivã de Almeida renunciou, Ricardo David também. Com Paulo Carneiro, a dúvida não é somente se ele vai resistir ao final de seu mandato, mas se o time também irá resistir à ele. Apesar de muito crítico aos seus antecessores, o atual presidente, apesar de pegar o bonde andando, está seguindo o mesmo caminho com uma gestão que deixa e muito a desejar. Só que, diferente dos outros dois, ele encara um cenário muito pior: a proximidade da Série C.
Miro Palma é subeditor de Esporte e escreve às sextas-feiras