Carreata de PMs grevistas trava a Paralela; engarrafamento chega a 9 km

Previsão da Transalvador é que grupo só retorne para a Adelba às 20h30

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  • Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2019 às 19:16

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

A carreata comandada por policiais militares que apoiam a greve sugerida pelo deputado estadual Marco Prisco gerou um grande engarrafamento no trânsito de Salvador. No início da noite desta segunda-feira (14), eles passaram pela Avenida Paralela, sentido Rodoviária, travando o trânsito na região.

De acordo com informações da Superintendência de Trânsito do Salvador, o grupo ficou parado próximo ao viaduto que dá acesso ao bairro de Narandiba e ali o engarrafamento chegou a 7 Km de extensão. Às 19h, o grupo passava próximo à entrada do Centro Administrativo da Bahia (CAB), na Av. Paralela, onde foi registrado um congestionamento de mais de 9 Km, conforme dados de usuários do aplicativo Waze.

Ao CORREIO, a Aspra informou que a carreata foi encerrada às 20h30 e que os manifestantes dirigiram-se para a sede da associação a fim de deliberar o rumo do movimento.

Mais cedo, cerca de 400 pessoas se reuniram na sede da Adelba, no bairro de Patamares, para realizar a carreata. De acordo com o deputado Prisco, líder da manifestação, a ideia é mostrar força e o número de policiais que aderiram ao movimento.

“Vamos para a rua pedir o apoio da população. É a nossa ideia. Então, será uma manifestação pacífica, tranquila”, disse Prisco, enquanto os policiais gritavam palavras como "a PM parou".

O grupo conta com policiais ativos, inativos e familiares, passou em frente à Governadoria e à Assembleia Legislativa da Bahia. Alguns carros estão pichados com dizeres como "negocia, Rui", em alusão a uma suposta falta de diálogo com o governador Rui Costa (PT).

Em reunião na sede do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), o secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Maurício Barbosa, comentou que o governo não pode aceitar que a população venha sendo vítima de ameaças e de informações falsas através de áudios de WhatsApp. Segundo ele, a pasta está investigando tudo, desde a questão dos incidentes em ônibus, agências bancárias e elevação dos índices de morte. 

Barbosa disse ainda que o governo está aberto a conversar com qualquer pessoa. “Temos mais de 12 associações policiais. Se cada uma sair na defesa do que acredita, promovendo isso aí, acaba-se com o estado de direito. Nós queremos saber o que é possível fazer e o que não é, buscando trazer a saúde financeira do estado”, concluiu.

Reivindicações

Dentre os pedidos da categoria grevista estão melhorias do Planserv, que é o sistema de assistência à saúde dos servidores do estado; o cumprimento do acordo de 2014; solução para os problemas do novo sistema terceirizado de Recursos Humanos (RH Bahia); a reforma do estatuto e do código de ética; o pagamento do adicional de periculosidade; auxílio alimentação; reajuste das Condições Especiais de Trabalho (CET).

Os policiais e bombeiros querem ainda a criação de plano de carreira; o cumprimento de ordens judiciais que já têm sentenças favoráveis; isenção de ICMS para aquisição de arma de fogo de uso pessoal. Após carreata, PMs voltarão à Adelba (Foto: Hilza Cordeiro/CORREIO) Pedido Negado

Foi negado o pedido do Ministério Público Estadual (MPE) que solicitava o bloqueio de contas e a suspensão das atividades da Aspra e de suas 19 sedes no interior do estado. A solicitação pedia ainda o desarquivamento dos autos das mobilizações de PMs e Bombeiros Militares de 2012.

A decisão foi proferida pela juíza Maria de Lourdes Araújo, titular da 6ª Vara das Relações de Consumo. “Deixo de deliberar a respeito dos requerimentos formulados pelo MPE por entender que, na presente ação, finda em sentença transitada em julgado não mais existe matéria sub judice a justificar a apreciação em seu bojo de tais postulações”, diz a decisão. 

Coordenador geral da Aspra, Prisco criticou a solicitação do MPE e elogiou o veredicto da juíza. “Para quem tanto acusava o Governo Federal de ditatorial, trata-se de ato antidemocrático. Em pleno século 21, fechar uma entidade de classe vai contra todos os preceitos constitucionais. Vale salientar que o pedido do MPE foi protocolado no último dia 11, quando o próprio Ministério Público convidou nossos diretores para uma suposta negociação”, disse. Carros seguiram rumo ao CAB (Foto: Hilza Cordeiro/CORREIO)