Caso Atakarejo: 8º suspeito de envolvimento na morte de tio e sobrinho é preso

O novo detido tem passagem por tráfico de drogas e se entregou à polícia

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  • Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2021 às 13:58

- Atualizado há um ano

. Crédito: Reprodução

Mais um suspeito de envolvimento na morte de Bruno e Yan Barros da Silva foi preso na terça-feira (11), ao se apresentar com o advogado no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Com isso, oito acusados de participação no crime foram presos. Bruno e Yan, que eram tio e sobrinho, foram entregues por seguranças do Atakarejo de Amaralina a traficantes da área depois de serem pegos furtando carne no estabelecimento. Os corpos foram achados na Polêmica, em Brotas.

De acordo com a titular da 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico), delegada Zaira Pimentel, o homem preso na terça já tem passagem por tráfico de drogas. Ele está à disposição da Justiça e deve ser encaminhado ao sistema prisional. 

“Até o momento, três seguranças e cinco traficantes suspeitos de envolvimento no duplo homicídio foram presos e mandados de busca e apreensão cumpridos”, diz a delegeada, que preside o inquérito.

Celulares corporativos entregues à polícia Os celulares corporativos dos funcionários do Atakarejo suspeitos de envolvimento no assassinato de um tio e sobrinho foram entregues à polícia nesta quarta-feira (12). O anúncio foi feito pela empresa em nota enviada à imprensa.

De acordo com o documento ao qual o CORREIO teve acesso, que registra a entrega dos aparelhos no DHPP, foram três celulares, sendo dois deles com tela danificada. Os celulares eram utilizados por Cláudio Reis Novais, que é segurança do supermercado, Agnaldo Santos Assis, que é gerente de segurança do supermercado, e Aline Sampaio Santos, que é gerente de operações. 

O mercado também informou que todas as imagens do circuito interno foram disponibilizadas às autoridades que investigam o caso (confira ao final a nota do supermercado na íntegra).

Depoimento de testemunhas

Nesta quarta (12), testemunhas do caso foram ouvidas no DHPP pela delegada Zaira Pimentel, responsável pelas investigações. De acordo com informações da TV Bahia, ao todo, sete pessoas eram esperadas para prestar depoimentos, entre elas os seguranças do supermercado e testemunhas.

Acompanhadas de advogados, as testemunhas chegaram à sede do DHPP ainda pela manhã e só deixaram o local à noite. Nenhum deles quis conversar com a imprensa. A delegada Zaira Pimentel também preferiu não dar informações sobre os depoimentos. 

 Envolvidos Apesar do sigilo, o CORREIO conseguiu os nomes dos sete presos até agora acusados de participação nas mortes de tio e sobrinho.  As informações foram passadas por fontes da SSP. 

Entre os presos está o gerente da segurança do supermercado, Agnaldo Santos de Assis, e os seguranças Cláudio Reis Novaes e Luís Eduardo Cardoso dos Santos.

Além deles, quatro traficantes também foram surpreendidos na operação. São eles: David de Oliveira Santos, Luís Carlos Pereira Portugal, Victor Juan Caetano Almeida e Douglas dos Prazeres de Oliveira Santos, o DG, um dos gerentes do tráfico do Boqueirão.

Entre os presos, DG é considerado o mais perigoso devido à função que ocupa dentro do CP. Ele já tinha em aberto um mandando de prisão por tráfico de drogas expedido pela 1ª Vara de Execuções Penais de Salvador.

Todos os acusados tiveram os mandados de prisão expedidos pelo TJ-BA e cumpridos numa operação da polícias Civil e Militar na manhã dessa segunda no próprio complexo. A investigação é comandada pelo DHPP. 

Um dos mandantes do crime teria sido Rafael Assis Amaro Nascimento, o Fadiga. Ele é uma das lideranças do tráfico na Santa Cruz, território dominado pela facção Comando da Paz (CP), hoje uma filial do Comando Vermelho (CV).

Na manhã desta terça (11), começou a circular nas redes sociais um vídeo feito por uma testemunha que mostra o momento em que Bruno e Yan foram levados para uma área do Atakarejo acusados de furto.

A cena mostra Yan gritando desesperado, dizendo repetidamente "eu não quero, eu não quero". Ele é controlado por um homem que aparenta ser segurança do mercado. 

Leia também: Vídeo mostra vítima no mercado desesperada antes de ser entregue a traficantes: 'Não quero'

As investigações da Polícia Civil apontam que Fadiga teria sentenciado à morte tio e sobrinho no mês passado pelo fato de eles terem tentado cometer o furto nas proximidades do complexo, o que é proibido para evitar a presença na polícia. 

Bruno e Yan Barros da Silva, tio e sobrinho, foram assassinados no mês passado, após serem acusados de furtarem carnes em uma das unidades do mercado.

Leia o comunicado do Atakarejo:As imagens das câmeras do sistema de segurança da loja de Amaralina foram cedidas às autoridades policiais que investigam o caso.

Os celulares corporativos dos funcionários da empresa, solicitados pelas autoridades competentes, serão entregues nesta quarta-feira, dia 12 de maio.

O Atakarejo instalou um processo de sindicância que já resultou no afastamento dos funcionários suspeitos de envolvimento com o fato em questão, até que as investigações sejam concluídas.

A empresa segue rigorosamente o seu Código de Ética e Conduta e possui um canal externo de denúncias, operado por uma empresa terceirizada.

O Atakarejo atua no mercado baiano há 26 anos – gerando 6.300 empregos diretos – e repudia veementemente qualquer ato de violência, tendo a sua atuação marcada pelo respeito a todas as pessoas e aos Direitos Humanos, agindo sempre com muita responsabilidade social e seriedade.

A empresa segue colaborando com as autoridades, desejando que todos os fatos sejam esclarecidos o mais rapidamente possível e que todos os culpados pelos crimes respondam por seus atos perante à justiça.