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Rede Nordeste, JC
Publicado em 4 de janeiro de 2022 às 11:32
- Atualizado há 2 anos
O grupo, formado por quatro promotores de Justiça, designado para acompanhar o inquérito do Caso Beatriz decidiu que fará investigações complementares para tentar acabar com o mistério que envolve o crime, ocorrido há mais de seis anos em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. A Polícia Civil concluiu o inquérito, pela segunda vez, sem apontar nenhum suspeito pelo assassinato da menina Beatriz Angélica Mota, 7. No dia 13 de dezembro de 2021, o resultado foi entregue ao Ministério Público Estadual (MPPE), que analisa o caso para dar início às novas diligências.>
"O GACE (grupo de Atuação Conjunta Extraordinária) elaborou previamente um cronograma de eventual atuação investigativa complementar a da polícia, já apresentado e aprovado pelo procurador-geral de Justiça (Paulo Augusto de Freitas Oliveira), o que só poderá efetivar-se após concluída a análise dos autos do inquérito policial, que será realizada na maior brevidade possível, observando-se o esmero e a prioridade merecidas pelo caso", explicou a assessoria do MPPE à coluna Ronda JC.>
Três promotores lotados em Petrolina, sob a coordenação de uma quarta promotora lotada no Recife, vão atuar nas novas diligências - em meio ao pedido insistente os pais de Beatriz para que o caso seja federalizado, ou seja, passe para as mãos da Polícia Federal.>
Na semana passada, depois de mais de 700 quilômetros de caminhada por justiça, durante 23 dias, Lucinha Mota e Sandro Romildo, pais da menina, tiveram uma reunião no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo estadual. Na ocasião, o governador Paulo Câmara anunciou que apoiará a federalização do caso, visto que a Polícia Civil não conseguiu êxito nas investigações.>
O inquérito colheu 442 depoimentos, 900 horas de imagens e 15 mil chamadas telefônicas analisadas. Até hoje, oito delegados passaram pelo caso, mas não conseguiram apontar o suspeito do crime, que ocorreu durante uma festa de formatura no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, onde a menina estudava. Ela foi atingida por 42 facadas. O corpo foi encontrado numa sala desativada da instituição de ensino.>
Ao longo dos anos, os pais de Beatriz denunciaram supostas irregularidades no processo de investigação. E, por isso, desde 2019, insistem que o caso saia das mãos da Polícia Civil e vá para a Polícia Federal. Mas a decisão final caberá à Procuradoria-Geral da República junto ao Ministério da Justiça.>
Sobre o pedido de acesso aos conteúdos da investigação por parte de uma empresa privada americana, sem qualquer vínculo com o governo dos Estados Unidos ou suas representações diplomáticas no Brasil, a Secretaria de Defesa Social (SDS) esclareceu que esse tipo de cooperação não encontra respaldo na legislação brasileira.Matéria originalmente publicada no JC Online>