Cenas de Carnaval: Commanches do Pelô

Bloco de índio trouxe influência americana e uma tragédia na história

Publicado em 15 de fevereiro de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Manu Dias/07.03.2000/Arquivo Correio

A história do Commanches do Pelô, infelizmente, conta com um episódio triste no Carnaval baiano, que acabou marcando o bloco, um dos mais importantes blocos de índio da festa. Em 1987, o trio do Commanches perdeu o freio na Rua Chile e acabou descendo de ré. O saldo da tragédia, a maior do Carnaval, foi de sete mortos e 25 feridos. Não há como negar que a tragédia marcou o bloco, ainda que tenha servido para aumentar a fiscalização dos trios elétricos, o que, provavelmente, evitou outras tragédias. Fundado em 1974, o Commanches do Pelô, assim como outros blocos de índio, absorveu grande parte dos negros antes da fundação dos primeiros blocos afro. Historicamente, se fantasiar de índio era uma forma de mostrar a origem mestiça e, disfarçadamente, sua força no Carnaval. A influência visual, no entanto, vem dos índios americanos, inclusive no nome, e do cinema de faroeste. Comanche é um grupo étnico indígena com território, originalmente, no centro-sul dos EUA e que se tornou tema de um filme homônimo em 1956.

[[galeria]] Os blocos de índio absorveram o traje e os gritos de guerra dos indígenas americanos, que fizeram com que recebessem uma fama de violentos. Do outro lado, a influência percussiva das escolas de samba deu aos blocos de índio a característica de levar a bateria no chão.  Com o tempo, os foliões dessas entidades acabaram migrando para os blocos afro, pela representação maior afro-brasileira. Ainda assim, os blocos do índio conquistam adeptos que se identificam mais com suas origens indígenas. 

*Cenas de Carnaval é um oferecimento do Bradesco, com patrocínio do Hapvida e apoio da Claro, Fieb, Salvador Shopping, Vinci Airports e Unijorge