Cerca de 8 mil crianças e adolescentes receberão segunda dose no sábado (8)

Prefeitura disponibilizou 18 pontos para segunda dose de Coronavac. CORREIO testemunhou pouca fila

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  • Roberto Midlej

Publicado em 19 de fevereiro de 2022 às 12:39

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos: Roberto Midlej

Neste sábado (19), a cabeleireira Josy Brito, 41 anos, foi um das primeiras a chegar na UBS (Unidade Básica de Saúde) Ramiro de Azevedo, no Campo da Pólvora, para vacinar o filho Arthur, de 11 anos, com a segunda dose da vacina contra covid. Antes das seis da manhã, ela já estava na fila, com a caderneta de vacinação em mãos, devidamente completa. "Nunca deixei de vacinar meus dois filhos. Desta vez, fiquei receosa porque achei que não iam vacinar as crianças", revelou. 

Arthur foi receber neste sábado (19)  a segunda dose da vacinação e não fez rodeios quando o repórter perguntou a ele qual a emoção de ser vacinado. "O que você sentiu?". "Dor", disse o menino. Apesar disso, revelou estar ciente da importância da vacina. "Valeu a pena, porque posso brincar mais com os amigos". 

Josy resistiu a mandar os filhos para a escola antes de estarem imunizados e eles só retornaram às aulas presenciais neste ano, quando já havia começado a vacinação. "Fui visitar a escola, pra ficar mais segura. Eles foram transparentes e me deixaram seguram. Exigem máscara, tem dispenser de álcool em gel...". Arthur e o irmão Maximus, de 14 anos, usam transporte escolar, que também obedece às medidas sanitárias. "Eles fazem revezamento entre as crianças para não aglomerar  no carro". Maximus já recebeu as duas doses. Josy, com a caderneta de vacinação de Arthur completa No Campo da Pólvora, a fila era muito pequena, por volta das 8h30, quando a reportagem esteve no local e viu apenas cerca de dez pessoas aguardando. Na Federação, o movimento era intenso, mas as pessoas aguardavam cerca de 15 minutos na fila. A Prefeitura disponibilizou 8,5 mil doses para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos que já haviam recebido a primeira dose. Dezoito pontos estavam habilitados a receber o público-alvo, das 8h às 16h.

Edi Cerqueira, autônomo de 47 anos, acompanhava o filho Leandro, de seis anos. Morador da Liberdade, ele preferiu ir ao Campo da Pólvora. "Não levei mais que dez minutos aguardando. Levei mais tempo para chegar aqui de carro do que na fila", disse o pai do menino. Embora tenha alguns amigos antivacina, Edi jamais hesitou em imunizar Leandro. 

"Tem que vacinar sim. Precisamos pensar mais nas crianças que em nós mesmos. Além disso, ele estava ficando irritado, estressado porque ficava muito em casa, não brincava, não ia à escola... Era celular e vendo desenho o dia todo", disse Edi. Agora, vacinado, Leandro pode voltar à escola com segurança.

A jornalista Louise Calegari, 41 anos, chegou à Federação por volta das 9h e também não enfrentou uma grande fila. A pequena Natália, de sete anos, tem asma e, por isso, precisou seguir rigorosamente o isolamento na pandemia e só voltou à escola no segundo semestre do ano passado. 

A subida de número de casos por causa da ômicron preocupou Louise: "Ficamos muito preocupados e novamente nos isolamos. Há quase dois anos não vamos a um restaurante. A vacina dói um pouco no braço, mas é uma libertação". Edi, com o filho Leandro O funcionário público Alessandro Gusmão esperou 15 minutos para ter os dois filhos imunizados: Clara, de sete anos, e Rafael, de seis. Alessandro reconhece que no início da imunização esteve um pouco inseguro, mas jamais descartou a vacinação dos filhos. Segundo ele, a Coronavac o deixou mais seguro. "Vacinei também porque, se não vacinar, a criança sofre restrições", disse Alessandro.

A contadora Lisa Maria Oliveira levou a filha Maria Cecília, de nove anos, no posto do Engenho Velho de Brotas, depois de consultar o filômetro. "Desde quando soube que haveria vacina para crianças, contei as horas e segundos para a vez dela. Ela também: quando viu no jornal que poderia ser vacinada, me ligou assim que soube. Na primeira dose, fomos no primeiro dia. E hoje, na segunda, também".

Cecília voltou à escola neste ano, depois de quase dois anos em ensino a distância. E Lisa notou que o isolamento provocou alterações no humor da filha. "Foi complicado, porque ela não convivia com as crianças, não via os primos, avós... ninguém! Ficou retraída, começou a falar 'para dentro' e teve que fazer terapia". Agora, vacinadas, mãe e filha se preparam para, aos poucos, levar a mesma vida que levavam antes da pandemia.