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Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2020 às 10:38
- Atualizado há 2 anos
Um grupo de pesquisadores da Academia Chinesa das Ciências desenvolveu dois medicamentos específicos que podem ser usados contra o novo coronavírus. Segundo a agência Ansa, os remédios impedem que o vírus se multiplique dentro do corpo humano.>
A pesquisa, publicada na revista científica “Science”, foi coordenada por Wenhao Dai e conseguiu projetar as moléculas para bloquear a enzima protease, o “motor” que permite que o vírus consiga se multiplicar.>
Com isso, os dois medicamentos chineses juntam-se a um outro descoberto na Holanda, que atua contra a mesma enzima, e um na Alemanha, que age contra a proteína spike – o arpão com o qual o vírus agride a célula para invadi-la. Assim, as quatro tornam-se candidatas a se tornarem os primeiros remédios a serem usados contra a covid-19.>
De acordo com a publicação, o estudo foi realizado através da análise estrutural do vírus, em particular nesse caso, com a enzima protease. As moléculas chamadas de inibidores de protease 11a e 11b enfrentaram os primeiros testes com resultados positibos. Testadas em um cultura celular, ambas “inibiram fortemente a protease da SarsCoV-2”. >
Com os experimentos feitos em ratos, os inibidores da protease 11a mostraram, em particular, baixa toxicidade. Para essa molécula, os testes agora seguem para a fase pré-clínica para obter novos resultados sobre os efeitos tóxicos. Se forem considerados seguros, poderão ser testados em seres humanos em breve.>
No entanto, assim como ocorre com os possíveis medicamentos descobertos por holandeses e alemães, ainda não há data para que eles possam ser disponibilizados aos humanos. Desde 2018, para acelerar o processo de localização de remédios que podem ser usados contra doenças novas, foi criada a coalizão Reframe, a mais vasta busca por fármacos já em uso promovida pelo Instituto Scripps, na Califórnia (EUA), e com apoio financeiro da Fundação Bill & Melinda Gates. >
Por conta disso, o combate à Covid-19, por exemplo, está usando drogas já conhecidas para outras doenças para acelerar o processo. Entre os medicamentos testados em hospitais e pesquisas contra o novo coronavírus estão o remdesivir, nascido para combater o ebola, a cloroquina e a hidroxicloroquina, usados para combater a malária, artrite reumatoide e lúpus, e alguns antirretrovirais, como o lopinavir e o ritonavir usado no combate ao HIV, o camostat usado contra doenças de fígado e pâncreas, e o tocilizumabe, utilizado para combater as inflamações causadas pela crise imunitária provocada pelo HIV.>