Chuva provoca alagamentos e deixa trânsito lento em Salvador

Motoristas devem evitar região do Shopping da Bahia e o bairro da Calçada

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  • Gil Santos

Publicado em 2 de junho de 2021 às 10:04

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Paula Fróes/ CORREIO

O tempo fechou em Salvador, e a previsão é de que a chuva permaneça na cidade pelos próximos dias. Na manhã desta quarta-feira (2), quem precisou sair de casa teve que levar sombrinha ou guarda-chuva para não se molhar e enfrentou pontos de alagamento em alguns trechos. A região do Shopping da Bahia está congestionada, e a previsão é de chuva o dia inteiro.

Segundo a Defesa Civil de Salvador (Codesal), as regiões mais castigadas nas últimas 24 horas foram a Saramandaia (55,2 mm), Caminho das Árvores (51,8 mm), Retiro (48,2 mm), Stiep (42,3 mm) e Federação (37,1 mm).

Já os locais onde mais choveu durante a madrugada foram Retiro (26,6 mm), Federação (26 mm), Saramandaia (22,8 mm), Bom Juá (18,8 mm) e Cabula (17,3 mm). Pedestres tentam se proteger na Av. Nilo Peçanha (Foto: Paula Fróes/ CORREIO) O bairro da Calçada não apareceu na lista dos mais chuvosos, mas a chuva provocou alagamentos na região. Na Avenida Nilo Peçanha a água atingiu o nível da calçada e os pedestres precisam fazer acrobacias para não se molharem, é um olho no caminho e outro na pista, porque os carros provocam cachoeiras quando passam.

O comerciante Samuel Tanajura, 35 anos, trabalha na avenida há oito anos e contou que os problemas de alagamento são crônicos na região. No ano passado, a água invadiu a sorveteria dele e arrastou os móveis. Os freezers foram encontrados amontoados no fundo da loja.

“Eu coloquei uma chapa de proteção na porta para segurar o impacto das ondas provocadas pelos carros grandes, então, a porta ficou protegida, mas a água continua entrando. Há uns cinco anos, fizeram uma obra aqui, trocaram manilhas e uma série de coisas, foi quase um ano de obras, mas na primeira chuva alagou de novo”, contou.

O motorista por aplicativo José Carlos Anunciação, 46 anos, disse que pensou duas vezes antes de sair de casa. “Com chuva o trânsito fica congestionado, mas é também quanto recebemos mais chamadas. Além disso, a gente precisa evitar trechos de alagamento. Vou observar como o dia vai se comportar e dependendo da situação eu volto para casa”, disse.

A Transalvador informou que o trânsito está lento na Avenida Luís Viana Filho (Paralela) para quem segue no sentido Centro. E também na Avenida Mário Leal Ferreira (Bonocô) para o motorista que está seguindo em direção à região do Shopping da Bahia.

Durante a madrugada, as equipes do órgão registraram um acidente no Viaduto Nelson Dahia, na saída da Avenida Paralela, envolvendo um carro e um motociclista. Uma pessoa ficou ferida e precisou ser socorrida. O estado de saúde não foi divulgado.

A Codesal registrou 52 ocorrências na cidade durante esta quarta-feira de frio e chuva. Foram 15 orientações técnicas, 14 ameaças de deslizamento, oito deslizamentos de terra, quatro ameaças de desabamento, quatro avaliações de imóvel alagado, uma infiltração, um alagamento de imóvel, uma ameaça de desabamento de muro, uma árvore ameaçando cair, uma árvore caída, uma avaliação de área e um desabamento parcial.

As regiões mais demandadas foram Centro/ Brotas, com 14 ocorrências, sendo seguida por Valéria (7 casos), Cabula/ Tancredo Neves (6 casos), Pau da Lima (5 casos), e Itapuã/ Ipitanga (4 casos). População precisou pegar as sombrinhas de novo (Foto: Paula Fróes/ CORREIO) Mau tempo A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) é de que o tempo permaneça encoberto e com chuva durante a tarde, e nublado com chuva à noite. A temperatura não vai passar dos 27ºC.

No feriado o céu terá muitas nuvens, mas com chuva isolada, e a noite será nublada e com chuva. A meteorologista do Inmet, Cláudia Valéria, contou que a chuva dessa semana está ocorrendo dentro da normalidade para o período do ano.

“Ela está sendo provocada por uma umidade que vem do oceano trazida pelos ventos. Não estamos com nenhum sistema de grande escala, nem frente fria ou ondas de leste. É somente essa umidade que chega pelo litoral trazida pelos ventos, tanto que a característica da chuva é essa, mais fraquinha e persistente”, contou.

Na sexta-feira (4), a possibilidade é de muitas nuvens com chuva isolada. Essa é a mesma previsão para o fim de semana, e vale tanto para Salvador como para as cidades da Região Metropolitana e do Recôncavo. A umidade vai permanecer acima dos 60% durante todos esses dias.

Em relação às outras regiões do estado, o Centro-Oeste da Bahia começa a entrar em um período mais cedo em junho, com baixa umidade. No Sudeste e na Chapada Diamantina as temperaturas vão começar a cair, e no Litoral haverá chuvinhas fracas com mais frequência, incluindo a capital.

Média Desde o início do ano a quantidade de chuva tem alternado. Segundo o Inmet, janeiro teve volumes acima da média, fevereiro e março registraram menos chuva que o esperado, e abril ficou dentro da média. Maio teve o período mais cedo dos últimos 29 anos, e para junho o esperado é ficar dentro da média de 245,6 mm.

“[Essa oscilação] faz parte da variabilidade normal da região Nordeste do Brasil, não é nada que nunca aconteceu antes. Os históricos mostram que nenhum ano é igual ao outro, então, isso é normal”, afirmou a meteorologista.

O Centro de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Salvador (Cemadec) destacou que apesar de abril ter ficado dentro da média de 295,7 mm, o mês registrou acumulados expressivos de chuvas em algumas áreas da cidade. Na região da Base Naval de Aratu, por exemplo, o acumulado foi de 533,2mm. São Tomé de Paripe teve 492,8mm; e a Palestina 467,2mm.

Confira a média de chuvas em Salvador:MÊS MÉDIA VOLUME REGISTRADO Janeiro 82,5 mm 189,2 mm Fevereiro 107,2 mm 52 mm Março 156,8 mm 62,8 mm Abril 295,7 mm 286,6 mm Maio  279,8 mm 199 mm Junho  245,6 mm Expectativa é ficar na média *Fonde: Cemadec.