Chuvas previstas para sexta (6) podem provocar deslizamentos, alerta Codesal

Salvador tem previsão de céu nublado e chuvas fracas a moderadas nos próximos dias; há possibilidade de alagamentos

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  • Da Redação

Publicado em 4 de março de 2020 às 22:05

- Atualizado há um ano

. Crédito: Almiro Lopes/CORREIO

Céu nublado e possibilidade de chuvas fracas a moderadas. Essa é a previsão da efesa Civil de Salvador (Codesal) para esta sexta-feira (6). O órgão emitiu ainda uma alerta nesta quarta-feira (4) sobre a possibilidade de deslizamentos de terra que podem ocorrer durante as chuvas, em Salvador.

De acordo com aviso meteorológico emitido pela Codesal, com as chuvas a qualquer hora do dia também há riscos para alagamentos na cidade.

O órgão explica que a mudança de clima deve acontecer por conta de uma massa de ar quente e seco sobre a costa leste do Nordeste, que afeta Salvador. O fenômeno ocorre em associação a um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN). Nesta quinta-feira (5), o céu deve ficar nublado, e existe uma possibilidade de chuva, mas,segundo a Codesal, não há risco de alagamentos ou deslizamentos de terra.

Caso recente No último dia 22 de janeiro um prédio de quatro pavimentos que desabou, no bairro de Narandiba, me Salvador, logo após uma chuva forte. Os moradores do prédio contaram ao CORREIO que a edificação já apresentada problema há meses, incluindo rachaduras e estrutura exposta, e disseram que a situação se agravou nos dias anteriores à tragédia, quando o local foi esvaziado e condenado pela Defesa Civil (Codesal). (Foto: Reprodução) “Minha mãe morava no prédio e estava muito preocupada. Há semanas ela nem dormia e vivia falando da construção, que tinha muito medo que ela desabasse, que estava cheia de rachadur. Ela também estava bem chateada, porque recentemente tinha gastado um bom dinheiro reformando e pintando o apartamento, e agora tudo foi perdido”, contou Camila Souza, 20 anos, ao CORREIO.

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O prédio foi construído há mais de 10 anos, segundo moradores da região. Ele tinha quatro andares e oito apartamentos. Há cerca de 10 dias o local foi totalmente desocupado por ordem da Codesal. Na época, cinco famílias moravam na estrutura. 

Camila também contou que o dono do edifício, identificado apenas como Aristides, chegou a pedir que a mãe dela ficasse no apartamento, mesmo após o local ter sido condenado. O proprietário afirmou que iria reformar totalmente o local - e algumas obras estavam sendo feitas, como a troca do telhado e um reforço nas fundações, mas nada evitou o desabamento. Entulhos do prédio devem ser retirados pela Limpurb até sexta (Foto: Arisson Marinho / CORREIO) O mesmo Aristides também é apontado como o dono de diversas outras construções na região, a maioria delas condenada, incluindo um outro prédio de quatro andares que será demolido até a próxima sexta-feira (24) pela Codesal. Segundo moradores, esse homem é uma espécie de “Grileiro de Narandiba”, que costuma invadir terrenos da região, construir edifícios ilegais e colocar os apartamentos para alugar.

Na região onde o prédio desabou, próximo à estação do metrô do Imbuí, lado oposto à sede da Coelba, podem ser observadas diversas placas anunciando imóveis para alugar. Segundo moradores, todas se referem a propriedades deste Aristides. Vizinho ao local do acidente, o auxiliar de nutrição Gil Macedo, 40, contou que todos os moradores já sabiam dos problemas nas construções.

“Elas foram feitas de qualquer jeito, em cima do esgoto e com vigas muito finas. Sem nenhum estudo ou critério. Todas são irregulares. Infelizmente, existem pessoas que por falta de condições acabam morando nesses lugares sem estrutura”, lamentou.

Após o desabamento do edifício, todas as casas ao redor foram desocupadas. Os moradores só poderão retornar às residências após a limpeza dos entulhos e a demolição de um outro prédio de quatro andares - também pertencente a Aristides. A desempregada Jéssica Conceição, 20, mora ao lado do prédio que desabou e diz que está com medo de voltar para casa.

“Há dias alguns entulhos começaram a cair e o prédio começou a inclinar. Desde então todo mundo ficou morrendo de medo, principalmente quando as chuvas chegaram. Até minha casa começou a apresentar rachaduras e agora, após a queda, estou morrendo de medo de voltar”, revelou a jovem, que gravou o momento da queda. Veja abaixo.

Chuviscava no momento do acidente, mas horas antes havia chovido bastante na região. Houve um ruído muito alto quando o prédio começou a tombar. "Foi um barulho assustador mesmo. Eu estava na garagem quando minha filha me ligou. Ela percebeu o barulho e quando foi olhar da varanda, o prédio ficou inclinado. Depois ele desabou", disse Anderson Carvalho, na época, que mora a cerca de 100 metros de distância do prédio. 

Anderson também gravou um vídeo da queda, veja:

Moradores foram retirados do local (Foto: Arisson Marinho / CORREIO) Versão oficial Logo após o acidente, equipes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e da Codesal chegaram ao local. Segundo o diretor da Defesa Civil, Sosthenes Macedo, houve uma ruptura da estrutura. “Nossa equipe esteve no local e notificou vários imóveis. Condenou todos eles. Graça a Deus não houve vítimas. Nossas equipes estão no local para avaliar a situação”, disse Macedo. 

Outros imóveis ainda correm risco de desabamento. "É necessário que os moradores deixem esses imóveis, pois o risco de acidente é grande", explica Macedo.  Vizinhos do prédio tiveram que abandonar as casas (Foto: Arisson Marinho/ CORREIO) A chuva aumentou após o desabamento. Essas chuvas estavam associadas ao sistema de baixa pressão.