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Da Redação
Publicado em 14 de dezembro de 2021 às 22:15
- Atualizado há 2 anos
O aparecimento da sucuri de 7 metros que surpreendeu banhistas de Itacaré, no último sábado (11), não foi um caso isolado. As fortes chuvas têm contribuindo para que os animais apareçam longe dos seus habitats naturais. >
"Essas cobras não vivem aqui na cidade de Itacaré, elas vivem no Rio de Contas, na região de Ubaitaba, a uns trinta quilômetros daqui, rio acima. E como está chovendo muito, as comportas da barragem do município são abertas e desce um volume de água muito grande. Com essa água, descem as baronesas, aquelas plantas aquáticas, que levam os animais junto, inclusive as sucuris", conta o biólogo Arnaldo Faustino dos Santos, que ajudou no resgate da segunda cobra que apareceu no domingo (12), em outra praia do município.>
Ele conta que não é algo incomum surgirem sucuris na cidade em períodos de chuva, mas este ano os aparecimentos foi atípico, uma vez que foram "duas cobras muito grandes", dentre 5 e 7 metros de comprimento. Os animais foram resgatados e encaminhados para o serpentário de Serra Grande, onde recebem os cuidados necessários.>
Arnaldo ainda comenta que, em sua formação como biólogo, acabou se apaixonando por cobras e sempre auxílio no resgate daquelas que são encontradas passeando muito longe de casa. "Quando é uma cobra que vive aqui em Itacaré como uma jiboia, uma caninana, a gente pega e solta ela na mata. Mas quando é uma sucuri não é bem assim, elas demandam todo um cuidado especial e tem que ter um local adequado pra soltura. Eu já não faço isso", diz. >
Ele conta que, como não é possível encaminhar os animais para órgãos como o IBAMA ou INEMA, todos as serpentes acabam indo para o Núcleo de Serra Grande, que cuidam do animais os devolvem para a natureza, quando prontos.>
Mas o trabalho de localizar e resgatar essas cobras não é fácil. Biólogos e voluntários da cidade se reúnem quando podem e conseguem fazer a remoção das cobras com segurança. Além das duas maiores, outras duas sucuris menores foram encontradas em Itacaré nesta semana, uma delas morta. "Como aqui tem alguns biólogos, a própria comunidade se organiza e faz o que deve ser feito. A gente está formando até um grupo para essas ocasiões. Um grupo de resgate de animais silvestres, especificamente de cobra", conclui Arnaldo.>