Cidade da Música na Bahia tem ocupação de 95% no primeiro fim de semana de funcionamento

Equipamento já tem agenda de visitas lotadas até o fim de setembro; moradores de Salvador pagam meia-entrada

  • Foto do(a) author(a) Wendel de Novais
  • Wendel de Novais

Publicado em 26 de setembro de 2021 às 19:38

- Atualizado há um ano

. Crédito: Arisson Marinho/CORREIO
. por Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Da quinta-feira (23) para cá, o museu Cidade da Música na Bahia esteve na boca do povo. E não era para menos. Afinal, o equipamento, que fica no recém-reformado Casarão de Azulejos Azuis, reúne em um só lugar um acervo audiovisual capaz de colocar os visitantes na trilha da história da música baiana. Um atrativo que o fez “sair da boca” para entrar na rota de quem ficou sabendo de sua existência. Isso porque, nos quatro primeiros dias de funcionamento, a Cidade da Música teve ocupação beirando os 100% da sua capacidade. Nem mesmo a chuva que não deu descanso ao longo deste domingo (26) manteve as pessoas distantes do local. De acordo com a Secretaria de Cultura e Turismo (Secult), de sexta a domingo, todos os 1200 agendamentos possíveis foram feitos e 95% das pessoas que agendaram apareceram por lá.

Uma destas pessoas que compareceram neste domingo para conferir parte das 750 horas de conteúdo audiovisual do museu foi o servidor público Marcelo Freitas, 36 anos, que mora na Vila Laura e viu no local um passeio ideal para si e também para seus filhos. "Vim porque vi na TV e uns amigos indicaram. E foi muito bom relembrar o passado da música baiana e ainda poder mostrar para os meus filhos, que são novos, um pouco da nossa cultura e da nossa história. Tô revivendo momentos bons de carnavais anteriores e conhecendo os que eu não participei, que são das décadas de 70, 80, 90", conta Marcelo, que deu destaque ao espaço de percussão do museu. 

[[galeria]]

Museu impressiona

Outra que ficou impressionada com os detalhes exibidos sobre a história da percussão e seus instrumentos foi a administradora Patrícia Corral, 30, que foi até o museu atrás de aulas sobre a música local e encontrou muito mais que isso. "A gente vive na cidade da música, conhecida por ser berço de grandes artistas, e ouvia-se pouco sobre. Aqui a gente conheceu a história de cada bairro, o som de cada bairro, muito de percussão que tem uma explicação bem profunda até porque são os instrumentos mais tocados aqui. Então, achei muito rico porque trazem uma aula como eu nunca vi sobre a nossa música", diz Patrícia, fascinada com a tecnologia da Cidade da Música. Patricia foi até a Cidade da Música com o marido Igor (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) O aparato técnico oferecido pelo espaço, além de fazer uma trilha pelo passado, mostra a cara do que é o presente e o futuro da música baiana, o que impressionou Luis Lavor, 26, curador que é de Recife e aproveitou a visita a Salvador para conhecer o equipamento. "Gostei, o museu é interativo e tá lindo! Achei legal que explora bastante a história de artistas novos da Bahia, o que foi surpreendente pra mim. Rap e trap têm um espaço muito grande no museu e eu fiquei bem satisfeito com isso. O que tem de espaço pra galera tradicional, tem também pra galera nova, isso é bem legal", declara ele, que foi ao museu com uma soteropolitana que conheceu o local através das redes sociais. Luis foi convidado por Aline para ir até o museu (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Chaise Oliveira, 40, trabalha com contabilidade pública, aproveitou a folga para conhecer o equipamento e foi só elogios para o novo ponto turístico de Salvador. "Recomendo pra todos os baianos e pro povo de fora também, os turistas têm que visitar porque tá ótimo. Tudo me impressionou, não imaginava. A gente está acostumado a ver essas estruturas fora daqui e estávamos precisando porque o museu é fora do comum. Um passeio e tanto pra quem quer conhecer a nossa cultura", fala ela. Chaise adorou o passeio musical ao lado do marido (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Casa lotada

Assim como Chaise, milhares de outras pessoas foram até o local ou, pelo menos, agendaram uma ida. Até agora, 5.737 agendamentos já foram feitos, lotando a ocupação máxima do local de 24 a 30 de setembro. Fábio Mota, titular da Secult, afirma que isso é uma amostra do sucesso que o museu tem feito. 

"Já era esperado pelo nível do equipamento, diferente de tudo que temos por aqui. E a propaganda boca a boca tá funcionando. As pessoas que vão, só falam bem e incentivam os outros a irem também. Temos tido uma resposta que supera todas as expectativas e a única reclamação que temos é do pessoal que quer voltar e ainda não consegue agendar porque a procura está muito grande", informa Mota, pontuando que o espaço está funcionando com número limitado de visitantes por conta da covid-19.

Como ir ao museu?

Para quem também está doido para conferir o passado, o presente e o futuro da música baiana, o local está aberto para visitas  de terça-feira a domingo, mediante agendamento em horários entre 10h e 17h. A entrada custa R$ 20 a inteira, com estudantes e residentes em Salvador podendo pagar meia-entrada através de comprovação

10 curiosidades imperdíveis do museu:1 - Sala de karaokê para o visitante virar intérprete de grandes sucessos da nossa música e gravar clipes.

2 - Espaço com vídeos de vários rappers, trappers e poetas de todo o Brasil que ainda dá a chance para o visitante recitar uma poesia ou um rap.

3 - Sala "A Magia da Orquestra", voltada para conteúdo sobre a música clássica em território baiano.

4 - Estúdio de percussão, que mostra diversos instrumento de percussionistas e servirá de espaço para gravação de artistas baianos selecionados.

5 - "Quem Faz a Música da Bahia", que compila 260 depoimentos das personalidades mais importantes da música em nosso estado.

6 - Primeiro andar como portal para a história de bairros da cidade e suas músicas. 

7 - Ilustrações gigantes de fragmentos da pintura modernista de Genaro de Carvalho

8 - Jogos de memória sobre a música baiana.

9 - Instalações interativas que simulam mesa de som. 

10 - Sala de vídeo de última geração que exibe clipes de novos nomes da música baiana.*Sob supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier