Cidades Latinoamericanas no Clima

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  • Da Redação

Publicado em 27 de agosto de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Salvador sediou, entre os dias 19 e 23 de agosto, a Semana Latino-Americana e Caribenha sobre Mudança do Clima (LACCW 2019), importante etapa do processo de busca por soluções globais para a crise climática. Diferente do protocolo tradicional da ONU, um município assumiu o protagonismo e se envolveu diretamente nas tratativas para a execução do evento.

Este fato vem reforçar ainda mais a importância das cidades como um agente fundamental tanto na implementação das decisões tomadas pelos Estados-Nacionais e seus desdobramentos em nível local, mas também como um ator importante da paradiplomacia climática. É a hora e a vez dos atores sub-nacionais assumirem um papel mais relevante no regime de negociações climáticas. Brasil e EUA são alguns dos exemplos onde esta questão vem tomando relevância estratégica.

A LACCW envolveu representantes de diversas áreas - governos, empresas, agências internacionais, organizações não governamentais, empresas, instituições de pesquisa e instituições financeiras -, de diversos países (de toda a América Latina e Caribe e outras 61 nacionalidades). Uma das atuações destacadas foram as redes transnacionais de cidades, como a C40 e R100, integradas por Salvador e diversas outras cidades da região, como México, Quito e Santiago, e que pretendem servir como lócus de troca de conhecimentos e de fortalecimento mútuo.

Juntamente com todos os demais atores envolvidos, as cidades latinoamericanas contribuíram para elencar quais medidas são consideradas prioritárias para serem tratadas na próxima reunião geral da ONU, que será realizada em dezembro deste ano, na cidade de Santiago, no Chile.

Algumas das principais medidas debatidas durante a LACCW foram: importância da atuação conjunta para preservação das florestas; definição de mecanismos de pagamento por serviços ambientais; busca por soluções baseadas na natureza; necessidade de alteração da matriz energética para fontes renováveis; urgência de medidas de adaptação aos impactos já previstos e/ou existentes; fontes de financiamento; e envolvimento das populações vulneráveis nas tomadas de decisão. Estas temáticas estão diretamente relacionadas ao perfil diferenciado da região, que é rica em biodiversidade e recursos naturais e culturais.

Ações decididas em nível global, mas que terão que ser implementadas em nível local, precisam observar e garantir a consideração das peculiaridades de cada localidade. Espera-se que as cidades consigam garantir seu protagonismo também na execução das possíveis e tão necessárias soluções a serem implementadas.

Andréa Ventura e Célio Andrade são professores da Escola de Administração da Ufba, e Guineverre Alvarez é professora da Universidade Federal do Sul da Bahia (Artigo técnico completo encontrado em http://grupogagmc.blogspot.com)

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