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Da Redação
Publicado em 13 de julho de 2020 às 08:54
- Atualizado há 2 anos
Um grupo composto por cinco pesquisadores da Universidade Federal do Oeste da Bahia (Ufob) se uniu para analisar a propagação da covid-19, através de estudos moleculares e sorológicos, na região Oeste da Bahia, com o objetivo de auxiliar nas tomadas de decisões para controle e tratamento da doença por parte do poder público.>
Para concluir o trabalho, os pesquisadores, que foram contemplados no edital da Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), voltado para temas relacionados ao coronavírus, vão avaliar amostras de sangue e de fluidos respiratórios de profissionais de saúde e de pacientes com diferentes manifestações da doença.>
À frente do projeto, o pesquisador Jonilson Lima explica que a primeira etapa consiste em quantificar as cargas virais nas amostras dos pacientes. A partir daí, irão realizar correlações entre a carga viral e a produção de outras moléculas que serão analisadas nas outras etapas do projeto que envolve, também, avaliar carga viral em diferentes grupos de pacientes.>
"Ao final deste estudo, pretendemos contribuir com informações sobre a situação clínica e possíveis parâmetros para tomada de decisão durante a epidemia de SARS-CoV2”, diz, relembrando que a ideia de criar o projeto surgiu em meio à emergência sanitária da pandemia da Covid-19. “Uma vez que iríamos prestar o serviço de testagem no laboratório de diagnostico molecular da Ufob, o Laive, resolvemos associar esse serviço à pesquisa, analisando amostras dos pacientes que fossem testados pelo nosso laboratório com o intuito de entender melhor a evolução da doença”.>
Segundo Jonilson, o principal diferencial do trabalho é oferecer um serviço de testagem que, simultaneamente, auxilia no controle epidemiológico e isolamento de casos infectados de forma mais rápida. “Estamos realizando a pesquisa que pretende identificar biomarcadores e caracteres genéticos que podem explicar, por exemplo, o porquê de alguns indivíduos desenvolverem casos leves da doença, enquanto outros desenvolvem casos graves”, destaca.>
Antes do projeto ter início, as amostras coletadas eram enviadas para Salvador, onde entravam na fila do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), mas com a possibilidade de um laboratório com as características necessárias na região Oeste, foi possível ampliar a quantidade de testes e obter os resultados de forma mais rápida, o que, de acordo com a OMS, é um fator importante para o controle da disseminação viral.>
Além disso, o critério de analisar o Oeste Baiano pode trazer um diferente panorama para estudos sobre a doença do que se fosse realizado na capital. O projeto já possui alguns resultados preliminares e muitos dos pacientes testados concordaram em participar do estudo, segundo o pesquisador.>
"No momento, possuímos um biorrepositório onde as amostras estão armazenadas e estamos selecionando as amostras em grupos experimentais, para que ao iniciarmos as análises, possamos identificar possíveis fatores genéticos que estejam relacionados com a gravidade da doença. O desenvolvimento desse projeto e a implantação deste laboratório deixarão um legado para a região, após a pandemia, que permitirá o diagnóstico de diversas doenças infecciosas e genéticas”, conclui. Além da Fapesb, o trabalho recebeu apoio da Associação Baiana de Produtores de Algodão (Abapa) que financiou a implementação do laboratório, e do Lacen que certificou o equipamento.>