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Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2022 às 05:30
- Atualizado há 2 anos
Com expectativa de crescer 7% em 2023, o setor imobiliário baiano é o tema a ser discutido até o sábado (3), durante a 32ª Convenção Anual da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), que vem acontecendo desde quinta-feira (1) no Tivoli Eco Resort, em Praia do Forte. Depois de encerrar o terceiro trimestre de 2022 com um valor geral de vendas R$1,5 bilhão, o setor terá desafios a serem enfrentados em 2023 para alcançar a meta estabelecida. >
Ao CORREIO, o presidente da Ademi-BA, Cláudio Cunha, afirmou que o evento, que neste ano traz a sexta edição do Fórum de Líderes e Investidores (Flimi), é a oportunidade ideal de fazer um balanço do desenvolvimento do mercado imobiliário no ano, estabelecer parcerias e traçar novas estratégias ao lado de empresários, associados, economistas e cientistas sociais. O objetivo é discutir os principais temas que impactam a construção civil e o segmento da incorporação imobiliária, abordando assuntos políticos, jurídicos e econômicos, e tendo em vista o cenário imobiliário da Bahia. >
Quem é >
Cláudio Cunha é presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA). Foi presidente do Fórum Empresarial da Bahia (2018-2020), que congrega entidades dos setores produtivos do estado. É engenheiro civil, pós graduado em Marketing, Negócios Imobiliários e Gestão.>
Qual a importância dessa convenção? >
A convenção é um dos eventos mais esperados do nosso setor, que é quando se faz uma leitura de tudo que foi feito ao longo do ano e fazemos um balanço de todo o mercado. É onde nós traçamos cenários para os anos que se avizinham. Esses cenários são revisitados e atualizados, mas é onde fazemos a projeção, ouvimos diversos analistas e segmentos para que possamos posicionar os nossos projetos dentro dessas perspectivas que são traçadas. >
O senhor acredita que o mercado imobiliário já se recuperou dos impactos gerados pela pandemia? >
Já. O mercado imobiliário, desde o segundo semestre de 2020, vem em uma crescente. Nós tivemos um ano de 2021 muito bom. Terminamos o terceiro trimestre desse ano também com um pequeno crescimento de 3%, apesar de ser um ano eleitoral. É sempre um ano em que as pessoas ficam mais cautelosas para fazer os investimentos, principalmente de imóveis, que são investimentos de longo prazo. Concluímos o terceiro trimestre com um valor geral de vendas de R$1,5 bilhão. >
Quais os principais desafios que o setor tem para encarar em 2023? >
O maior desafio é de como conseguir com que os nossos insumos não tenham tanto impacto nos preços, para que não faça com que o preço dos imóveis suba. Isso aconteceu muito por causa da pandemia, todas as indústrias também tiveram seus períodos de paralisação total. Isso fez com que faltasse material e insumos e consequentemente refletiu no preço. Agora, nós passamos por um período de estabilização. A esperança é de que esses custos não tragam mais nenhum desalinhamento. >
Quais as projeções para o próximo ano? >
Nós esperamos crescer. O governo já sinaliza que voltará com o programa Minha Casa, Minha Vida de uma forma bastante forte, o que é bem interessante para o setor. Nós temos os empreendimentos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que se utilizam de recursos do FGTS, então isso faz com que as taxas de juros sejam mais baixas. Isso tudo, o controle da inflação com o crescimento do nível de emprego e o crescimento do PIB, faz com que a gente projete que teremos um ano mais satisfatório do que esse ano de 2022. >
Existe uma meta? >
Estamos trabalhando em torno de 7% de crescimento para o setor. >
Como anda a demanda de compra e vendas de imóveis em Salvador e Região Metropolitana? >
A demanda continua bastante ativa e crescente, temos um déficit habitacional. O imóvel é um desejo do brasileiro, todos nós queremos ter o nosso. Além de ser o nosso lar, é uma forma de investimento, já que existe sempre a valorização desse bem, e é uma segurança patrimonial. Então continua existindo uma demanda muito dinâmica. >
Vale a pena para o soteropolitano investir em financiamento hoje em dia? >
Ainda vale a pena investir em imóvel, mesmo hoje em dia, porque ainda conseguimos taxas de juros acessíveis, ainda temos acesso a esse crédito de uma forma bastante facilitada e temos uma oferta variada de imóveis, que, com certeza, vai atender a cada demanda que existe no nosso mercado. >
Qual o perfil do consumidor desse setor? >
O perfil do nosso consumidor é similar ao perfil de atuação de nossos associados. Temos empresas que trabalham com empreendimentos de habitação de interesse social, empresas que trabalham com empreendimentos como o SBPE, voltados para a classe média. E temos empresas que trabalham no alto padrão, voltadas para os clientes de alta renda. Então, [o perfil] é diversificado. Nós temos empreendimentos para os jovens, para o casal que está iniciando sua vida com um ou dois filhos e também os empreendimentos de litoral, que são os chamados investimentos de segunda residência. >
Qual o perfil dos imóveis em Salvador e Região Metropolitana? >
Temos todas as tipologias, mas o que vem se destacando no último ano são os empreendimentos compactos. São aqueles que são muito voltados para a tecnologia, funcionais, onde as pessoas podem fazer tudo, desenvolver suas atividades, e têm um preço mais acessível do que os outros tipos de imóveis. >
Por que essa tendência? >
A tendência é por um comportamento da sociedade. As pessoas hoje querem ter uma vida mais prática, querem ter mais tempo para elas. O imóvel tem que trazer conforto, facilitar sua manutenção, seu dia a dia e também ser um ponto de integração. Os empreendimentos, principalmente esses compactos, têm uma base de serviço muito grande. Isso tudo facilita a integração entre os moradores.>
Confira a programação do FLIMI >
2 de dezembro (sexta-feira) >
9h15: Apresentação da Cooperativa da Construção Civil do Estado da Bahia (Coopercon-BA). >
André Perroni de Burgos, executivo da Coopercon-BA >
9h35: Analise do mercado imobiliário Bahia e Brasil. Comportamento do consumidor e o que esperar de 2023 >
Claubert Barreto, Gestor Regional Norte-Nordeste da Brain – Inteligência Estratégica >
10h40: Análise da conjuntura política. >
Leonardo Barreto, sócio-diretor da Vector Research. >
3 de dezembro (sábado) >
10h30: Consumo - Consumidor - Consumídia | Tendências do Mercado de Construção e Imobiliário >
Juliana Jozzolino, Diretora Comercial da Rede Bahia. >
Participa também dessa palestra o publicitário Diego Oliveira, Mestre em Comunicação e CEO do Grupo Youpper Consumer & Media Insight. >
11h30: Palestra | Cenário Econômico pós eleições >
Rodolfo Margato, economista da XP e Mestre em Economia Aplicada >
12h40: Encerramento>
*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo>