Com Rui na Espanha, vice-governador João Leão desfila à frente dos caboclos

Comitiva encerrou participação antes do final do percurso

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  • Gil Santos

Publicado em 2 de julho de 2019 às 15:53

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Mauro AKin Nassor/CORREIO

Se fosse para apostar corrida o vice-governador João Leão (PP) teria ganhado a disputa no cortejo do Dois de Julho, nesta terça-feira (2). A comitiva dele passou na frente até dos carros do caboclo e da cabocla, que tradicionalmente abrem o desfile, mas não seguiu até o final do percurso. Durante a caminhada, ele recebeu abraços de eleitores, fez fotos, destacou a importância da data, e disse que o governo está buscando mais investimentos para a Bahia.  

Desde que Rui Costa (PT) viajou para a Europa, no dia 30 de junho, João Leão se tornou governador em exercício, por isso, foi ele quem participou das celebrações da Independência. A comitiva chegou à Lapinha por volta das 8h e seguiu direto para o Pavilhão 2 de Julho, onde foram hasteadas as bandeiras do Brasil, da Bahia, de Salvador e do Instituto Geográfico e Histórico da Bahia (IGHB).

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João Leão distribuiu abraços e fez fotos com político e anônimos. Ele contou que esteve em São Francisco do Conde, na Região Metropolitana de Salvador, na segunda-feira (1º) para acompanhar o fogo simbólico e destacou a bravura do povo baiano no processo da independência.

“Essa festa é um sinônimo do coração do baiano. Foi aqui que aconteceu a verdadeira Independência da Bahia e do Brasil. Esse é um dia para venerar o povo baiano, com a consciência que nós devemos trabalhar sempre e cada vez mais pela Bahia. O governador Rui Costa, que não está presenta aqui hoje, está na Espanha buscando trazer mais investimentos para a Bahia e estou muito feliz em poder representá-lo”, afirmou.

Em seguida, o vice-governador colocou flores no monumento ao general Labatut, comandante das tropas revolucionárias. O ato faz parte do ritual das comemorações e foi repetido pelo presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, Nelson Leal, o prefeito de Salvador, ACM Neto, o presidente da Câmara Municipal de Salvador, Geraldo Júnior, e por representantes das Forças Armadas, da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.

Da Espanha, o governador Rui Costa mandou uma mensagem para o povo baiano através das redes sociais. “Foi na Bahia que se deu a verdadeira Independência do Brasil. Hoje, nós, baianos, lutamos todos os dias com muito trabalho, determinação, coragem e fé em Deus para modernizar nosso estado, gerar emprego e renda, melhorar a vida da nossa gente e vencer todos os obstáculos”, afirmou.

O deputado federal Daniel Almeida e a deputada estadual Olívia Santana, ambos do PCdoB, integrram a comitiva do desfile do governo estadual. O senador e ex-governador da Bahia, Jacques Wagner (PT), também participou das comemorações, mas preferiu não falar de política. Ele destacou a importância da data.

“É uma obrigação nossa estar aqui. Esse é o momento maior da luta pela independência do Brasil e da Bahia, porque a independência começou aqui. No Ipiranga foi a proclamação, mas ela não se consolida, porque os portugueses continuaram encastelados aqui como representantes da coroa. Quem colocou a coroa para fora do Brasil foram os baianos e morremos muitos por conta dessa luta”, contou.

Wagner disse que o Dois de Julho é um espaço para todas as legendas partidárias e justificou o fato do governador e colega de partido não estar presente.

“Apesar de que as forças políticas se apresentam, aqui cabe todo mundo porque o grito é pela independência da Bahia, então, cabe todas as colorações partidárias. Eu acho que hoje não é dia de disputa eleitoral, até porque ela está longe. O governador Rui, infelizmente, já tinha assumido outro compromisso, está tentando trazer um grupo espanhol para investir aqui na Bahia, então, teve que ficar ausente”, concluiu.

A aposentada Idalina Souza, 69 anos, trabalhou 30 anos como servidora pública e acompanhou a comitiva do vice-governador por alguns metros. Ela contou que participa do Dois de Julho há mais de 10 anos e lamentou o fato de Rui Costa não estar presente. “Acho que ele fez muito pela Bahia e gostaria de poder dar um abraço nele. Sempre acompanho o desfile, mas de longe, porque o tumulto é muito grande”, disse.

Já o presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Nelson Leal, falou sobre a importância da data e afirmou que durante o recesso parlamentar, que começou em junho e segue até o final deste mês, pretende visitar mais de 90 cidades baianas. O objetivo é fortalecer as bases para as eleições municiais do ano que vem.  

“O recesso é uma oportunidade fantástica para o parlamentar fazer uma prestação de contas sobre o que ele está fazendo no dia a dia da Assembleia, é o momento dele apresentar os resultados para a suas bases. A intenção é fortalecer nossos grupos políticos, nossas bases, visando as eleições de 2020.  Tenho certeza que sairemos bem solidificados”, disse.

O servidor público Agnaldo Teixeira, 48, quase caiu ao tomar um escorregão na ladeira da Liberdade, mas seguiu firme e forte a comitiva do governo do estado. “A primeira vez que vim ao Dois de Julho tinha 16 anos. Depois disso, vim outras vezes. Gosto da festa porque ela lembra do quanto a gente tem garra e da força dos baianos”, afirmou.

João Leão se despediu o público antes de chegar ao Barbalho. Segundo a assessoria, a saída dele já era prevista por conta da idade do vice-governador, que fez 73 anos em fevereiro. Apesar disso, outros integrantes seguiram até a Praça Municipal, onde os carros do caboclo e da cabocla foram deixados para visitação.