Como enfrentar a crise hídrica?

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  • Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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As discussões sobre o uso responsável da água não são novidades, pois o problema do abastecimento nos assombra há décadas e não é uma questão exclusiva do Brasil, já que têm relação com o processo de desenvolvimento econômico e urbanização no mundo inteiro. À medida em que temos acesso a novos dados sobre o uso da água, fica evidente que precisamos ir mais além das discussões e acelerar a corrida para encontrar soluções para um problema ainda gerenciável.

No Brasil, há décadas acompanhamos o drama da seca que atinge o Nordeste, região que mais sofre com a falta de água no país e, mais recentemente, os prejuízos gerados pela crise hídrica no Sudeste. Na captação, mais da metade da água disponível é utilizada pelo agronegócio, seguido pelo abastecimento humano e pela indústria. E de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), a demanda por água, que aumentou 80% nos últimos 20 anos, deve aumentar mais 24% até 2030.

Para evitar um colapso no sistema de abastecimento, é preciso cooperação entre diversos setores da economia. Na Braskem, assumimos o compromisso de desenvolver soluções sustentáveis que minimizem o impacto ao meio ambiente, ajudando na criação de produtos que reduzam o uso de água e melhorem sua qualidade, coordenando iniciativas de combate ao desperdício de água tratada com parceiros. Nossa visão e ambições nos tornaram referência na gestão hídrica global no setor químico, sendo uma das poucas empresas a construir um plano de adaptação às mudanças climáticas, que hoje já conta com mais de 120 ações que incluem, por exemplo, o aproveitamento da água da chuva e reuso.

Em parceria com a BRK Ambiental e Sabesp, criamos o Aquapolo, maior empreendimento para captação de água de reuso industrial da América do Sul e o quinto maior do mundo, instalado na região do ABC. Com ele, conseguimos transformar o esgoto tratado em água de reuso industrial e hoje a iniciativa também traz benefícios a outras indústrias fora do Polo Petroquímico, como Bridgestone, Paranapanema e Arconic. Adicionalmente, o projeto evita que a Braskem capte de rios água equivalente ao abastecimento de 35 mil pessoas por dia. A iniciativa é uma solução economicamente viável, uma vez que a água de reuso para fins industriais custa, em média, 50% menos do que a potável.

É preciso compreender que, com a economia mundial cada vez mais integrada, o problema da falta de água cruza fronteiras e deixa de ser só nosso. Por isso, precisamos urgentemente unir forças para enfrentar essa questão e garantir um futuro digno e com qualidade para todos.

André Ramalho é especialista de Sustentabilidade da Braskem