Comunicação não violenta: entenda por que e como adotar essa prática em sua empresa

Artigo do GPTW traz dicas de como transformar a cultura organizacional

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  • Da Redação

Publicado em 6 de abril de 2022 às 06:00

. Crédito: Foto: reprodução/Instagram

A comunicação não violenta é um instrumento de mudança positiva na empresa que favorece as relações e contribui para o sucesso do negócio.A comunicação é um dos pilares para o sucesso das organizações, por isso, apostar em uma comunicação não violenta (CNV) é uma ótima estratégia para qualificar as relações no ambiente da empresa e transformar a cultura organizacional da empresa.

O modo como os gestores e líderes se comunicam com seu time de talentos faz toda a diferença na rotina de trabalho. Além disso, uma comunicação clara e objetiva pode ser fator de engajamento, motivação e permanência.

Neste post você vai entender o conceito de comunicação não violenta, quais são os seus pilares e por que usá-la. Continue lendo e veja a importância desse tipo de comunicação no ambiente organizacional e como adotar a CNV na organização!

O que é a comunicação não violenta?

É a comunicação compassiva usada na linguagem verbal, escrita ou falada, e não verbal, que são as expressões corporais ou faciais, gestos, gráficos e imagens. Na década de 60, seu criador, o norte-americano Marshall Rosenberg, se propôs ao estudo do comportamento humano violento dentro do cenário social.

Daí surgiu a habilidade da comunicação não violenta, que tem como inspiração os ensinamentos de líderes como Gandhi e Martin Luther King Jr. Seu propósito com o estudo foi a construção de um mundo mais justo, cultura de paz e conexões humanas baseadas na compaixão e empatia.

Mais do que uma técnica, a comunicação não violenta se tornou, para o seu criador, uma filosofia de vida. Quando empregada na vida pessoal e profissional, há um equilíbrio entre as pessoas para que todos tenham seus desejos e necessidades atendidos.

A ideia é que os indivíduos aprendam a se comunicar e se expressar livres de julgamentos. Os diálogos tendem a ser mais saudáveis, construtivos, sem pautar no que é certo ou errado, mas no que cada pessoa precisa para se sentir bem e realizada.

Quais são os pilares da CNV?

Também chamada de CNV, a comunicação não violenta se ampara em quatro pilares. Confira a seguir!

Observação

Ao observar os fatos é importante ser imparcial e se despir de julgamentos ou medidas intempestivas, com apontamentos ou insinuações constrangedoras.

Um exemplo: se um colaborador não consegue se organizar em meio às tarefas, mas realiza boas entregas, em vez de dizer “você precisa ser mais organizado” diga “que tal montar um cronograma ou utilizar um planner para auxiliar você em suas atividades diárias?”.

Sentimento

Avaliar o próprio sentimento e compreender suas reações diante de determinadas ocorrências e situações permite melhorar a capacidade de se expressar corretamente. A CNV defende que é importante ter clareza nos sentimentos para tornar os diálogos mais sinceros e produtivos.

Necessidades

O que o outro quer e o que queremos? Com base nessa pergunta é possível transformar a comunicação a cada diálogo, fortalecendo as conexões que intensificam os sentimentos e objetivam a conversa.

Como os sentimentos expressam alguma necessidade, é preciso fazer uma leitura do que há por trás das reações e comportamentos. Se você, por exemplo, deseja que um colaborador explique melhor o motivo de atrasos ou ausência, a necessidade pode estar no desejo de ser um líder em quem a equipe pode confiar sem receios.

Pedido

A dificuldade de fazer um pedido pode transformar o diálogo em uma exigência, com tom impositivo. Nos princípios da comunicação não violenta se aprende a fazer solicitações de forma clara e simples, ajudando o outro a entender melhor o pedido.

Se em vez de palavras como “por favor” e “muito obrigada” forem usadas expressões como “quero agora” e “faça como eu mando”, a liderança se impõe pelo poder e medo. Com o tempo a relação se tornará pouco saudável, acarretando na equipe sentimento de desmotivação e desejo de não permanência. 

Por que as empresas devem usar a comunicação não violenta?

A comunicação não violenta visa criar relações e conexões mais saudáveis entre as pessoas. No ambiente corporativo, os colaboradores de um mesmo grupo passam muitas horas juntos, atuando na execução de projetos e processos diversos.

Com o emprego das técnicas e pilares da CNV será mais fácil identificar e lidar com os conflitos, minimizando seus efeitos. Quando implementada pelo time de gestão de pessoas, os indivíduos são mais bem-direcionados e aprendem a delimitar espaços e falar sobre as necessidades individuais de uma forma mais compassiva.

Em uma organização, esses aspectos são essenciais para manter o clima organizacional saudável e as equipes engajadas, motivadas e produtivas. Uma boa comunicação pode ajudar e muito os talentos a permanecerem na empresa.

Qual a importância desse tipo de comunicação no ambiente organizacional?

A comunicação não violenta tem o poder de transformação, seja do ambiente, seja das pessoas. Ela traz uma reflexão sobre o que há de errado no modo como a comunicação ocorre dentro da organização.

Entre condutas, hábitos e sentimentos, cada um é convidado a rever a maneira como se dirige ao outro, independentemente do assunto a ser tratado. A CNV propõe uma descoberta do que deve ser eliminado ou agregado para tornar a comunicação mais clara e efetiva.

Sua importância está, portanto, em trazer à tona diversas más práticas de comunicação que podem não ser percebidas no dia a dia e que prejudicam o negócio — quando aplicada e fortalecida contribui para o fim de boatos, críticas e julgamentos, tão presentes no dia a dia corporativo. 

Com o tempo é possível perceber uma melhoria na qualidade da comunicação de forma geral, no enriquecimento da cultura e na transformação do ambiente de trabalho em um espaço mais colaborativo, saudável e prazeroso.

A comunicação não violenta estabelece profundidade na escuta, tornando-a mais ativa, atenciosa e empática. O respeito ganha maior expressividade e as pessoas passam a trabalhar com maior satisfação e empenho, colaborando umas com as outras de bom grado.

Na CNV, o ditado “trate o outro como gostaria de ser tratado” passa a ser praticado diariamente, inspirando uma relação de confiança e parceria mútua, independentemente do nível hierárquico.

Esse tipo de comunicação joga por terra o tradicionalismo das relações de trabalho, em que era quase obrigatório deixar do lado de fora da empresa todo e qualquer sentimento pessoal. A proposta é de equilíbrio, de dar vazão a sentimentos, sem, contudo, se distanciar dos objetivos de crescimento e desenvolvimento profissional.

A comunicação não violenta ajuda a conciliar e equilibrar esses dois palcos na vida de cada indivíduo. É possível ser um excelente profissional, líder e tratar a todos com respeito, empatia e sentimento genuíno de quem consegue compreender as necessidades alheias.

Como adotar a CNV na organização?

Todas as ações e estratégias criadas e aplicadas em uma empresa giram em torno do negócio. No entanto, isso não quer dizer que o ambiente precisa ser frio e sem afetividade, afinal, as pessoas passam mais tempo no trabalho do que em suas próprias casas.

Adotar a comunicação não violenta é abrir espaço para que os talentos sejam, acima de tudo, seres humanos reunidos em um mesmo espaço, que dedicam suas habilidades e competências para a concepção de projetos e execução de processos que contribuem para o crescimento da empresa.

Paralelo a isso, conservar sonhos e desejos que não deixam de existir durante as horas de trabalho. Em muitos casos o pessoal e o profissional se fundem, se dependem e fomentam o engajamento e a produtividade.

Se você deseja implementar a comunicação não violenta na sua empresa e melhorar a conexão e interação dos seus times, aqui vão alguns passos importantes desta jornada!

Diagnóstico da cultura e comunicação da empresa

Primeiro, é preciso entender como os colaboradores se relacionam e quais são os possíveis gargalos da comunicação. Não é possível realizar mudanças quando não se sabe ao certo o que precisa ser mudado.

É essencial analisar o cenário atual e fechar um diagnóstico sobre o modo como a comunicação acontece dentro da empresa. A partir daí se identificará os pontos negativos e positivos — esse levantamento ajuda a criar uma direção, seja para uso de ferramentas, adoção de outras técnicas ou reformulação da cultura organizacional.

Desenvolvimento da liderança

Os líderes têm papel fundamental no processo de adequação da comunicação não violenta, uma vez que são responsáveis por manter as equipes conectadas, unidas e proativas. O trabalho com a liderança deve focar primeiro nos próprios profissionais, para depois identificar as melhorias do relacionamento e comunicação com os colaboradores.

Antes de ser responsável por um setor e uma equipe, o líder é alguém que traz consigo sonhos, desejos e necessidades. É importante que as lideranças tenham essa percepção, para aprender a lidar e dialogar mais facilmente com cada um da equipe.

Investimento em desenvolvimento e capacitação

Os programas de desenvolvimento e capacitação geram proximidade além do conhecimento técnico, o que fortalece o vínculo e melhora a comunicação. Durante o período de aprendizado, naturalmente os colaboradores vão interagir, para trocar ideias e impressões sobre variados assuntos.

É um momento interessante para disseminar a comunicação não violenta, introduzindo seus pilares como forma de abordagem. Os encontros permitem que as pessoas se conheçam melhor e desenvolvam sentimentos importantes, como respeito e empatia.

Por fim, a criação de um bom clima organizacional e difusão da cultura organizacional são condutas imprescindíveis para otimizar a comunicação interna. Com isso, será mais fácil entender e desenvolver o conceito de comunicação não violenta para o bem do capital humano e dos objetivos da organização.

* Artigo originalmente publicado no site do GPTW.

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