Conferência Bahia 40+ debate história e futuro da economia baiana

Evento discutiu gargalos da economia

Publicado em 21 de maio de 2019 às 09:21

- Atualizado há um ano

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Lembrar a história da economia baiana nos últimos 40 anos e elencar as transformações previstas para as quatro décadas seguintes. A Conferência Bahia 40+ O Futuro da Economia, nesta terça-feira (21), reuniu especialistas e público no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), no Stiep. A conferência integra o calendário de eventos comemorativos do aniversário de 40 anos de circulação do CORREIO.

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O sócio da PwC Brasil, Luciano Sampaio, abriu o segundo momento do seminário Bahia 40+, que acontece esta manhã, no Auditório da Federação das Indústrias da Bahia (FIEB). Sampaio destacou, sobretudo, o papel da tecnologia para o desenvolvimento da economia dos próximos 40 anos."Tudo é muito disruptivo. Os 'Jetsons' estão defasados. E é aí que a gente chega na Indústria 4.0. A revolução tecnológica está aí. Hoje as coisas se interagem", avaliou. A apresentação foi baseada em dois estudos da PwC: "The world in 2050: the long view " e o "Megatrends". Há 17 anos, a consultoria atende empresas listadas na bolsa de valores dos Estados Unidos e Brasil (SEC e CVM), bem como empresas familiares e de capital fechado.  

Ainda de acordo com o sócio da PwC Brasil, é preciso entender este futuro para transformar o presente: "A plantação de eucaliptos hoje tem nanotecnologia e isso já acontece na Bahia. O estado já começou a dar passos significativos. A gente tem aqui oportunidade de nos tornarmos excelentes".  Luciano abriu a segunda palestra da Conferência (Foto: Priscila Natividade/CORREIO) Luciano também citou a projeção do mundo para 2050. Entre as mudanças previstas, estão uma maior urbanização das cidades, mudanças climáticas - o que vai impactar na escassez dos recursos - e a mudança do centro de poder mundial, com a perda de espaço dos Estados Unidos. Para a Bahia, a tendência é um fortalecimento do turismo, mas, para isso, é necessário um investimento no setor de serviços, como os que funcionam 24 horas. Assim, a cidade estará apta a atender o fluxo turístico.

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Avena ressalta que só na década de 2000 em diante, que se implementou uma politica agressiva para atrair novas empresas. "A solução estava na verticalização. Aí entra a chegada do complexo da Ford, Pirelli e Continental. Em 2005, fica claro que a Bahia ainda precisava de mais condicionantes para continuar crescendo", pontua o economista, que destaca o legado deixado pelos 40 anos, rumo aos próximos 40:"A estagnação é fruto da falta de planejamento. O polo petroquímico, a Rlam só foram possíveis porque foram planejados. A Bahia vai bem, mas não cresce como deveria".***

Em seguida, o economista, consultor e colunista do jornal, Armando Avena, iniciou o painel sobre o desenvolvimento econômico do estado entre 1979 e 2019. "A Bahia era uma economia primária agrícola totalmente dependente da exportação de cacau, até começar o seu processo de industrialização em 1979, com a operação do Polo Petroquímico, em Camaçari", destacou. Até 1990, o estado cresceu mais do que o restante do país, como acrescentou Avena: "É o período em que se dá o deslanche econômico do estado. É o período que vai caracterizar a grande mudança na economia baiana". Após esse 'boom da indústria', a economia fica estagnada, ao perder competividade. "Houve condicionantes, mas a industrialização não vai conseguir viabilizar todo desenvolvimento. O emprego que se esperava ter com a industrialização não veio. A excessiva especialização de Commodites da indústria e falta de investimentos em infraestrutura não viabilizaram o desenvolvimento".

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O evento foi aberto por Renata Correia, acionista e diretora do CORREIO. Ela lembrou que o evento é importante por discutir sobre o futuro, ressaltou o potencial da Bahia. "Nosso objetivo é encontrar respostas e soluções práticas. Acreditamos no potencial do nosso estado e podemos ir muito mais longe", disse. 

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A Bahia 40+ O Futuro da Economia está dividida em duas partes. Na primeira, os palestrantes convidados Armando Avena e Luciano Sampaio apresentam seminários para, respectivamente, analisar a história da economia baiana de 1979 a 2019 e apontar as oportunidades abertas para o estado pelas transformações que a economia mundial vai passar nas próximas quatro décadas. 

Na segunda parte do evento, representantes do setor produtivo local se juntam aos dois palestrantes para formarem um painel para aprofundar e debater temas e aspectos levantados pelos seminários. A organização do evento convidou para o painel a Fieb, a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb), a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo da Bahia (Fecomércio-Ba), e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas na Bahia (Sebrae-Ba). 

Programação A conferência será aberta pelo economista e colunista do CORREIO Armando Avena, que tem no currículo experiências  como professor da Universidade Federal da Bahia e como secretário estadual do Planejamento. Ele também é consultor e escritor, com diversos livros de ficção lançados. 

Na sua apresentação, intitulada Os último 40 anos: O Outro Lado da Economia Baiana de 1979 a 2019, Avena pretende debater os caminho que a Bahia seguiu até a atualidade e levantar os desafios que ainda persistem para o seu desenvolvimento.  "A Bahia cresceu muito nos últimos 40 anos, mas agora e é  fundamental discutir e conhecer este período e, principalmente, o que é preciso fazer para continuar crescendo", diz  o economista. 

Luciano Sampaio viveu a maior parte de sua carreira como consultor e há 17 anos atende empresas listadas nas bolsas do Brasil e dos EUA. É contabilista e possui MBA em Finanças. A partir de julho ele assume a liderança das operações no Nordeste da PwC - uma das maiores consultorias do mundo. "Minha apresentação está alicerçada em duas pesquisas realizadas pela PwC, que apontam o cenário econômico em 2050 e as cinco megatendências que direcionarão investimentos e perspectivas para a economia baiana e brasileira", diz Sampaio. "Acredito que, apesar de vivermos esse grande turbilhão atual  temos um cenário futuro animador, pois o ambiente de quebra de paradigmas também aponta para ganhos muito significativos", complementa.  

A Conferência Bahia 40+ O Futuro da Economia faz parte do projeto Correio 40 anos, que tem oferecimento do Bradesco, patrocínio do Hapvida e Sotero Ambiental, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador e apoio de Vinci Airports, SESI, Salvador Shopping, Unijorge, Claro, Itaipava Arena Fonte Nova, Sebrae, Santa Casa da Bahia.