Confira parques e praias de Salvador ideais para prática de esportes

Não faltam opções para queimar calorias respirando ar puro na capital

  • Foto do(a) author(a) Miro Palma
  • Miro Palma

Publicado em 29 de março de 2022 às 11:00

. Crédito: Marina Silva/ CORREIO

Um dos principais reflexos da pandemia foi a reconexão que ela criou com os ambientes externos. Depois de meses de isolamento, ficar ao ar livre se tornou necessidade de primeira categoria em praticamente tudo da vida cotidiana, especialmente na atividade física. O que vimos nos últimos tempos foi uma verdadeira debandada das academias para as ruas. Em uma cidade abençoada como Salvador, é claro que não faltam opções para queimar calorias respirando ar puro. 

O produtor audiovisual Igor Albergaria, 32 anos, abandonou a academia com o início do isolamento. “Isso foi um gatilho para atividades ao ar livre”, comenta. A primeira coisa que ele fez foi comprar uma bicicleta e começar a pedalar. E encontrou na orla da cidade o melhor refúgio para os passeios na magrela. “Eu estava pedalando sempre que podia, mesmo de máscara. Aquilo me motivava muito”, lembra. 

Veja o especial de aniversário Rota Salvador 473

Uma coisa puxa a outra. Das pedaladas ele passou para a escalada e, até mesmo, para o salto de paraquedas. “Eu comecei a me identificar e comecei a querer fazer outras atividades mais radicais. Pulei de paraquedas e também faço escalada lá no Parque dos Ventos, que é uma ótima opção para quem também está buscando práticas ao ar livre”, avalia.  Produtor audiovisual, Igor Albergaria começou a fazer escaladas Mas, calma que não basta apenas abrir a porta e sair correndo por aí. Exercício físico – seja ele leve, moderado ou intenso – exige preparação. A primeira coisa é fazer uma avaliação médica para identificar as condições físicas do praticante. Quem pular essa etapa achando que é besteira corre o risco de adquirir lesões e até mesmo ter uma morte súbita, como alerta o médico esportivo Rafael Garcia. “Se feita de maneira inadequada, a atividade física pode desenvolver lesões articulares e musculares. O maior risco é o de morte súbita, uma doença congênita que só vai acometer durante a atividade física de moderada intensidade. E também é preciso avaliar doenças silenciosas como a hipertensão, diabetes”, aponta. 

E agora, já pode sair? Ainda não. Feita a avaliação médica, é muito importante consultar um profissional de educação física. De nada adianta saber a sua condição física, se você não souber como tornar a sua prática eficiente para o seu corpo. “Tudo precisa ser construído aos poucos, de forma equilibrada”, afirma Vitor Gonçalves, profissional de educação física especialista em fisiologia e prescrição do exercício. 

Ele conta que é necessário construir uma base através de um programa de treinamento que busca equilibrar a musculatura, tornando o indivíduo apto para a atividade. “É algo que torna a prática cada vez mais segura e mais saudável. Se não for prescrito de forma correta, o que era para ser saudável, acaba trazendo alguns prejuízos físicos e fisiológicos para o ser humano”, acrescenta. 

Com a avaliação médica em dia e com a orientação de um profissional de educação física, só falta mesmo escolher a atividade que mais se adequa a seu gosto, organismo e objetivo. E o destino, claro. Para te ajudar nessa transição, do indoor para o outdoor, preparamos um itinerário variado, que pode ser realizado em alguns dias, para quem não quer saber de ficar entocado. Do centro ao subúrbio, dos pontos turísticos aos lugares mais locais. Prepara o tênis ou a roupa de banho. E não esqueça o protetor solar, pois, por aqui, o sol vai ser seu parceiro de treino. 

Vamos fazer um passeio?

Paraíso verde Não tem como começar mais perto da natureza do que no Jardim Botânico. O local é excelente para quem quer andar e se sentir em um pedaço do paraíso. Localizado em São Marcos, o lugar é uma importante área de estudo, manutenção e conservação da Mata Atlântica, com 61 mil espécies vegetais. E, por lá, há uma trilha elevada de 795m de extensão. Assim, dá para se exercitar, contemplar e aprender um pouco sobre a natureza.

Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.

Nas águas Saindo do Jardim Botânico, basta aumentar o trote pela Avenida Octávio Mangabeira para ir em direção ao mar. Se o seu negócio é surfar, Salvador é um destino perfeito. São várias as praias que oferecem boas ondas, seja para novatos ou veteranos. Para iniciação, a dica é Jaguaribe ou Piatã, onde as ondas têm formação mais segura. Para quem está em um nível mais avançado, há a Praia do Flamengo, Stella Maris e Ipitanga. Quer algo com ondas fortes, para os experientes, e mais perto do centro? Tem a área do Barra Vento. Só cuidado: não é indicada para iniciantes ou de nível intermediário.

Na areia Mas nem só de água vive a orla da capital baiana. Você pode seguir pela areia com as mais diversas práticas ao ar livre. As areias de Salvador são ótimas para algumas atividades, como o circuito funcional. Também são ótimas para praticar futevôlei e o novo queridinho do momento, o beach tennis. Em Armação, dá para levar as redes, instalar em um dos pontos que estejam livres e jogar por contra própria. O mesmo acontece no Porto da Barra. Mas há alguns lugares fora da praia e com quadras de areia, como no Vale das Pedrinhas, Imbuí, Marotinho, Cajazeiras, Cabula, a região do Subúrbio e as praças Segredos de Itapuã, em Piatã, e Dodô e Osmar, na Ribeira.

Raquete na mão Seguindo pelas areias da orla, você vai se deparar com o Complexo Tenístico Boca do Rio. O espaço possui cinco quadras de tênis, que podem ser utilizadas por pessoas de todas as faixas etárias. Antes, o interessado tem que fazer um cadastro na secretaria do espaço (de segunda a sexta, das 8h30 às 11h30, e das 14h às 16h30), levando cópia da cédula de identidade, comprovante de residência atual, uma foto 3×4 e preenchimento de ficha própria fornecida. No Complexo, há vestiário e banheiros. Se já estiver cadastrado, só é preciso levar documentos de identificação com foto. Mas lembre-se: leve raquetes e bolas. 

Horário de funcionamento: de segunda a sexta-feira, das 6h às 12h e 14h às 22h; sábados, domingos e feriados, das 6h às 12h e 14h às 18h.

A força do vento Andando mais um pouquinho, você chega no Parque dos Ventos, também na Boca do Rio. O espaço é quase como um centro esportivo, voltado tanto para atletas profissionais quanto amadores. Gosta de atividades mais radicais? Um dos destaques do local é a estrutura de dez metros de altura para atividades de rapel e escalada. Virou fã de skate? Há uma pista para a modalidade street, aquela que simula obstáculos de rua, com escadarias, rampas e corrimões. O Parque também tem ciclovia de três quilômetros, pista de ciclismo com lombadas, morros de terra arredondados e curvas levemente inclinadas (pump track), além de um local destinado exclusivamente à pratica do parkour.

Horário de funcionamento: de terça-feira a sábado, das 5h às 22h, e domingos e feriados, das 5h às 19h.

A lagoa preferida Se atravessar a rua e der um gás no trajeto, pode visitar o Parque Lagoa dos Pássaros, no Stiep. Lá é uma boa opção para quem gosta de caminhar ou correr em meio a belezas naturais. Há uma trilha em concreto e, de quebra, dá para recarregar o fôlego no espaço para contemplação ou na vista para a lagoa. O lugar, aliás, também tem área dedicada para capoeira, além de academia ao ar livre.

Horário de funcionamento: de terça-feira a domingo e feriados, das 9h às 19h.

De braçada E se já listamos o mar e a lagoa, falta só a piscina. Quem sai da Lagoa dos Pássaros pode atravessar a rua e seguir pelo pistão até a Arena Aquática de Salvador. O principal destaque é a piscina olímpica, usada no Estádio Aquático de Esportes Olímpicos, na Rio-2016. Mas o local também tem uma outra piscina semiolímpica, onde há aulas de natação e hidroginástica. Para participar, é preciso se cadastrar - o acesso à piscina só é permitido para alunos. Se interessou? Fique de olho no site oficial (arenaaquatica.salvador.ba.gov.br), onde as novas vagas são disponibilizadas. A idade mínima para participar é de 6 anos para natação e de 18 anos para hidroginástica. Vale lembrar que é preciso usar traje próprio, como sunga e maiô, touca e óculos. Slackline exige bastante equilíbrio (Foto: Marina Silva/ CORREIO) No coração da cidade Saindo da orla e indo em direção ao miolo de Salvador, você vai encontrar o Parque da Cidade, no Itaigara. É um dos espaços ideais para quem gosta de praticar esportes. Dá para fazer de tudo um pouco lá. Por exemplo: curte slackline? Lá tem um circuito da modalidade. Quer jogar algum esporte de quadra, como o amado futebol? O local tem várias quadras esportivas. E não para por aí: ainda há praça de skate, estação de ginástica e uma praça voltada para idosos praticarem atividades. Horário de funcionamento: de terça-feira a sábado, das 5h às 22h, e domingos e feriados, das 5h às 19h.

Casa dos orixás Se ainda tiver fôlego para uma pedalada pela Avenida Vasco da Gama, dá para chegar no Dique do Tororó. Um dos principais cartões-postais de Salvador, o Dique também é uma boa opção para realizar atividades físicas. Com formato ovalado, o lugar oferece uma opção de circuito ‘fechado’ e, para dar a volta, é preciso percorrer cerca de 2,6km - seja caminhando, correndo ou de bicicleta. E ainda tem o bônus da vista, com a Arena Fonte Nova e os famosos orixás assinados pelo artista plástico Tatti Moreno. Lá, também há academia de ginástica ao ar livre.

Radical Por fim, ainda dá tempo de conferir a Praça dos Barris. Requalificada há quatro anos, a praça João Mangabeira, no bairro dos Barris, oferece várias opções de esportes. Tem campo de futebol e quadra poliesportiva, pistas de skate e cooper e até circuito minibike. Aliás, quem gosta de skate, que ficou em alta após a Olimpíada de Tóquio, tem outros points para explorar. No Imbuí e na Ribeira, há pistas com percurso de street - a mesma modalidade de Raíssa Leal, a Fadinha. E, neste ano, está prevista a construção de uma pista olímpica de skate em Stella Maris.