Conheça Bruninha Salarini, a menina de 9 anos que se destaca no Crossfit

Legião de crossfiteiros se reúne no evento Arena Challenge, que acontece até este domingo (11)

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  • Fernanda Santana

Publicado em 10 de agosto de 2019 às 15:07

- Atualizado há um ano

. Crédito: (Fotos: Arisson Marinho/CORREIO)
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Eles se erguem numa barra de ferro, jogam uma bola de 11 quilos para cima, agacham, sobem e pulam. Ela faz exatamente igual. Entre 600 competidores de todo o país, uma menina de nove anos fez o público da Arena Fonte Nova gritar seu nome. Competidora da categoria elite, considerada profissional, Bruna Salarini dedica seus dias ao Crossfit. “Eu gosto de competir”, diz, ainda ofegante, depois de deixar o campo. Neste sábado (10), o estádio recebeu pessoas de todo o país, de todas as idades, dispostas a competir na modalidade. 

A Arena Challenge acontece pela quarta vez na Bahia. Os competidores são divididos em quatro categorias: leve, intermediário, avançado e elite. Homens e mulheres competem em trio ou individualmente e têm 14 minutos para terminar a série completa. Ganha, claro, quem leva menos tempo para finalizar. Mas o prêmio é apenas o reconhecimento da força física. “Há dois anos e meio, houve uma mudança do conceito Crossfit. A gente começou a vender saúde”, explica Rafael Seara, dono de uma academia e um dos organizadores do evento, que segue neste domingo (11), das 8h às 17h com Afterparty até a meia-noite.

Os pesos e repetições são adaptados para casos como o de Bruna, como relataram os organizadores. A história da menina como esportista começa no Rio de Janeiro, onde nasceu e competiu como ginasta olímpica do Flamengo. Desde o ano passado, quando se mudou para Salvador, entrou no Crossfit.

Num dia de exercícios numa barra no do Costa Azul, a menina chamou atenção de um aluno da academia onde ela treina atualmente. Os pais decidiram levá-la para conhecer o espaço sugerido, já que Bruna não parava quieta, sem conseguir se adaptar à interrupção na rotina que levava no Flamengo, onde chegava a treinar quatro horas por dia. 

A mãe, Mariana Salarini, 37, acompanha com preocupação o sobe  e desce da filha. “Coração de mãe, né?”, diz Mariana, que não é crossfiteira e acompanha toda a série da filha sentada no banco de reservas. Todos ali enxergam o Crossfit para além da perda de peso ou ganho de massa muscular. Juntos, formam uma espécie de grupo reconhecido por códigos. 

Os códigos e idades Um crossfiteiro pode ser reconhecido pela meia alta e o short curto. “Esses elementos são parte da sobrevivência. Se não tiver a meia, por exemplo, na hora de fazer um movimento, pode arrancar um pedaço da pele”, explica Igor Ferreira, 39, hoje treinador em academias de Salvador. É um dos veteranos do Crossfit na cidade, depois de ouvir falar da prática, em Miami, em 2011. Como mostrou o CORREIO, CrossFit não é nome de esporte, mas de uma marca que pode ser utilizada por 29 licenciadas baianas. 

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Não bastasse as barras de ferro, os agachamentos e todas as repetições, os participantes disputarão uma corrida, às 8h deste domingo (11). A largada será na Arena Fonte Nova, segue pelo Dique do Tororó e retorna para o estádio. “Há três anos, eu faço. O mais difícil é o cardio. Mas tudo depende, tem gente que já começa voando”, brinca Luana Menezes, 24, depois de competir na categoria intermediária. Cada movimento na competição é, inclusive, explicado aos participantes, que recebem um guia de instruções de como e quando devem realizar cada movimento.  

A advogada Larissa Mamede, 30, tem certeza que é uma das modalidades mais complexas. “Nunca, em nenhum esporte, eu consegui o que consigo aqui. Já fiz musculação, já fiz de tudo”, explica, depois de participar da primeira competição. 

O evento também tem espaço exclusivo para atletas e praça de alimentação estilo food park com diversas opções de comidas e bebidas.

* Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier