Conheça Figueiredo, garoto de 17 anos que é promessa do Vitória

Leão enfrenta o Atlético de Alagoinhas neste sábado (15), no Barradão

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  • Vitor Villar

Publicado em 15 de fevereiro de 2020 às 06:30

- Atualizado há um ano

. Crédito: Letícia Martins / EC Vitória

O que você fazia aos 17 anos? Estudava? Praticava algum esporte? Quais eram as suas responsabilidades e as suas preocupações? Pois a esta idade João Victor Figueiredo tem rodado o estado defendendo, como titular, a camisa do Vitória no Campeonato Baiano.

Será o caso do duelo deste sábado (15), quando o time de aspirantes do rubro-negro recebe o Atlético de Alagoinhas no Barradão às 16h30, pela 5ª rodada. Por contraste, o Carcará tem o atleta mais velho do estadual: o atacante Magno Alves, de 44 anos.

>> Veja todas as notícias do Vitória publicadas no CORREIO>> Com novidades, Vitória está pronto para enfrentar o AtléticoFigueiredo se apresenta. “Um atleta bastante dinâmico. Um cara que marca, que sabe jogar com a bola, que chuta a gol. Acho que venho fazendo bons jogos no Vitória e espero agradar o torcedor ainda mais”, diz.O garoto brilhou no time sub-17 do Vitória no ano passado. Mesmo sendo volante, marcou 10 gols em 11 jogos. Por isso pulou a etapa do sub-20 e acabou promovido direto para o time de aspirantes, que disputa o Baiano sob comando de Agnaldo Liz. Era para apenas integrar o grupo, mas foi colocado como titular ainda na pré-temporada.

“No ano passado coloquei na minha cabeça que seria artilheiro do Baiano sub-17, graças a Deus deu certo. O resto eu não esperava. Estava de férias em dezembro quando recebi a visita dos meus empresários, do nada. Aí eles disseram que eu me reapresentaria em janeiro e que jogaria o Baiano pelo sub-23”, conta.“Émerson Melo (coordenador das divisões de base) também foi conversar comigo. Disse que tinha conversado com Paulo Carneiro e que eles decidiram me colocar no profissional. Acho que foi um pedido do próprio presidente. Ano passado ele conversou comigo, disse que estava olhando meus jogos e que era para eu continuar assim”, completa Figueiredo.A promoção tão cedo rende algumas curiosidades. Como, por exemplo, o fato de Figueiredo ser um dos poucos entre seus colegas de sub-23 que não tem carro próprio. É claro: com sua idade, 17 anos, ele não tem nem como obter carteira de motorista.

Como todo adolescente, a expectativa pela habilitação tem sido grande. “Rapaz, estou esperando em Deus. Em abril vou fazer meus 18 anos e vou poder tirar a carteira. Estou nessa vontade da idade de tirar logo, de dirigir, de ter meu carro”, admite.

MARCAÇÃO DO PAI

Ainda que obtenha a carteira e compre um carro, a marcação em cima de Figueiredo continuará intensa. É que, até pelo fato de não poder dirigir ainda, o garoto é levado aos treinos todos os dias pelo pai, Durval Figueiredo. Ao final das atividades, lá está ele de novo para buscar o filho.

Seu Durval chegou à Toca do Leão bem no meio da entrevista ao CORREIO. “Pai não larga, não. Mesmo que ele tire a carteira, não pretendo deixá-lo vir sozinho. É muito bom para mim e para ele esse contato. Vou ensiná-lo a dirigir porque é bom para ele, mas vou continuar colado por muito tempo. Aqui ou fora do país. Para onde ele for, pretendo estar com ele”, conta o pai, aposentado.

Figueiredo é filho único de Durval e Elienaide. Antes, era a mãe quem o levava para os treinos. “Eu trabalhava e minha esposa o trazia para cá. Vencendo muitas dificuldades, sabe? A aula dele acabava 13h e ele tinha que estar aqui 13h30, vindo de Lauro de Freitas”, conta o pai.“Como ela não dirigia, saía do trabalho na hora do almoço, pegava ele na escola e trazia até o Barradão. Para dar tempo, ela almoçava no ônibus. Se não tinha almoço, comia um lanche. E voltava correndo para o trabalho. Todos os dias”, relata Durval.Figueiredo nasceu e cresceu em Itinga, em Lauro de Freitas. Chegou ao Vitória aos 12 anos, aprovado em um teste. O início no futebol foi com o pai, atleta amador na cidade da Região Metropolitana: “Ele ia comigo para os ‘babas’ em Lauro. Começou a entrar nos minutos finais, com uns 8 anos. Quando cresceu, começou a jogar mais”.

Durval participa da formação do filho até hoje: “Para você ter ideia, temos um treino lá em Lauro. Eu, ele e um amigo que é goleiro. Só bola parada. Falta, pênalti. Estou dando esse treino por fora para que ele melhore nisso. É importante”.

Por toda essa ajuda – seja nos treinos, seja na carona -, Figueiredo já sabe a quem dedicará o primeiro gol como profissional: “Com certeza será aos meus pais, né? Sempre fizeram de tudo para que eu virasse jogador. Se estou jogando no Vitória hoje, tenho que agradecer a eles”.