Cooperar para evoluir

As vantagens do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia

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  • Divo Araújo

Publicado em 30 de junho de 2019 às 05:30

- Atualizado há um ano

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Todas  as grandes conquistas ao longo da história da humanidade foram baseadas na capacidade de cooperar de forma flexível e em grande número, como observa o professor israelense de História, Yuval Noah Harari, no best-seller internacional Sapiens: Uma Breve História da Humanidade. Nesse sentido, merece comemoração o acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia (UE) estabelecido anteontem, após mais de 20 anos de negociações.

A questão econômica, obviamente, foi fundamental para que a União Europeia firmasse a parceria com os países sul-americanos, já que abre um mercado de 260 milhões de novos consumidores aos europeus. Para o Mercosul, também nesse aspecto, traz inúmeras vantagens, como tirar o bloco do quase isolamento de 20 anos - durante esse período ele só firmou acordos comerciais com poucos parceiros, a exemplo de Israel, Egito e a Autoridade Palestina.

O acordo com a União Europeia vai zerar, nos próximos dez anos, as tarifas de importação de 90% dos produtos exportados do Mercosul. O restante terá acesso preferencial por meio de cotas exclusivas.

O Ministério da Economia estima que o acordo deve representar um incremento de R$ 336 bilhões em 15 anos para o PIB brasileiro, podendo chegar a R$ 480 bilhões. Já para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), ele pode gerar um aumento de 23,6% das exportações brasileiras para o bloco europeu em dez anos, com potencial para criar 778 mil empregos.

Mas o aspecto político também teve um peso enorme na costura da parceria que elimina as barreiras de importação e exportação entre os dois blocos continentais. “Com o acordo, enviamos um claro e rotundo sinal favorável ao multilateralismo e ao livre comércio”, afirmou o presidente em exercício da Espanha, o socialista Pedro Sánchez (Psoe), que agiu rápido contra a resistência francesa ao acordo.

O sinal que Sánchez se refere é endereçado sobretudo aos Estados Unidos e à política protecionista do presidente Donald Trump, sua guerra comercial com a China, somada às incertezas da saída do Reino Unido da UE, por meio do Brexit. “Em meio a tensões comerciais internacionais, hoje estamos enviando um forte sinal junto com os parceiros do Mercosul, de que estamos a favor do comércio baseado em regras”, reforçou o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Principais líderes mundiais se reuniram na cúpula do G20, realizado durante essa semana no Japão (Foto: AFP) Outro efeito colateral positivo foi o compromisso do Brasil com o Acordo de Paris, fundamental para concretização da parceria, conforme o presidente francês, Emmanuel Macron. “O presidente Jair Bolsonaro me confirmou o seu compromisso, ao contrário das preocupações que se podia ter, com o Acordo de Paris e com a luta pela biodiversidade. Estamos comprometidos com o acompanhamento desses compromissos”, disse Macron. Segundo ele, foi a primeira vez que questões ambientais estão explícitas em um tratado comercial.

Ao capitalizar o “acordo histórico”, Bolsonaro disse que “evoluiu” ao aderir às práticas do livre mercado. “Confesso que, em grande parte, eu tinha ideias estatizantes, mas todos nós evoluímos. Nós acreditamos que somente no livre comércio, onde o indivíduo é forte e não o Estado, é que podemos sonhar com democracia, liberdade e prosperidade. Estamos alinhados”.

Mas, naturalmente, nem todos ficaram satisfeitos. No lado europeu, por exemplo, produtores rurais franceses temem a chegada de carne proveniente do sistema intensivo de criação de gado, diferente do de fazendas familiares do país. Já no lado americano, críticos alegam que o novo acordo pode dificultar a industrialização. Apesar desses temores, a história da humanidade mostra que isolacionismo e o protecionismo nunca pavimentaram o caminho para o futuro.

NÚMEROS QUE PREOCUPAM A BAHIA

Educação em baixa O desempenho dos estudantes do ensino médio na Bahia em Português e Matemática ficou muito abaixo da média, conforme Anuário Brasileiro da Educação Básica 2019 divulgado na quarta- feira. De acordo com o levantamento,apenas 4,7% dos alunos na Bahia têm  proficiência adequada em Matemática. Quando o assunto é Língua Portuguesa, o resultado é um pouco melhor, mas também está longe do aceitável.Apenas 18,4% dos baianos no ensino médio dominam os conteúdos da disciplina.

Na comparação com os outros estados do Nordeste, em Matemática, a Bahia é o terceiro estado pior avaliado, à frente apenas de Alagoas (4,5%) e Maranhão (3,2%). O Distrito Federal lidera o ranking com 17%. Em Língua Portuguesa, os baianos superam apenas o Maranhão (16,4%). O Espírito Santo foi o estado mais bem colocado, com 40,7%.

Impasse no comércio  A guerra judicial travada entre patrões e empregados, em torno da abertura do comércio de Salvador nos feriados, pode provocar perdas Milionárias. Caso a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região determinando o fechamento do comércio nesses dias seja a mantida, os shoppings centers da capital baiana terão um prejuízo de R$ 80 milhões até o fim de dezembro.

Portaria do Ministério da Economia autoriza o funcionamento permanente de empresas aos domingos e feriados. A medida, que abrange 78 atividades, inclui o comércio. Para o presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio do Estado da Bahia (Sindilojas), Paulo Motta, a iniciativa tem efeito imediato. O presidente do Sindicato dos Comerciários, Renato Ezequiel, por sua vez, diz que é preciso primeiro estabelecer parâme- tros claros. Entre os pedidos estão o pagamento de alimentação e vale-transporte, uma folga na semana e o pagamento de um valor pelo dia trabalhado.

Migração dos assaltos Apesar dos assaltos a ônibus em Salvador terem crescido apenas 0,3% no primeiro semestre deste ano, em oito bairros o aumento nas ocorrências superou a casa dos 50%, conforme dados disponibilizados pelo Sindicato dos Policiais Civis da Bahia (Sindpoc). Para o presidente da entidade, Eustáquio Lopes, migração para os bairros se deve ao maior policiamento ostensivo nas vias de maior fluxo de veículos.

Os dados mostram que a região que teve o maior aumento no percentual de ocorrências foi o bairro de Amaralina, que saltou de 13 para 32 assaltos, o que significa um aumento de 146,2%, seguido do Caminho das Árvores, com um aumento de 125% (pulou de 16 para 36 ocorrências). Já o campeão de ocorrência em números absolutos é o bairro de Pernambués, que acumula 72 casos entre janeiro e 23 de junho. No ano passado, foram 44 no mesmo período. Imagem provoca comoção mundial - A imagem de um migrante salvadorenho e sua filha de quase 2 anos afogados provocou uma comoção mundial esta semana. As vítimas morreram afogadas quando tentavam atravessar o Rio Bravo, no estado mexicano de Tamaulipas, em  viagem para os EUA. A foto desencadeou uma onda de críticas contra a política anti-imigração de Donald Trump. (FOTO DE STR/AFP) Influenciador digital na cadeia

Com 280 mil seguidores no Instagram, o empresário e influenciador digital Iuri Sheik vai deixar internet de lado para viver a rotina da cadeia. Por causa de uma rixa antiga, confessou ter matado a tiros o empresário William Oliveira, 28 anos, durante uma festa em Santo Antônio de Jesus. Sheik chegou a ser considerado foragido, mas se apresentou à polícia três dias após o crime. “Ele chegou no local dando um cavalo de pau, parou o carro, olhou para o cara e atirou”, contou uma testemunha. (Foto: Alberto Maraux/Ascom SSP-BA)