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Fernanda Varela
Publicado em 18 de março de 2020 às 15:20
- Atualizado há 2 anos
O governador Rui Costa (PT) anunciou nesta quarta-feira (18) que não vai decretar que supermercados e feiras livres suspendam suas atividades para evitar disseminação do novo coronavírus.>
Em uma conversa com prefeitos de municípios do interior baiano, transmitida ao vivo pelo Youtube, ele explicou a importância de não gerar um desabastecimento no estado.>
"A feira livre é um lugar de abastecimento. As pessoas precisam comprar farinha, arroz, feijão. Precisam alimentar suas família e comprar comida em algum lugar. O mercado é lugar para isso. Não dá para sair fechando todos os mercados e feiras, senão vamos gerar um desabastecimento no estado", defendeu.>
O gestor estadual, que estava acompanhado do secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Bôas, explicou ainda que algumas medidas de prevenção precisam ser tomadas para quem vai às compras.>
"As pessoas têm que ter cuidado, lavar as mãos, usar álcool. No caso dos idosos que não têm ninguém e não podem deixar de ir à feira, basta usar máscara, além da higiene", completou o governador.>
Rui Costa chegou a ponderar que em locais que tem casos confirmados, como Salvador, Feira de Santana, Porto Seguro e Prado, é possível estudar alguma forma de alterar o funcionamento das feiras livres, para evitar aglomeração, mas descartou que todos os estabelecimentos do ramo sejam suspesos. "Não é trivial isso. Só adotaremos medidas assim no momento correto. Se você não faz isso no momento correto, gera prejuízos sérios".>
No bate-papo com o governador, alguns gestores municipais sugeriram que as feiras livres sejam realizadas em menos dias da semana ou que passem a ocorrer em diversas ruas da cidade, com maior espaçamento entre as barracas. Rui Costa prometeu avaliar as sugestões.>
Corrida aos mercados Na segunda-feira (16), o CORREIO mostrou que o medo da pandemia fez aumentar a procura por alimentos em Salvador. A reportagem visitou sete supermercados e, em todos encontrou algumas prateleiras vazias. Produtos como papel higiênico, lenços, absorventes, sabonetes, queijo, feijão, macarrão, arroz e óleo eram os mais atingidos, principalmente os produtos de marcas mais famosas. >
A Associação Baiana de Supermercados (Abasa) confirmou que um aumento da procura por produtos dessas categorias nos mercados, mas negou risco de desabastecimento para os próximos 30 dias.>
A aposentada Sônia Magalhães, 68 anos, assustada com a pandemia, encheu dois carrinhos e fez compras suficientes para dois meses.“Nessas próximas semanas o objetivo é nem sairmos de casa. Minha filha foi liberada pelo trabalho e meu neto está sem aulas. Então, estamos estocando comida para termos tudo que precisamos em casa”, explica ela, que foi fazer compras usando máscara. O recomendado pelo Ministério da Saúde é que apenas pessoas doentes façam uso do equipamento em locais públicos.Já a advogada Patrícia Lelis, 35, acabou comprando a mais por precaução. “Como produtos de limpeza, arroz, feijão, não são perecíveis, eu comprei em uma quantidade maior, pois não estragam. Posso usar daqui a uns meses que não tem problemas”, conta.>