Coronel Lima chega à PF em São Paulo, onde Temer está preso

Aliado do ex-presidente também ficará recluso preventivamente

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  • Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2019 às 17:51

- Atualizado há um ano

O coronel João Batista Lima Filho já chegou na tarde desta quinta-feira, 9, à sede da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo, onde tinha de se entregar até às 17 horas.

O carro em que ele estava era escoltado por uma viatura da PF e chegou ao local às 16h45.

Coronel Lima foi preso novamente devido a uma decisão dos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), que determinou ontem por 2 a 1 que ele e o ex-presidente Michel Temer voltassem à prisão.

Eles haviam sido presos em 21 de março, no âmbito da operação Descontaminação, desdobramento da Lava Jato no Rio de Janeiro que apura suposto esquema de corrupção na Eletronuclear.

Bloqueios Ainda nesta quinta, o juiz federal Marcus Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara de Brasília, decretou o bloqueio de R$ 32,6 milhões das contas de Temer, do coronel Lima, e do sócio da Argeplan Arquitetura Carlos Alberto Costa, no âmbito do inquérito dos Portos. 

Em decisão de 29 de abril, o magistrado afirma estarem "presentes indícios suficientes que apontam, prima facie, para o cometimento dos crimes de corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, condição exigida pela lei de lavagem de dinheiro para o sequestro de bens, direitos e valores requeridos".

"O bloqueio destes valores e bens constitui medida essencial para fazer frente à eventual reparação dos danos causados pelo cometimento dos ilícitos penais em apuração e, bem assim, satisfazer pena pecuniária acaso aplicada", anotou.

Segundo o Ministério Público Federal, Temer, coronel Lima e Carlos Alberto Costa "ocultam a propriedade de recursos oriundos de crimes praticados por organização criminosa e contra a Administração Pública, por meio de empresas de fachada (Argeplan, Eliland do Brasil, PDA Administração e PDA Projeto)"

O relatório de análise da Procuradoria dá conta de que entre agosto de 2016 e julho de 2017, essas empresas tiveram movimentação financeira de crédito de R$ 32.615.008,47. Do total, são R$ 20,6 milhões nas contas da Argeplan, R$ 11,6 milhões nos saldos da PDA Administração, e outros R$ 400 mil passaram pela PDA Projeto'.

A decisão judicial foi dada em 29 de abril, mesma data em que a Justiça abriu ação penal pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro contra o ex-presidente, o ex-assessor da Presidência Rodrigo Rocha Loures, os empresários Antonio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita, e o amigo do ex-presidente João Baptista Lima Filho, o Coronel Lima.