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Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2019 às 20:56
- Atualizado há 2 anos
As prisões da desembargadora Maria do Socorro Barreto Santiago, do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ), e do juiz Sérgio Humberto de Quadros Sampaio, da 5ª Vara de Substituições da Comarca de Salvador, foram referendadas nesta quarta-feira (4) pela Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A decisão vale também para o afastamento de mais três desembargadores e uma juíza da Corte estadual.>
Os magistrados afastados são suspeitos de lavagem de dinheiro, corrupção, formação de organização criminosa e venda de sentenças relacionadas a casos de grilagem e disputa de 366 mil hectares no Oeste baiano. O suposto esquema envolveria desembargadores, juízes e servidores do TJ e veio a público durante a Operação Faroeste, PF e do Ministério Público Federal (MPF).>
A ação envolveu mais de 200 agentes, que cumpriram ordens de prisão e 40 mandados de busca e apreensão em gabinetes, fóruns, escritórios de advocacia, empresas e residências dos investigados, nas cidades de Salvador, Barreiras, Formosa do Rio Preto e Santa Rita de Cássia, na Bahia, além de Brasília.>
As prisões e os afastamentos dos magistrados foram determinados pelo ministro do STJ Og Fernandes, que ordenou também o bloqueio de bens dos suspeitos, no total de R$ 581 milhões. Ele destacou que as investigações da Operação Faroeste indicam rendimentos muito superiores aos subsídios recebidos pelos acusados, um dos quais possui 57 contas bancárias.>
Segundo o ministro, também há indícios de envolvimento dos desembargadores com escritórios de advocacia que atuavam em causas cíveis julgadas pelo tribunal e de “laranjas” usados na compra de aeronaves, veículos de luxo e embarcações.>
Informações divulgadas nesta quarta (4) pelo STJ dão conta de que o caso de fraudes e grilagem de terras envolvendo magistrados da Bahia não é novo e já estava sendo apurado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).>
Também preso pela Faroeste, Antônio Roque Neves foi exonerado do cargo de secretário judiciário pelo presidente em exercício da Corte, Augusto de Lima Brito. Neves é ligado ao desembargador Gesivaldo Britto, afastado do comando do tribunal por 90 dias.>