‘CPMF digital’: Guedes planeja criar imposto para transações pela internet

‘Tem que ter um imposto para transação digital’, disse ministro da Economia

Publicado em 18 de dezembro de 2019 às 19:43

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Tânia Rêgo/ABr

Foto: Tânia Rêgo/ABr O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (18) que a ideia de tributar transações financeiras foi considerada desde o início das discussões da reforma tributária, mas que a CPMF virou "um imposto maldito". No entanto, aproveitou para afirmar que um tributo do tipo pode ser criado de olho em transações feitas pela internet.

"Se ninguém quer CPMF, não existe. A ideia sempre foi tributar transações digitais. Precisa de algum imposto, estamos procurando", comentou, em coletiva de imprensa em Brasília.

Ele também afirmou que as transações financeiras via web serão cada vez mais comuns nos próximos anos.

“Você nem vai passar mais em banco, [vai] transferir dinheiro pelo celular. Como vai tributar essa transação? Essa transação digital? Você precisa de um imposto. Tem que ter um imposto para transação digital”, acrescentou, sem dar outros detalhes sobre o estudo da equipe econômica.

A proposta original do governo era criar uma contribuição sobre movimentações financeiras, em um mecanismo semelhante à CPMF, para financiar a desoneração da folha.

O presidente Jair Bolsonaro declarou ser contra a recriação do tributo ainda na campanha, mas nesta semana disse que todas as alternativas estão na mesa.

Guedes disse na entrevista que a tributação sobre a folha de trabalho é a "mais perversa de todas", mas ressaltou que a única forma de desonerar a folha de pagamentos é encontrando uma "base alternativa de tributação".

"Nós sempre examinaremos bases amplas. Os impostos hoje já são muito altos. O IVA (considerado nas propostas de reforma tributária em tramitação no Congresso) já é alíquota alta, o comércio já não aguenta 25% e teria que elevar pra 30%", afirmou o ministro. Com informações do Estadão Conteúdo.