Dado diz que placar poderia ter sido melhor: 'Criamos para mais'

Bahia bateu o Vila Nova por 1x0 em Goiânia e joga pelo empate no duelo de volta pela Copa do Brasil

  • D
  • Da Redação

Publicado em 1 de junho de 2021 às 21:35

- Atualizado há um ano

. Crédito: Bruno Queiroz/EC Bahia

No duelo de ida da terceira fase da Copa do Brasil, o Bahia se deu melhor: bateu o Vila Nova por 1x0, no estádio Onésio Brasileiro Alvarenga, em Goiânia, na tarde desta terça-feira (1º). Apesar do placar magro, o tricolor empilhou oportunidades, mas viu o goleiro Georgemy, em dia de ótima atuação, e o travessão evitarem um resultado com mais gols. 

Após a partida, o técnico Dado Cavalcanti pregou respeito ao adversário, mas afirmou que o desempenho do Bahia era compativel com um resultado melhor."Com todo o respeito ao Vila Nova, criamos para mais. Tivemos grandes chances no primeiro tempo, principalmente. No segundo, tivemos outras. Acho que poderíamos ter saído com um placar melhor. Porém, levamos uma pequena vantagem. A gente sabe que, em um confronto de Copa do Brasil, não dá para entrar no segundo jogo pensando no que fez hoje. Começar do zero. Um novo jogo, novo desafio. Tínhamos o compromisso de levar alguma vantagem no jogo da volta e conseguimos", falou.Aos 37 minutos do segundo tempo, Alesson recebeu passe em profundidade e invadiu a área, mas foi derrubado pelo goleiro Georgemy. Os jogadores do Bahia ficaram pedindo pênalti, mas o árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima mandou seguir. Dado lamentou que a penalidade não foi assinalada, mas disse que o lance ficou no passado.

"Fica no lamento. Não adianta, não volta atrás. A gente acaba não tendo essa possibilidade. A vantagem poderia ser ampliada. Não foi, paciência. Trabalhar para fazer um jogo de volta consistente, como foi aqui hoje, para conseguir a classificação", disse.

O Bahia pressionou bastante no início do jogo, acuando o Vila Nova. Mas, com o passar do tempo, o tricolor diminuiu o ritmo, e viu o rival crescer na segunda metade do primeiro tempo e equilibrar as ações. Dado falou que é preciso administrar as ações, pelo desgaste dos atletas do setor ofensivo na maratona de jogos que o time vem enfrentando.

"Não é simplesmente correr para frente que se faz uma marcação bem feita na saída do adversário. Tem um desenho, leitura, agressividade. E precisa de força para isso. A gente vai perdendo um pouco dessa força. Lembro da sequência de jogos absurda que temos, decisões em Copa do Nordeste, Sul-Americana, início de Série A. Isso tudo traz um peso maior para uma equipe que vem jogando esses jogos. Necessário ter inteligência de, em algum momento, administrar, como fizemos hoje", comentou."Subimos a marcação no primeiro tempo, fomos agressivos, levamos vantagem na saída de bola do adversário. Mas, por estarmos sustentando uma linha alta, principalmente os zagueiros, nossa primeira linha se degasta muito. Após um contra-ataque, eles têm que correr 30, 40 metros para trás em velocidade", seguiu Dado.Durante o duelo, o Vila Nova, aos poucos, ia conseguindo sair para o jogo, principalmente com Kelvin, pelo lado esquerdo tricolor. As investidas, porém, não foram uma preocupação de Dado.

"Se faz necessário destacar a questão do nosso adversário. O lado esquerdo foi o que Kelvin atuou. Ele é jogador arisco, de rabisco, de forte agressividade no um contra um. Tivemos dificuldades nos dois lados em que ele jogou. Na lateral do Renan Guedes também tivemos dificuldade. Então entendo isso como algo que o adversário propôs, e a gente tem, dentro do jogo, neutralizado essas condições. Hoje, no um contra um, mesmo sendo um jogador rápido, não levou tanta vantagem. Apenas o Vila Nova insistiu mais pelo lado dele. Entendo isso, hoje, como forma natural pela imposição que o adversário nos propôs", comentou o treinador.

Com o resultado, basta um empate na segunda partida para o Esquadrão garantir a classificação às oitavas de final. A volta está marcada para a quarta-feira da semana que vem, dia 9, às 19h, em Pituaçu. Apesar da vantagem, Dado negou a possibilidade de poupar jogadores ou de fazer testes na equipe."Fora de cogitação. Não existe vantagem significativa. E, mesmo se existisse, em mata-mata não se brinca. Nossa equipe tem internamente muito foco. Teremos um jogo difícil que vamos fazer e vamos para campo com o melhor que temos", falou.Antes, o Bahia tem compromisso pela Série A: enfrenta o Red Bull Bragantino no sábado (5), às 21h, no estádio Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista, São Paulo.

Confira outros trechos da entrevista de Dado Cavalcanti

Marcação alta durante o primeiro tempo Se faz necessário entender o contexto do jogo. Subimos a marcação no primeiro tempo, fomos extremamente agressivos, levamos vantagem na saída de bola do adversário. Mas, por estarmos sustentando uma linha alta, principalmente os zagueiros, nossa primeira linha se degasta muito. Com as saídas do adversário em contra-ataque, eles têm que correr 30, 40 metros para trás em velocidade. Se desgasta mais. Minha justificativa para fazer ou não a marcação alta, falei que tudo dependeria do condicionamento físico em campo. Pela característica dos jogadores no segundo tempo, foi diferente. Não tínhamos o Rodriguinho, retendo a posse; tínhamos duas espoletas, velocistas, pelos lados, Ruiz e Alesson. Isso fez parte da escolha do segundo tempo. E, mesmo nessa condição, criamos situações. Tivemos o lance do pênalti, o que eu achei claríssimo, que infelizmente não foi marcado. Tivemos vantagem em cima desse contra-golpe que criamos.

Trocas no jogo Duas primeiras trocas se deram muito mais por perda de rendimento físico. Patrick já estava amarelado em campo, vencíamos por 1x0 e o Vila Nova começou a ter volume e disputas no campo de jogo quase sempre direcionadas ao miolo. Tive receio que Patrick, numa dividida ou em uma bola que chegasse atrasado, e tomasse o segundo amarelo. Troquei por Jonas. Daniel perdeu muito rendimento em campo, acabou trazendo essa troca física. A entrada de Gilberto por Thonny Anderson foi uma substituição simples. Tendo Gilberto entrando no segundo tempo, ganhando mais força explosiva, de arranque, ataque à última linha. A troca dos extremas, Ruiz e Alesson, tiveram como interesse ganhar na velocidade de contra-ataque, puxamos esse contra-ataque com o Ruiz e Alesson. Tivemos chance de pênalti não marcado com Alesson, porque precisávamos ganhar essa saída, essa agressividade na chegada à frente.

Claus x Teixeira no gol Vem uma dor de cabeça boa. É uma condição que qualquer treinador quer ter. Já tenho outras possibilidades, outros jogadores em outras posições se destacando. Temos bons goleiros, quatro, qualificados. Teixeira, por enquanto, está fora de combate. No retorno dele, vamos aguardar qual a melhor condição.

Condição de Gilberto Vamos avaliar. Hoje, demos ainda um suporte a mais de sessão de treinos para Gilberto, ele já treinou um pouco mais. Ele treinou dois dias apenas antes do jogo contra o Santos. Na partida contra o Santos, foi substituído com a perna mais pesada que o normal. Fiz a opção de ele começar no banco hoje. Vamos ganhar alguns dias de avaliação em cima da melhor condição de Gilberto, se é para começar jogando ou se é para iniciar no banco, como opção. Seremos bem cautelosos em relação a isso. Mas temos dois dias ainda de avaliação antes do jogo contra o Red Bull Bragantino.