Damares relembra estupro sofrido quando morava em Feira de Santana

Ministra voltou à cidade baiana para entregar novos carros para conselhos tutelares

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  • Da Redação

Publicado em 13 de agosto de 2020 às 23:15

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Ed Santos/Acorda Cidade

Foto: Ed Santos/Acorda Cidade A ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, visitou Feira de Santana nesta quinta-feira (13), onde participou da entrega de automóveis 0km para conselhos tutelares de 17 municípios baianos. As informações são do Acorda Cidade.

Durante discurso, a ministra destacou a felicidade de voltar a Feira, cidade onde morou por uma década, e a importância dos conselhos tutelares.

Apesar da confessa satisfação em voltar à cidade baiana onde morou na infância, ela também se emocionou ao lembrar de um momento muito triste e traumático em sua vida. Durante o discurso, relembrou o episódio em que foi estuprada, aos seis anos de idade, e destacou o valor simbólico da ação social do governo para evitar que episódios semelhantes se repitam.

“A importância de eu estar aqui nessa cidade hoje entregando esses carros e firmando essa parceria pela infância também é pessoal para minha vida. Aos seis anos eu fui barbaramente estuprada nessa cidade. Eu sei o que é violência contra criança e não sei por que ouvi falar ou li em livros, eu sou sobrevivente”, iniciou ela.

“Só quem passou pelo que eu passei é que sabe a importância da entrega de um carro desses aos conselhos tutelares. Esses heróis anônimos às vezes esquecidos pelas autoridades. Pergunte como é a vida deles, quantas Damares eles acolhem todos os dias vítima de abuso sexual”, complementou ela, que já fez diversos relatos em cultos evangélicos sobre os abusos sofridos na infância, ataques esses que a levaram a pensar em suicídio.

Natural de Paranaguá, no Paraná, ela veio ainda pequena para Feira, e só retorna agora, quase cinco décadas depois de deixar a cidade. 

Na oportunidade, Damares ainda falou sobre a violência sexual praticada contra bebês recém-nascidos. “Tem pais abusando de crianças recém-nascidas para filmar. Um vídeo desses pode custar 100 mil reais no Brasil. Tem pais abusando de bebês por dinheiro. É um mercado macabro, é crime organizado e vamos ter que enfrentar isso no Brasil. Temos que nos reunir a favor da infância”, acrescentou.

Damares citou entre as propostas para acabar com a pedofilia e abuso sexual de crianças e adolescentes no Brasil, um Projeto de Lei que propõe o agravamento da pena do abusador, quando ele for um líder religioso, um médico, um professor, um treinador de esporte, ou seja, uma pessoa que usa da confiança da criança para explorá-la sexualmente. 

Além disso, informou que também há uma proposta para que a prescrição da pena do abusador não seja mais com 70 anos de idade e sim a partir de 80 anos.

“A proteção da infância é uma prioridade do governo Bolsonaro e está sendo tratada por todos os ministérios de forma transversal”, comentou a ministra. Confira a reportagem completa no Acorda Cidade.