Daniel Alves: um exemplo a ser seguido

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  • Miro Palma

Publicado em 5 de julho de 2019 às 05:00

- Atualizado há um ano

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 Seleção Brasileira que venceu a Argentina por 2x0 teve a postura que era esperada pelos torcedores desde o início da Copa América. Não à toa, passou pelos hermanos sem dificuldade - mesmo com os supostos erros de arbitragem. Se o Brasil, nos jogos anteriores, ainda não tinha dado o seu máximo, o mesmo não podemos dizer de um de seus jogadores: Daniel Alves.

Desde o primeiro duelo, diante da Bolívia, o juazeirense tem sido o tal maestro de quem Tite tanto falava tempos atrás. Talvez, nessa época, nem mesmo o treinador da equipe imaginasse que, a essa altura, o atleta “ritmista” viria da lateral direita. Mas, convenhamos, Daniel Alves já não pertence somente a um setor do campo.

Estamos ouvindo muito por aí que o baiano se reinventou após a lesão que o tirou da Copa do Mundo da Rússia, no ano passado. O próprio já usou o mesmo termo algumas vezes. Mas, para mim, Daniel Alves evoluiu. Prefiro essa palavra porque o conceito de reinventar me traz a ideia de deixar algo para trás e começar de outra forma. E não há como deixar para trás os feitos do melhor lateral-direito em atividade no mundo. No entanto, há como ir além. E é exatamente isso que ele está fazendo ao se permitir avançar os limites da sua posição em campo.     Essa mudança, importantíssima para uma equipe razoável e que ainda viu a saída de seu jogador mais estrelado, diz muito sobre quem é Daniel Alves. Um atleta de 36 anos, ídolo em todos os clubes por onde passou – inclusive por aqui, no Bahia – e que mesmo após alcançar um patamar tão alto, segue com a gana de quem ainda quer conquistar muito mais.

Não que ele precise. Se levantar a taça da Copa América, Daniel vai chegar ao quadragésimo título da sua carreira. O maior campeão da história do futebol. Ele gosta de dizer que “isso é o de menos”. Mas não é. Isso é demais. Especialmente, quando o vemos em campo. Dentro das quatro linhas, o baiano é raçudo. Uma espécie cada vez mais rara no mundo da bola. Em tempos de muitas quedas e pouca eficiência, Daniel mantém-se ávido na busca pela redonda. Além de sempre habilidoso com seus dribles e passes, inteligente no seu posicionamento e respeitado como o melhor capitão que essa equipe poderia ter.

Recentemente, ele disse ter a raça de Cafu e a qualidade de Jorginho. Apesar de criticado por alguns, muito mais por uma possível arrogância do que por imprecisão histórica, não há o que discordar. Mesmo sem um título de Copa do Mundo – ainda – entre os seus tantos outros, Daniel Alves já superou esses dois grandes ídolos.

O baiano é sempre direto fora dos campos. Eu diria até que é um dos últimos remanescentes de uma geração de transição entre os jogadores que éramos acostumados a ver antigamente – sem mil assessorias, filtros e blindagens – e os novos atletas “digital influencers”. Ele vive o universo das celebridades, dos milionários e fashionistas, mas mantém a autenticidade de quem está ali para jogar e não para cuidar da imagem.

Saber transitar em diferentes cenários talvez seja a sua maior qualidade. Como a do menino de Juazeiro que se tornou o campeão dos campeões na Europa. Ou a do ídolo rico e famoso que nunca perdeu a mentalidade de atleta. Ou, ainda, a do lateral-direito que joga como um camisa 10. Esse é o “Good Crazy”, como ele mesmo gosta de dizer...  

Miro Palma é subeditor de Esporte e escreve às sextas-feiras