Defensoria visita comunidade cigana e sede do Comando da PM no sudoeste da Bahia

Membros da instituição buscam intermediar a relação marcada por episódios de violência

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  • Da Redação

Publicado em 25 de agosto de 2021 às 17:07

- Atualizado há um ano

. Crédito: Divulgação/DPE-BA

A Defensoria Pública do Estado da Bahia (DPE/BA) organizou, na terça-feira da semana passada (17), uma visita técnica no bairro Felipe Achy, no município Itambé, no sudoeste baiano, onde famílias ciganas relataram serem vítimas de violência.

Em nota, a DPE/BA esclareceu que “a preocupação em ouvir esta comunidade se dá após uma série de relatos de violação de direitos, que envolvem violência policial e cerceamento do direito de ir e vir.”

Há uma preocupação da DPE/BA com a população cigana da região desde o evento que culminou na morte de um grupo ciganos integrantes de uma mesma família em Vitória da Conquista.

No dia 13 de julho, dois policiais militares foram mortos no Distrito de José Gonçalves, na zona rural de Vitória da Conquista. A ação foi atribuída a uma família de ciganos que residia na localidade. Desde então, oito integrantes dessa família foram encontrados mortos. 

As consequências desse evento afetam também, ainda hoje, outras dezenas de ciganos que denunciam perseguição e agressões em cidades vizinhas, como em Itambé. 

“Nessa situação nós entendemos que seria interessante uma atuação institucional, uma vez que trata-se de uma grave violação de direitos de uma comunidade étnica que está sendo perseguida”, comenta José Raimundo Campos, defensor público e coordenador da 2ª regional da DPE/BA. Foto: Divulgação/DPE-BA Ainda na terça (17), o coronel Ivanildo da Silva, responsável pelo Comando de Policiamento da Região (CPR) Sudoeste, da Polícia Militar da Bahia, convidou a equipe para a sede da corporação, em Vitória da Conquista, para debater sobre a situação com a população cigana. 

O objetivo, segundo as partes, é construir o diálogo para combater episódios de perseguição e coibir novas violências de PMs contra a comunidade. Podendo, inclusive, abrir inquéritos policiais para investigar casos de abuso.

“Esse gesto de nos encontrar com o comando do Sudoeste faz parte do fortalecimento da rede que a Ouvidoria tem criado com as instituições públicas na perspectiva de garantir os direitos e estreitar esse relacionamento na região Sudoeste para a defesa dos direitos humanos, resguardando não só os povos ciganos mas também os servidores de segurança pública do estado. Queremos que todas as pessoas possam viver com dignidade, no direito de viver e existir”, conta Sirlene Assis, ouvidora-geral da Defensoria.

Participaram também do encontro o tenente-coronel Fernando Leite; o tenente-coronel Eduardo Moreira; a defensora pública e coordenadora do Núcleo de Integração, Cristina Ulm; e a coordenadora do Centro de Referência de Combate ao Racismo e à Intolerância Religiosa Nelson Mandela, vinculado à Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Estado da Bahia (Sepromi), Maíra Vida.