Defesa Civil registra 151 ocorrências após chuvas em Salvador

Sistema de alta pressão atmosférica causa o mau tempo

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  • Nilson Marinho

Publicado em 21 de março de 2019 às 18:49

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Evandro Veiga/CORREIO

Pista molhada exigiu atenção redobrada do motorista na Avenida Paralela (Foto: Evandro Veiga/CORREIO) A Defesa Civil de Salvador (Codesal) registrou 151 ocorrências até as 19h30 desta quinta-feira (21), sendo a maioria ameaças de deslizamento (46), além de 37 casos de ameaças de desabamento, 16 deslizamentos de terra, 12 alagamentos de imóveis, dez árvores ameaçando cair, três árvores caídas, duas avaliações de área, seis avaliações de imóveis alagados, dois desabamentos parciais, quatro infiltrações, 12 orientações técnicas e uma ameaça de desabamento de muro.

Até as 16h30 eram 131 ocorrências, sendo a maioria ameaças de deslizamento (36). Trinta e um casos foram de ameaças de desabamento, 14 deslizamentos de terra, dez alagamentos de imóveis, dez árvores ameaçando cair, três árvores caidas, duas avaliações de área, seis avaliações de imóveis alagados, dois desabamentos parciais, quatro infiltraçõeso, 11 orientações técnicas e uma ameaça de desabamento de muro.

Não houve registro de feridos. A Codesal permanece de plantão 24 horas, atendendo às solicitações pelo telefone gratuito 199.

Pela manhã, teve gente que se assustou: as nuvens densas, carregadas de massas de ar, chegaram em Salvador no início desta quinta-feira (21) causando chuvas, raios e trovões. Se até essa quarta-feira (20), o soteropolitano reclamava do forte calor, agora o momento é de alívio e de máximas mais baixas. Em contrapartida, a atenção deve se voltar para os alagamentos e possíveis deslizamentos de terras, comuns nesta época do ano. A previsão é que as chuvas continuem na capital baiana até o início da próxima semana.  

O que tem provocado o mau tempo é um sistema de alta pressão atmosférica atuando a cerca de 10 km de altitude e que tem influenciado a Bahia, se estendendo, também, até o Norte do estado de Minas Gerais.

Instabilidade Segundo Aldírio Almeida, meteorologista do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), é isso que tem contribuído para que a área de instabilidade tenha se espalhado por todo o estado. 

“A borda da área do sistema de instabilidade é sobre a região do Recôncavo, mas essas instabilidades sobem, chegando até Salvador. Mas a previsão é que as chuvas atinjam mais o litoral sul, o baixo-sul e sudoeste da Bahia. Em Salvador, também podemos esperar alguns períodos com mais chuvas, inclusive volumosas, com temperaturas elevadas”, explicou o meteorologista.

A estudante Priscila Oliveira, 22 anos, não lembra a última vez que teve que sair de casa com o guarda-chuva na bolsa. Nesta quinta, não esqueceu do objeto, afinal os especialistas já alertavam para a mudança do clima.

“Eu já estava preparada porque, no dia anterior, recebi por mensagens fotos e vídeos de alagamentos e quedas de árvores na minha cidade, Alagoinhas, por isso, fiquei em alerta. A vontade que a gente tem é de não sair da cama”, disse a jovem.

Volume Em relação às outras cidades do estado, choveu pouco na capital baiana, de acordo com o sistema pluviométrico do Inema. No CAB, região com o maior volume de chuva na cidade, foi identificado entre 0h e 9h desta quinta, apenas 27,5 mm de chuva. Em seguida, veio o bairro de Nova Esperança, com 27,1 mm. Já na região do Cabula choveu 3,5 mm. Na Região Metropolitana de Salvador (RMS), o cacau caiu com maior força. Em Candeias,o Instituto mediu 44,2 mm e em Simões Filho, 42,3 mm.

Já no interior do estado, a chuva chegou causando estrago. Em Mucugê, na Chapada Diamantina, o concentrado de precipitação foi de 130 mm – valor considerado pelos os especialistas alto para as últimas 24 horas. Para se ter uma ideia, 1 mm de chuva é o que corresponde a 1 litro de água por m².

Em Ilhéus, a precipitação foi de 99,5 mm. Por lá, a chuva veio acompanhada de fortes rajadas de vento e descargas elétricas. A previsão do Inema é que a situação se estenda durante toda a noite. "Nesta primeira metade do Outono, tem uma característica mais de Verão. O que tem acontecido são chuvas de Verão, de pancadas mais intensas, muitas vezes acompanhadas de trovoadas. A segunda metade do Outono já se assemelha mais ao Inverno, chuvas fininhas e mais prolongadas, ao longo de todo o dia", completou Aldírio. Temperaturas Nessa primeira etapa da nova estação, as máximas chegam até 29,5°C, e as minímas, a 23,7°C. Já na segunda metade, as máximas não ultrapassam os 28°C, e as mínimas não passam de 22°C. Mas frio mesmo só em agosto, mês considerado mais gelado em Salvador, quando há a possibilidade dos termômetros atingirem 21,1°C. Os cálculos foram feitos com base em dados dos últimos 30 anos. 

Alerta Até as 11h desta quinta, a Codesal havia registrado seis deslizamentos de terra, sendo dois em Valéria, dois em Pau da Lima e dois em Cajazeiras; duas quedas de árvore no Centro e em Valéria; cinco alagamentos de imóvel, 17 ameaças de desabamento; uma ameaça de desabamento de muro; 14 ameaças de deslizamento; sete árvores ameaçando cair; um incêndio; duas avaliações de imóvel alagado e oito orientações técnicas, também sem registro de feridos.

Para os próximos dois dias, o órgão prevê uma tendência de pancadas de chuvas moderadas, por vezes fortes, acompanhadas por rajadas de vento e temperatura mínima de 23ºC e máxima de 34º C. Há riscos para alagamentos e deslizamentos de terra.

"No período chuvoso, o órgão intensifica as atividades de vistoria em áreas de risco de modo a garantir a segurança da população e preservar vidas a partir da redução de desastres em áreas passíveis de deslizamentos de terra e alagamentos", informou a Codesal. 

*Com supervisão do chefe de reportagem Jorge Gauthier