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Da Redação
Publicado em 26 de outubro de 2019 às 14:30
- Atualizado há um ano
O Acordo de Paris aprovado em 2015 objetiva reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e limitar o aumento da temperatura mundial em 2oC em relação aos níveis pré-industriais. O Brasil assinou o Acordo e estabeleceu os compromissos para a redução das emissões de GEE em 37% em 2025 e 43% em 2030, considerando 2005 como referência. Para isso, uma das ações propostas é diversificar a matriz energética alcançando 45% em energias renováveis em 2030.
A energia solar tem um papel fundamental para que o Brasil cumpra esses compromissos. As energias elétrica e térmica podem ser geradas a partir da radiação solar em todo o território brasileiro, especialmente na Região Nordeste. O Brasil também possui grandes reservas de silício na Bahia, Minas Gerais e Goiás. Contudo, não obstante essas vantagens comparativas, as lâminas de silício grau solar são importadas e representam o item mais caro da placa fotovoltaica.
Apesar dessas fragilidades competitivas, o setor de energia solar fotovoltaica cresceu e hoje representa 1,2% da matriz elétrica brasileira. A geração de energia ocorre tanto na forma centralizada em usinas com contratos firmados em leilões quanto na forma distribuída pela produção dos consumidores em residências, condomínios etc. A Bahia lidera o ranking de geração centralizada (770 MW) mas ocupa somente a 17º posição na forma distribuída (15MW).
A energia solar tem um papel crucial para o aumento da resiliência climática, principalmente nos centros urbanos. Além disso, ela pode suprir a demanda energética de comunidades rurais, otimizar os processos produtivos e fornecer energia nos horários de pico aumentando a segurança energética. A geração de empregos é outro benefício, impulsionado pelo segmento de instalação.
Para o aumento da competitividade do setor desafios precisam ser enfrentados: a) investir no domínio tecnológico para a produção industrial das lâminas de silício e para aumentar a eficiência da geração de energia, atualmente em torno de 25%; b) desenvolver tecnologias de logística reversa para a reciclagem das placas no final da vida útil; c) redução da carga tributária da importação de equipamentos e produção de energia; d) ampliação da oferta de linhas de financiamento para pessoas físicas; e) regulamentação para parques híbridos de energia (eólica/solar) viabilizando novos empreendimentos através do compartilhamento de infraestruturas.
Somente assim poderemos entrar no ranking dos cinco países líderes do mercado de energia fotovoltaica: China, EUA, Japão, Alemanha e Índia.
Janaina Ottonelli é Pós-Doutoranda do NPGA/UFBA; Ulysses Cruz Doutorando do NPGA/UFBA; Adriano Rosa é advogado; Célio Andrade é Professor Titular do NPGA/UFBA. Membros do Grupo de Pesquisa GpS
Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores