Desembargadora baiana investigada na Faroeste perde cargo de supervisora

Sandra Rusciolelli Azevedo, que foi presa em operação, segue como desembargadora

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  • Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2020 às 23:03

- Atualizado há um ano

. Crédito: Mauro Akin Nassor/Arquivo CORREIO

Investigada na Operação Faroeste, a desembargadora Sandra Inês Moraes Rusciolelli Azevedo foi exonerada do cargo de supervisora do Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Conflitos (Nupemec). A decisão foi assinada na última quarta-feira (8), pelo presidente do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Lourival Almeida Trindade.

Em documento disponibilizado na segunda (13), Trindade aponta ter considerado o afastamento cautelar de Sandra Inês do exercício das funções da desembargadora para decidir pela exoneração. Em 24 de março, o ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou o afastamento de Sandra Inês do cargo pelo período de um ano.

Mesmo afastada, Sandra Inês ainda é desembargadora do TJ-BA. A decisão do presidente da corte só vale para o cargo que ela tinha no Nupemec.

Além de ser afastada, na mesma data, a desembargadora também teve prisão determinada pelo ministro Og Fernandes, relator da Operação Faroeste.

Sandra Inês foi presa temporariamente em 24 de março em ação da 5ª fase da Operação Faroeste da Polícia Federal. Mesmo com as investigações e a pandemia de coronavírus, a desembargadora não interrompeu seu suposto esquema criminoso, informou o ministro Og Fernandes.

A operação investiga possíveis crimes de lavagem de dinheiro, corrupção, formação de organização criminosa e venda de sentenças relacionadas a grilagem e disputa de terras no Oeste da Bahia. Junto com a desembargadora, também foram presos o filho dela, Vasco Rusciolelli Azevedo, e o advogado Vanderlei Chilante.

Og Fernandes autorizou a busca e apreensão de provas – como documentos e mídias, jóias, automóveis e dinheiro dos três acusados e também do agricultor Nelson José Vigolo, tanto em seus endereços residenciais quanto nos profissionais. 

No último dia 17, a Polícia Federal já havia apreendido mais de R$ 259 mil em posse de Sandra Inês e seu filho, dinheiro que teria sido remetido de Rondonópolis, no Mato Grosso, a Salvador pelo agricultor, representante da Bom Jesus Agropecuária, por meio do advogado da empresa, Vanderlei Chilante.

Com base em diálogos gravados que mostraram a continuação da rede criminosa mesmo após a deflagração da Operação Faroeste, o Ministério Público pediu o afastamento da desembargadora do cargo, a decretação da prisão preventiva dos três acusados e a autorização para as diligências de busca e apreensão.

*Com supervisão do editor João Galdea.