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Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2019 às 05:47
- Atualizado há um ano
Deve-se reconhecer, inicialmente, a brilhante iniciativa do Jornal Correio que em pleno Dia dos Pais resolveu homenagear os que se encontram com a guarda do (a, as) filho (a, os, as) e que dedicam do seu tempo para auxiliá-los no seu crescimento pessoal.
Mostra-se importante em nossa sociedade desigual, principalmente para nós mulheres, reconhecer aqueles pais que cumprem com sua obrigação de zelar pelo melhor interesse dos filhos, quando grande maioria não o faz.
O presente direito de resposta foi solicitado por mim ao Jornal Correio tendo em vista que a reportagem, em que pese a sua louvável iniciativa, tratou de forma superficial e, ainda, parcial, algumas das declarações trazidas nos depoimentos de Malu e Mateus, mas que em seu âmago têm o condão de interferir na vida de terceiros.
É importante destacar que em nenhum momento Eu, a Mãe de Malu, fui consultada sobre a presente reportagem, tampouco sobre a eventual possibilidade de minha exposição ou, pior ainda, da minha filha de 07 (sete) anos, a qual jamais expôs a vontade de ir morar com o Pai, mas tão somente o desejo de voltar a morar com sua irmã mais velha, Malu, da qual jamais havia se separado.
Destaque-se, por oportuno, que não tenho o interesse de adentrar a qualidade de Mateus como Pai, muito menos ingressar no mérito da sua relação com a nossa filha caçula, mas sim reforçar que tal menção, feita com base na versão de uma única parte, causou estranheza não somente a mim, bem como a todos que se encontram próximos da menor, repercutindo em diversas ligações para o meu celular e mensagens, inclusive dando-me conhecimento da reportagem no domingo.
Toda história possui dois lados, razão pela qual diversas das falas do genitor e da madrasta, certamente imbuídos da emoção de demonstrar todo o seu afeto por Malu, mostram-se tendenciosas já na primeira leitura, colocando-me como entrave na linda e emocionante história de Malu e Mateus.
O processo de transferência da residência de Malu, haja vista que a guarda segue compartilhada entre ambos os genitores, foi um processo lento, gradual e de comum acordo, sendo etapa necessária, quiçá indispensável, para o amadurecimento de Malu. Sendo este feito com a cautela necessária, não somente para proteger Malu, mas também a sua irmã caçula.
Causa enorme desconforto a mim, na condição de mãe, ter a história da minha filha, sem qualquer rusga ou orgulho ferido, comparada com a história de sua madrasta, a qual teve sua guarda revertida judicialmente após a comprovação de maus tratos a que vinha sendo submetida, sofrimento que nenhuma criança jamais deveria ser exposta. Portanto, Malu em nenhum momento repete a história de Juliana.
Por fim, mas não menos importante, é necessário desmistificar a preconceituosa ideia de que um (a) filho (a) só passa a residir com o pai quando não tem acolhimento e/ou amor de sua mãe. Há tempos nossa sociedade luta para desconstruir a ideia de que somente a mãe é capaz para cuidar dos filhos, relegando ao pai a única função de provedor financeiro.
Assim, fica o registro de que a reportagem, para enaltecer o pai, acabou subjugando a mãe, sem a cautela mínima em preservar a minha intimidade ou de minha filha caçula e sem sequer ter conhecimento de todo o caminho percorrido por mim, por Malu e pelo Pai, limitando-se a fotografar o momento presente como se retratasse todos os 16 (dezesseis) anos de relação mãe e filha
Grata pela atenção e pelo direito de resposta.
Milena Souza França, mãe
* A reportagem 'Escolhi ficar com ele' foi publicada no dia 11 de agosto de 2019.