Documentário sobre cassação de vereador negro é exibido em Salvador

'Renato, Um de Nós' tem sessão gratuita na Saladearte, com presença do vereador e do diretor para um bate-papo

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  • Da Redação

Publicado em 27 de julho de 2022 às 09:37

. Crédito: Foto: Malik Fotografia/Divulgação

O cineasta argentino Carlos Pronzato passou dez dias em Curitiba (PR) ao lado do vereador Renato Freitas (PT) para contar a história do processo de cassação enfrentado pelo parlamentar. 

O resultado está no filme Renato, Um de Nós, com 50 minutos de duração e que  mostra toda a mobilização que feita na capital paranaense pela absolvição do petista, além de dar a versão do personagem principal sobre os fatos ocorridos. Renato foi acusado de quebra de decoro por participar de um protesto antirracista.

O filme será exibido nesta quarta-feira (27), gratuitamente, às 19h, na Saladearte Cinema do Museu, no Corredor da Vitória, seguido de bate-papo com  Renato e com  Pronzato .

Em 5 de fevereiro de 2022, em todo o Brasil, movimentos sociais se reuniram para protestar contra os assassinatos de Moïse Kabagambe e Durval Teófilo, ambos motivados pelo racismo. Em Curitiba, o ato foi marcado em Frente à Igreja do Rosário dos Homens Pretos. 

Em determinado momento os manifestantes entraram na Igreja, o que rendeu cinco representações de vereadores de Curitiba que pediram a cassação do vereador Renato Freitas. A cassação aconteceu nos dias 22 e 23 de junho de 2022 e foi interpretada por movimentos negros como uma decisão explicitamente racista contra o edil.Posteriormente houve uma liminar que restituiu o vereador no cargo.

A estreia do média-metragem, gravado e finalizado ainda no mês de maio, foi em um acampamento do Movimentos dos Sem Terra (MST) no Paraná, durante o final do mês de maio. O documentário está disponível no YouTube.

Pronzato tem na sua obra cinematográfica um carinho junto a personagens e temas sociais. Ele já fez filmes sobre o Padre Júlio Lancelotti (Fé e Rebeldia, de 2021), o capoeirista Moa do Katendê (A Primeira Vítima, 2019), a desocupação do Pinheirinho (Tiraram Minha Casa, Tiraram Minha Vida, 2014) e a relação entre Paulo Freire e Dom Evaristo Arns (Dois Paulos na Pauliceia, 2021).