Donas do Caras e Bocas registram agressão no MP

No domingo, um homem invadiu o local e agrediu clientes e artistas

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  • Da Redação

Publicado em 2 de dezembro de 2019 às 19:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: Divulgação

As proprietárias do Espaço Cultural Caras e Bocas pediram a ajuda do Ministério Público no caso do ataque sofrido no fim de semana. Na madrugada de domingo (1º), um homem invadiu o estabelecimento, na Rua Carlos Gomes, no Centro, e agrediu clientes, artistas e as donas do local. O espaço é voltado para o público LGBTQIA+. Ele foi preso, mas liberado depois de alegar ter problemas mentais.

A dona do bar, Rosy Silva, contou que esteve no Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher e População LGBT (Gedem) do Ministério Público, na tarde desta segunda-feira (2), e registrou o caso. Ela abriu o estabelecimento na tarde de domingo, mas não se sentiu bem e acabou fechando novamente o local.

“A polícia liberou ele sem audiência de custódia. Ele disse que tem problemas mentais e a delegada liberou. Se ele tem problemas mentais, o que eu não acredito, ele tem que provar em audiência. Ele está na rua agora, e não sabemos onde. Não sabemos se ele vai tentar fazer de novo. É preciso alguém morrer para que ele fique preso?”, questionou.

Edson Oliveira Lima Macedo, 32 anos, foi preso na madrugada de domingo (1º). Ele obrigou o motorista de um ônibus a fazer uma parada na frente do bar, desceu do coletivo e invadiu o estabelecimento. Edson agrediu com socos clientes, transformistas que estavam se apresentando e arrastou pelos cabelos Alexsandra Leitte, proprietária do Caras e Bocas. Ela foi lançada na frente de um ônibus, mas o motorista conseguiu parar a tempo. 

Depois, ele tentou invadir o bar Âncora do Marujo, também voltado para o público LGBTQIA+, mas foi contido por clientes. Durante o ataque, o homem gritava que iria matar 'viados e sapatões'. Uma viatura, que foi chamada por Rosy, prendeu Edson e o levou à Central de Flagrantes ainda na madrugada, mas ele foi liberado no início da manhã.

A Polícia Civil disse que Edson alegou que faz uso de remédios controlados, que ele foi encaminhado para uma unidade psiquiátrica e, depois, para um posto de saúde para suturar um corte no supercílio. No posto médico, ele quebrou aparelhos e uma porta. O preso contou para a delegada que misturou os remédios com álcool e outras drogas e que, por isso, teve um surto. A polícia abriu inquérito, mas deixou que ele fosse liberado.

O caso será investigado pela 1ª Delegacia (Barris). A unidade pediu que fossem feitas perícias no bar, no ônibus que ele sequestrou, e no posto de saúde em que ele causou prejuízos.

Rosy contou que está com dores no corpo e que as lembranças do ataque ainda são recorrentes. No dia do crime estava acontecendo um concurso na casa e o local estava cheio. “Tivemos prejuízos no dia do ataque e depois, porque isso assustou e afugentou os clientes. Calculamos algo em torno de R$ 10 mil”, disse.  

O bar Caras e Bocas já passou por perícia e voltará a abrir as portas na quarta-feira (4).

Reincidente Esta não é a primeira vez que Edson se envolve com confusão em ambientes voltados ao público LGBTQIA+. Há pouco mais de 15 dias, ele discutiu com o garçom de uma sauna no Centro da cidade.

“Não teve motivo. Ele chegou falando, agredindo verbalmente as pessoas. Inicialmente, entrou e sentou como cliente, normal. Começou a falar coisas sem sentido. Mas, ele é inteligente. Ele não partiu para a agressão porque estava num ambiente só homens, pois sabia que estaria em desvantagem. Esta foi na segunda vez que ele esteve na casa. Na primeira, só falava alto”, contou Luciano Oliveira, proprietário do clube Olympus, na Rua Tuiuti, no Dois de Julho.

Em seu perfil no Instagram, Edson se apresenta como empresário, proprietário da Fazenda Pedra Grande, em Queimadas, e da Fazenda Angical, em Mairi, e participante do Projeto Pelo Social, para famílias em vulnerabilidade social.