É preciso cuidado com o mercado virtual

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  • Cesar Romero

Publicado em 5 de abril de 2021 às 05:00

- Atualizado há um ano

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O mercado de arte durante a pandemia está em fragilidade máxima. Artistas, galeristas, amargam a necessidade de vender, como ato de sobrevivência. Funcionam vendas e leilões virtuais, que passaram a ter crescimento em grande escala. Mas o consumidor quer ver de perto o que vai adquirir, aí complica o mercado. Mas se é virtual e se pode vender em todo planeta, vale a pena conhecer a postura ética do marchand, leiloeiro e curador do evento. 

Funciona assim, o leiloeiro coloca seu acervo de forma virtual, e os compradores disputam, o maior preço é dado como compra final. Depois o comprador deposita os numerários na conta do vendedor, leiloeiro ou empresa e ao receber os proventos, dados como certos, a obra de arte é enviada para o comprador final. Até onde se sabe, nunca houve irregularidades, se isso acorrer será o fim das casas de leilões virtuais e marchands. Não deixa de ser um risco, as fotografias são bem postas, mas o estado real das obras trazem dúvidas quanto a sua conservação. 

Existem falsificações, mas são de fácil reconhecimento, o jeito grosseiro, as pinceladas, as datações, e a técnica. Isso é o pavor das casas de leilões. Um quadro falso estraga a credibilidade que  foi conquistada. E é caso de polícia. Complicado e difícil de resolver. Grande problema. 

Embora não haja um caráter matemático para preços de obras de arte, contam alguns sinais e sintomas como: trajetória do artista, o tempo que ele trabalhou e se inseriu no mercado, produção limitada, originalidade, criadores de escolas, de grupos históricos, fortuna crítica, premiações, técnica e dimensão, artista falecido e conservação da obra. 

É muito complexo o mercado, não se podem conceber preços tão baixos para Carlos Scliar, Antonio Maia, Mario Gruber, José Maria de Souza, Píndaro Castelo Branco (foto), Anna Letycia, Maria Tomaselli e outros tantos, e preços tão altos para Adriana Varejão, Leda Catunda, Beatriz Milhares e o internacional de Demian Hirst.  

Muitos críticos europeus consideram que Hirst faz marketing do escândalo e daqui a duas décadas será mais uma figura de entretenimento. Comprado um Hirst, a quem vai se vender com lucro? O mercado de arte envolve lucro, como qualquer outra atividade especulativa. Não se concebe comprar um artista e quando se decide vende-lo, está com cotação abaixo do que se pagou. A arte é feita para dar prazer, não para criar constrangimentos. 

O mercado virtual é válido, temos centenas acontecendo no mundo, principalmente na era do coronavírus, mas todo cuidado é pouco.