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Da Redação
Publicado em 16 de janeiro de 2015 às 07:23
- Atualizado há um ano
Convido todo o Brasil -País de povo festeiro - Para agora acompanharO poeta em seu roteiro:Narrando causos diversosQue se dão sempre em janeiro.Eu sei que todos já sabemQue lá na velha BahiaDe Gregório, de Caetano,De seu Zé e de MariaO janeiro é mês sagradoPois lá não cessa a folia.Tão distinto é o baianoQue por ser tão assanhadoE também religiosoNos deixou um bom legado:Juntou em diversas festasO profano com o sagrado.Aqui eu vou defenderQue, de todos, para mim,O evento mais bonitoDo começo até o fimCertamente é a lavagem:A lavagem do Bonfim!Trazida do além-marLá por mil e setecentos A estátua do SenhorFoi usada em cumprimentoDe promessa e, assim,Se iniciou esse evento.De origem tão cristãA festa se transformou;O negro escravo daquiNo jogo também entrouE assim o candomblé À lavagem se juntou.Depois do dia de ReisNa segunda quinta-feiraO baiano veste brancoJunta samba, capoeira,Macumba e água de cheiro:Manda ver na brincadeira!Lá no alto da colina(Pra quem não gosta de andar)É de fato emocionanteVer a multidão chegarFormando um tapete brancoEm reverência a Oxalá.Mas devoto de verdadePra seguir a procissãoNão se preocupa em andarNo meio da multidãoPor longos oito quilômetros:Certamente é muito chão!Vão de tênis e bermuda(algumas ousam de saia)E o trajeto é muito simples:Vai da Conceição da Praia À Igreja do Bonfim...Quem não aguenta, desmaia!A partir desse momentoO poeta tentaráResumir neste cordelCasos que ele viu por láAtento a tudo na festaPra também participar.E pela primeira vezAcompanhou o trajetoDo começo até o fim.Virou massa de concreto – Saiu de lá satisfeitoE carregado de afeto.Já na Conceição da PraiaO famoso sincretismoMostra a força da lavagem:Depois do catolicismoVem a voz do candomblé,Hinduísmo e espiritismoAlém da LBV(Que promove a caridade)E a Igreja MessiânicaPedindo paz e irmandadeFazendo, assim, dessa festaPalco da diversidade.Acompanhando o trajetoCom atabaque, agogô,Descem os Filhos de Gandhy;Apresentam seu valorCantando hinos de paz“Ora iê-iê, atotô”...Na ala dos protestantesBenedito “de Jesus”Grita alto: “Oh, senhor!Somente tu nos conduz!Não vim aqui criticarMas só ele é quem traz luz!”.E na boca da colinaEncontro um legisladorQue faz fama na cidadeJá que também é pastor.Ele não gosta de gaysMas lá tocava tambor.O ponto alto da festaÉ certamente a lavagemNa escadaria da igrejaE, diga-se de passagem,Lá quem manda é a baianaCarregando na bagagemFlor de arruda, alfazema(Bem guardado na quartinha)Outras carregam pipocaE, em meio à ladainha,Exaltam seus protetores, Dançam sem perder a linha.Depois de lavada a igrejaTodo o povo, por direito,(Já que pagou as promessas;Na fé se deu ao respeito)Vai agora comer águaE isso ele faz bem feito!
* Elton Magalhães é mestre em Literatura, professor e poeta-cordelista