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Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2019 às 05:30
- Atualizado há 2 anos
Técnicos da Embasa vão visitar a barragem de Pituaçu, para inspecionar os equipamentos instalado no local, neste sábado (27). O objetivo é verificar se houve o acionamento indevido das sirenes do sistema de alerta. Na madrugada desta sexta-feira (26), moradores da comunidade do Bate-facho, que fica aos pés da estrutura, deixaram suas casas às pressas depois de ouvir o som que parecia ser das sirenes de emergência.>
A empresa informou que, a partir desta visita, será definido um prazo para a emissão de uma nota técnica que deve esclarecer o porquê da falha no aviso do sistema de proteção e se ela ocorrerá novamente. A Embasa disse também que, desde que foram instaladas, as sirenes foram usadas apenas em situações de teste e em níveis imperceptíveis para os moradores.>
“A Embasa está investigando as causas do suposto acionamento indevido das sirenes do sistema de alerta da barragem de Pituaçu, ocorrido na madrugada de hoje (26). Destacamos que o incidente não tem relação nenhuma com a integridade do barramento. Devido a esse incidente, os técnicos da empresa estão verificando os equipamentos e conversando com os fornecedores para identificar as causas do ocorrido”, disse, em nota. Casas ficam no caminho da água, em caso de rompimento (Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO) O sistema de monitoramento e alerta da barragem de Pituaçu está em fase de implantação desde o segundo semestre de 2018 e tem previsão de ser concluído em outubro deste ano. A medida visa proporcionar maior segurança aos moradores do Bate-Facho, cujas residências foram erguidas no sentido do fluxo da água da barragem.>
O plano de emergência, segundo a Embasa, foi apresentado aos moradores e inclui a transmissão de sinais de sirene, mensagens de voz, mensagens de texto enviadas para celulares cadastrados, sinais luminosos e evasão por rotas de fuga a serem traçadas pela Defesa Civil de Salvador (Codesal). “Os moradores do Bate-Facho, há cerca de um ano, vêm sendo orientados sobre a existência desse sistema e como ele vai funcionar”, diz a empresa.>
A Embasa planeja implementar sistemas de alerta em outras barragens no entorno das quais exista comunidade, mas não divulgou um cronograma nem os nomes das unidades. A barragem de Pituaçu tem 110 anos de existência e foi utilizada para abastecer Salvador de 1906 até 2002. Hoje, o barramento faz parte do Parque Metropolitano de Pituaçu, servindo apenas como área de lazer. Codesal orienta moradores (Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO) Correria O alarme foi falso, mas o pânico bem verdadeiro. “O povo todo saiu correndo, carregando o que podia. Muita gente só saiu com a roupa do corpo e com as crianças no colo. Idosos eram carregados nos braços. Todo mundo correu para o Extra (Paralela) pensando que ia morrer", declarou Islan Pereira dos Santos, 31, funcionário de um lava a jato na comunidade de Bate-Facho.>
Moradores da localidade, no bairro do Imbuí, foram despertados e deixaram as casas na madrugada desta sexta-feira (26) com o barulho das sirenes do sistema de segurança da barragem de Pituaçu. Só depois foram informados que não havia problema nenhum e que o alarme teria sido disparado acidentalmente. Aproximadamente 1.200 famílias vivem no entorno da represa.>
Morador da comunidade há 30 anos, o pedreiro Daniel Silva, 44, tem a casa mais perto do caminho que dá acesso a pé à barragem. “Onde estou é distante da sirene que disparou, mas fui acordado por gente batendo em minha porta, dizendo que a barragem tinha acabado de romper. Na mesma hora, peguei a minha mulher e seguimos juntos com os demais para o Extra”, relatou.>
Segundo os moradores, os primeiros sinais de que a madrugada seria atípica começou por volta das 15h desta quinta-feira (25). Quando uma das sirenes do equipamento recém instalado, que fica na via principal da localidade, teria começado a disparar. “Ia e voltava e era um barulho fraco. Quase meia hora depois parou. Quando foi 3h voltou a soar e mais forte e intermitente”, contou o ajudante de carpintaria Flávio Soares Barbosa, 25. Flávio Barbosa contou que incidente começou durante à tarde (Foto: Mauro Akin Nassor/ CORREIO) O pânico levou as pessoas a invadirem a casas de outras pessoas para retirar idosos e pessoas doentes. "Devido a aflição de uma senhora que estava sozinha em casa, a vizinha quebrou a janela e teve acesso ao imóvel para levar a velhinha para o Extra, onde tudo mundo estava reunido", contou o estudante Ezequiel dos Santos Silva, 19.>
Depois se serem informados de que foi alarme falso, muitos moradores voltaram para casa. Outros, ainda assustados, optaram por passar o restante da noite na casa de familiares. Apesar do susto, ninguém ficou ferido.>