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Hilza Cordeiro
Publicado em 11 de dezembro de 2019 às 06:48
- Atualizado há 2 anos
O Parque Social é campeão nacional. A organização criada em Salvador há seis anos levou, nesta terça-feira (10), o maior prêmio de Recursos Humanos do país, o Prêmio Nacional Oswaldo Checchia 2019, pelo seu trabalho com o Programa Comunidade Empreende (PCE). Em meio a outras iniciativas, a instituição foi congratulada na modalidade Sustentabilidade devido às boas práticas que fazem diferença dentro e fora das organizações.>
Esta já é a terceira vez consecutiva que o Parque Social recebe a condecoração da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH), mas antes o destaque tinha sido só em nível estadual. Nesta edição, chegou ao topo nacional.>
Descrito como um projeto de empreendedorismo social, o Comunidade Empreende incentiva indivíduos a criarem soluções inovadoras para problemas de suas comunidades. De acordo com a presidente de honra do Parque Social, Rosário Magalhães, esse prêmio é o reconhecimento e a consolidação de um trabalho diferenciado que a instituição tem desenvolvido.>
“Este prêmio é um estímulo para continuarmos desenvolvendo tecnologias de amplo alcance e de impacto social, sempre com o propósito de promover maior inclusão e redução das desigualdades sociais”, destacou a presidente. O programa já foi realizado no Bairro da Paz, Centro Histórico e Nordeste de Amaralina.>
Responsável por receber o prêmio, a diretora técnica da instituição, Sandra Paranhos, apontou o empreendedorismo como o foco principal das ações do Parque Social. “O empreendedorismo é um potencial que as pessoas têm e nós estamos dispostos a ajudar a desenvolver isso nelas e nas comunidades. O Parque faz as pessoas se desenvolverem enquanto sujeitos capazes de transformar”, disse.>
O Comunidade Empreende terminou no ano passado e ainda não tem previsão de quando será retomado. Enquanto isso, o Parque Social continua desenvolvendo atividades em projetos como o Empreendedor Digital, voltado para jovens, e o Líder Empreendedor Social, com um público bastante diverso, formado em sua maioria por atores sociais de bairros da cidade.>
Negócios nas redes Educador no projeto Empreendedor Digital, Elson Barbosa, ensina adolescentes sobre como desenvolver negócios e ideias a partir das redes sociais. Ele destacou o exemplo de um aluno de Cajazeiras que criou uma conta no Instagram para ajudar a mãe a vender melhor o geladinho gourmet que é fonte de renda da família. Os estudantes aprendem, ainda, a criar a marca que vai dar cara ao negócio e produzem peças gráficas para as plataformas sociais usando um software gratuito.>
“Eles abrem a visão. Se antes achavam que rede social era só para publicar coisas pessoais, da vida privada, aqui eles percebem que dá para empreender através delas e aprendem, também, a diferença de perfil pessoal e profissional”, garantiu o professor.>
Participantes de uma das turmas do projeto, um grupo de seis amigos apostou em criar a identidade e a conta de uma loja de brindes que eles querem montar, a Brindes SSA. Para isso, Jonatan Santos, 16, um dos membros, conta que tem feito análise de uma marca concorrente.>
“A gente vê o que eles estão fazendo. A gente também faz um perfil do nosso consumidor, se ele é jovem, por exemplo”, explicou o estudante que está desenvolvendo a empresa junto com os colegas Lana Barbosa, 14, Nicolle Teles, 14, Clara Cerqueira, 15, Carlos Daniel Lima, 14 e Mayumi Brotas, 15. Grupo que está idealizando loja de brindes (Foto: Betto Jr.) Até março de 2020, o Parque Social espera atender 400 adolescentes nesse curso, que tem duração de três meses. As inscrições para a próxima turma do Empreendedor Digital estão abertas até o dia 17 de dezembro através do site www.parquesocial.org.br e também presencialmente, na sede da instituição, no Parque da Cidade, no Itaigara.>
Desenvolvendo líderes Enquanto a galerinha se joga na internet, os adultos e idosos se movimentam no curso Líder Empreendedor Social, que capacita líderes de comunidades a fazerem elaboração de projetos voltados para os locais onde vivem ou atuam. Lá, eles aprendem sobre legislação, como buscar recursos e parcerias, prestação de contas e comunicação do projeto.>
“No final eles entregam um projeto com introdução, justificativa, metas, objetivos gerais e específicos, orçamento. Então, é um projeto completo para que possam fazer intervenções sociais a partir do que eles enxergam como problema social em suas comunidades”, contou a educadora Gleise Oliveira.>
Recém-formada neste curso, a estudante de serviço social, Claudete Machado, 51, desenvolveu um projeto chamado Usar e Reinventar, que leva técnicas de reciclagem para o local onde mora, o conjunto habitacional Lagoa da Paixão, em Valéria. Com o apoio dos moradores e de conhecidos da sua igreja, ela vem utilizando resíduos para produzir utensílios domésticos e brinquedos para a meninada do condomínio.>
“Antes eu só tinha a ideia. Escrevendo, eu aprendi como colocar em prática. Agora mesmo, está prevista uma ação com crianças da Fazenda Coutos para fazer brinquedos. Como é uma época de Natal, vamos ensinar eles a fazer brinquedos. A garrafa PET, ao invés de jogar no lixo comum, posso dar uma forma à ela”, revelou.>
Além de projetos como o dela, já saíram de lá projetos voltados ao combate da violência doméstica contra a mulher; à criação de creches comunitárias e à promoção da saúde relacionada à prevenção da dengue. Este curso tem vagas abertas durante todo o ano e em 2020 haverá mais duas turmas.>
A coordenadora do curso, Cléo Antelo, contou que este programa atende 80 alunos por ano, mas o efeito replicador dele impacta outras pessoas. “Cada projeto que esses 80 escrevem vai atender muitas famílias. É um projeto que tem como beneficiário final diversas comunidades de Salvador. Então, percebemos que essa semente de conhecimento que a gente planta, germina e dá frutos”, garantiu.>
CONFIRA OS VENCEDORES DO PRÊMIO ESTADUAL DA ABRH:>
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Categoria Administração Qualirede - Case "Programa Baby - Cuidando de quem Cuida">
Categoria Sustentabilidade EMBASA - Case "Jovem aprendiz - Uma abordagem Integral empresa Baiana de Águas e Saneamento S.A Grupo de Medicina Nuclear - Case "Projeto Germinando: Transformando Lixo em Empreendedorismo, Sustentabilidade, Responsabilidade Ambiental e Social" Categoria Jovem São Jogue - Case "Programa Monitoria # Smart: People Entertainment Creative Food">
Categoria Desenvolvimento Santa Casa da Bahia - Case "Circuito Play ROPs: Utilização da Metodologia Ativa no Processo da Acreditação Hospitalar" Águia Branca - Case "Pega a visão" Grupo CAM - Case "Posologia do bem viver na vida e no trabalho" Laboratório Sabin - Case "Educação Corporativa e Desenvolvimento de Carreira - Os Impactos em Desenvolvimento Pessoal e Profissional através da Universidade Corporativa" Sesi-Fieb - Cases: "Projeto Vira Vida: Transformando Histórias de Meninas e Meninos na Bahia" e "Programa Mãos Dadas pela Transformação" Pirelli - Case "Projeto Transformar" Câmara de Mediação e Arbitragem - Case "Meu Mediador com Cegos- Projeto de Capacitação de Mediadores Cegos">