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Doses custaram 600 reais por pessoa, e foram adquiridas por iniciativa própria, sem repasse ao SUS
Publicado em 24 de março de 2021 às 18:31
- Atualizado há um ano
Um grupo de políticos e empresários de Minas Gerais — e seus familiares — tomaram na terça-feira (23) a primeira das duas doses da vacina da Pfizer contra a covid-19, em Belo Horizonte. As doses custaram 600 reais por pessoa, e foram adquiridas por iniciativa própria, sem repasse ao SUS.
A informação foi divulgada pela revista Piauí. Os organizadores da vacinação privada foram os irmãos Rômulo e Robson Lessa, donos da empresa de transportes Saritur. A imunização ocorreu de forma improvisada em uma garagem da empresa, que serviu de posto de vacinação.
Ex-presidente da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e ex-senador da República, Clésio Andrade foi um dos vacinados com o imunizante da Pfizer. “Estou com 69 anos, minha vacinação [pelo SUS] seria na semana que vem, eu nem precisava, mas tomei. Fui convidado, foi gratuito para mim”, afirmou em contato à revista.
As vacinas foram compradas após a autorização do Congresso à uma lei que autoriza a compra de vacinas pela iniciativa privada, mas obriga a doação ao SUS todas as doses até que os grupos de risco – 77,2 milhões de pessoas, de acordo com o Ministério da Saúde – tenham sido plenamente imunizados em todo o país.
Ainda assim, após a vacinação de todas essas pessoas — atualmente, foram vacinadas menos de 15 milhões de pessoas dos grupos prioritários — as vacinas compradas pelo setor privado devem ser divididas meio a meio com o SUS, em operação fiscalizada pelo Ministério da Saúde.
Outro parlamentar vacinado foi o deputado estadual mineiro Alencar da Silveira (PDT). Em contato à Piauí ele negou ter sido imunizado. Ainda de acordo com a reportagem, a enfermeira que efetuou as vacinações "se atrasou" pois estava estava imunizando outro grupo na Belgo Mineira, mineradora hoje pertencente à ArcellorMittal Aços.