Empresas baianas contribuem para a recém-lançada Década da Restauração de Ecossistemas

Preservar e conservar as formas de vida do planeta já não basta: é preciso restaurá-las

Publicado em 10 de junho de 2021 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: Foto: acervo/Bracell

Quando mais de 4,7 milhões de hectares de florestas – uma área maior do que a Dinamarca – são perdidos no mundo todos os anos, segundo dados da ONU, preservar e conservar as formas de vida do planeta já não bastam: é preciso restaurá-las. Por este motivo, a Década das Nações Unidas da Restauração de Ecossistemas 2021-2030 foi instituída na primeira semana de junho.

A restauração dos ecossistemas é o processo de interromper e reverter a degradação, o que resulta em ar e água mais limpos, mitigação de condições climáticas extremas, melhor saúde humana e biodiversidade recuperada, além de uma melhor polinização de plantas. Essas práticas incluem desde o reflorestamento até a reumidificação de turfeiras, bem como a reabilitação de corais.

A degradação afeta, atualmente, o bem-estar de cerca de 3,2 bilhões de pessoas (40% da população mundial). A cada ano, o mundo perde serviços ecossistêmicos que valem mais de 10% da produção econômica global, mas é possível reverter essa tendência, pois a cada 1 dólar investido na restauração, outros 30 dólares são criados em benefícios econômicos. Os dados constam do relatório “#GeraçãoRestauração: restauração de ecossistemas para pessoas, natureza e clima”, lançado pela ONU no dia 3 deste mês.

Para marcar o Dia Mundial do Meio Ambiente, lembrado no último dia 5, a ONU promoveu na véspera um evento virtual que contou com autoridades, celebridades, profissionais de restauração, lideranças comunitárias indígenas e cientistas. Na ocasião, o Papa Francisco enviou uma mensagem ao mundo.“A atual situação ambiental nos chama a agir com urgência para nos tornarmos cada vez mais responsáveis pela criação [de Deus] e para restaurar a natureza que temos destruído e explorado por tanto tempo”_Papa FranciscoTipo de impacto Embaixadora da Boa Vontade pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) desde 2009, a modelo brasileira Gisele Bündchen também participou do evento virtual. “Todos nós vamos causar um impacto no mundo. Só temos que decidir o tipo de impacto que queremos”, observou. O secretário-geral da ONU, António Guterres, e a chanceler alemã Angela Merkel também foram atrações do encontro.“Todos nós vamos causar um impacto no mundo. Só temos que decidir o tipo de impacto que queremos”_Gisele Bündchen, modelo e ativistaDe acordo com o relatório #GeraçãoRestauração, a restauração deve envolver todas as partes interessadas, o que inclui indivíduos, empresas, associações e governos. Crucialmente, deve respeitar as necessidades e direitos dos povos indígenas e das comunidades locais, além de incorporar seus conhecimentos, experiências e capacidades para garantir que os planos de restauração sejam implementados e mantidos.

Restauração na Bahia Empresas de diversos setores com atuação na Bahia já desenvolviam projetos de restauração de ecossistemas antes mesmo de a ONU chamar a atenção para o tema. Especializada em celulose solúvel, a Bracell preserva no estado, aproximadamente, 40% do total da vegetação nativa em suas propriedades, o que representa quase 61 mil campos de futebol e 20% a mais do que a legislação exige. Estas áreas encontram-se intercaladas com os plantios de eucalipto. Livro fotográfico “Floresta sempre Viva”, lançando ontem pela Bracell Boa parte das ações de sustentabilidade da empresa integram o livro fotográfico “Floresta Sempre Viva”, lançado na quarta-feira (9). A obra traz flagrantes de animais silvestres em remanescentes de mata nativa, assim como registros da flora. O trabalho tem fotografias inéditas feitas por Gleison Rezende e Igor Macedo; Lucas Passos, ornitólogo que atua no Programa de Monitoramento da Biodiversidade para Conservação da Fauna e Flora; e pelo fotojornalista Uendel Galter. Os textos são assinados pela jornalista Scheilla Gumes.“O cuidado com o meio ambiente permeia o processo produtivo da Bracell de ponta a ponta. Nossa interação com as florestas envolve respeito, descobertas e aprendizados com seus processos de polinização, regulação do clima, estoque de CO2, manutenção do ciclo da água e muitos outros”_Guilherme Araújo, diretor-geral da Bracell BahiaMineração engajada Setor que receberá R$ 70 bilhões em investimentos até 2025, segundo dados do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), a mineração na Bahia tem se destacado por meio de programas e projetos cujo o foco é o desenvolvimento sustentável das comunidades onde atua. Em Itagibá (a cerca de 380 km de Salvador), a Atlantic Nickel já recuperou mais de 81 hectares de área verde e plantou mais de 56 mil mudas.

A empresa, que produz e exporta insumos para a fabricação de baterias de carros elétricos, dispõe de um circuito próprio de reaproveitamento que permite o retorno de 90% da água captada em cavas, pilhas, planta de beneficiamento e outras áreas, o qual possibilita a reutilização no processo produtivo. Isso faz com o que o consumo de água nova represente 10% do total, preservando a disponibilidade hídrica do Rio das Contas e do Rio do Peixe, que favorecem o abastecimento das comunidades locais.  A Atlantic Nickel já recuperou mais de 81 hectares de área verde e plantou mais de 56 mil mudas (Foto: Divulgação) “A sustentabilidade é um dos pilares do nosso trabalho na mineração, algo que está cada vez mais intrínseco ao nosso dia a dia, graças aos contínuos estudos e ao permanente desenvolvimento de novas tecnologias nesse sentido. Cientes do nosso papel na preservação do meio ambiente e no cuidado com as pessoas, seguimos construindo diariamente uma relação de confiança e de respeito com as comunidades e os territórios onde atuamos”_Paulo Misk, presidente do SindimibaCultura de sustentabilidade Instalada há 50 anos no Polo Industrial de Camaçari, a Tronox, que é pioneira na produção integral do pigmento de titânio em toda a América Latina, também tem atuação ambiental destacada. A empresa desenvolve ações com foco na chamada Economia Circular e conta com iniciativas que repensam o consumo de água e energia. Tronox: desde 2018, o MNR (Minério Não Reagido) é licenciado como subproduto para incorporação na indústria da construção civil (Foto: divulgação) Internamente, a fábrica trabalha para reduzir etapas do processo produtivo de TiO2, e aposta agora no Projeto MNR (Minério Não Reagido), que faz a incorporação de um resíduo gerado no ataque ao ácido do minério, na qual o excedente não reagido é neutralizado com cal. Desde 2018, o MNR é licenciado como subproduto para incorporação na indústria da construção civil.“Adianto que umas das metas para o futuro na nossa área é a implantação da Cultura de Sustentabilidade e, para isso, contaremos com uma construção coletiva, utilizando metodologia, projetos e ações focados em impacto social responsável e amparado pelo fundamento ESG (Environmental, Social and Governance), que avalia e propõe, entre outra coisas, mudança sobre como estamos usando a nossa energia elétrica, descartando o lixo, emitindo gás carbônico, cuidando das pessoas e das comunidades e implementando o nosso sistema de políticas e práticas empresariais”_Mário André Bernardo, gerente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente da TronoxEste é o segundo de uma série de conteúdos para as plataformas impressa e digital, entre matérias e vídeos, criada pelo Correio para falar sobre práticas sustentáveis ao longo do mês dedicado ao meio ambiente.

O Mundo Sustentável é uma realização do Correio, com o patrocínio da CF Refrigeração, Jotagê Engenharia, Unipar, Tronox, Suzano, Bracell, Sotero Ambiental, o apoio da AJL Locadora, Atlantic Nickel, Yamana Gold e SINDIMIBA e o apoio institucional da Prefeitura de Salvador. 

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