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Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2022 às 10:59
- Atualizado há 2 anos
Enfermeiros de várias cidades da Bahia se reuniram no Farol da Barra, em Salvador, na manhã desta quarta-feira (21), para cobrar o pagamento do piso salarial da categoria, que foi suspenso por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo os organizadores, participam do protesto apenas profissionais que não estão de plantão. Eles afirmam também que cumpriam a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região que determinou que o Sindicato dos Enfermeiros do Estado da Bahia (Seeb) e o Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Sindisaúde) mantivessem o trabalho regular com mínimo de 70% dos trabalhadores por plantão em caso de paralisação. Multidão saiu em caminhada do Farol da Barra até o morro do Cristo (Foto: Gil Santos/ CORREIO) O protesto foi organizado de forma nacional e manifestações estão acontecendo em outras cidades do país. A categoria pede que a decisão que suspendeu a lei que criou o piso salarial dos profissionais da enfermagem seja derrubada, e que o poder público e as empresas privadas paguem o valor aprovado pelo Congresso, em julho, e sancionado pelo Executivo, em agosto. >
O piso salarial aprovado para os enfermeiros foi de R$ 4.750. Já os técnicos em enfermagem receberiam 70% desse valor e auxiliares de enfermagem e parteiros ganhariam 50%. Os manifestantes compareceram ao protesto na Barra usando camisas pretas, em sinal de luto, e brancas, em referência a profissão. Muitos levaram cartazes, faixas, apitos e balões cobrando o cumprimento da lei. >
Por volta das 11h30, o grupo saiu em caminhada do Farol da Barra até o morro do Cristo. Durante o trajeto, eles entoaram cânticos, como "oh, a enfermagem parou" e "enfermagem na rua, STF a culpa é sua". Alguns banhistas subiram até o calçadão para registrar o protesto e manifestaram solidariedade à categoria. >
Os profissionais lembraram dos esforços durante a pandemia e pediram por reconhecimento. A diretora do Sindicato dos Servidores da Prefeitura de Salvador (Sindesp), Lília Cordeiro, afirmou que são 156 mil enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem ativos na Bahia, 55 mil atuando em Salvador, e disse que a categoria quer mais do que aplausos. >
"Toda conquista do trabalhador foi lutando e estamos aqui para seguir essa histórias. Queremos salários dignos, comida na mesa e dignidade para nossas famílias, além de reconhecimento e uma menor distancia salarial entre profissionais da saúde. A disparidade salarial é muito grande. Por que uma categoria pode receber tanto e outra tão pouco? A gente não pode aceitar isso", afirmou. >
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu, no dia 4 de setembro, a lei que criou o piso salarial da enfermagem. A categoria fez manifestações, mas apesar dos protestos registrados em todo o país, no dia 15 de setembro o STF formou maioria de votos para manter a suspensão da lei.>
A decisão vai valer até que estados, municípios, órgãos do governo federal, conselhos e entidades do setor informem o impacto financeiro para os atendimentos e riscos de demissões por conta da implementação do piso - o prazo é de 60 dias.>
Através de nota, o Hospital Português informou que se mantém solidário aos "anseios profissionais" da enfermagem, estando alinhado com a legislação vigente, "ao mesmo tempo que a instituição permanece atenta a possíveis alterações nas determinações da justiça", para assegurar o seu cumprimento.>