Ensino hibrido:  porque separar o que podemos juntar?

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  • Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2020 às 05:37

- Atualizado há um ano

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O aumento de cursos realizados a distância parecem ameaçar a presencialidade na educação. Muitas dúvidas e desinformação afligem não apenas pais e estudantes, mas professores e instituições. O desafio reside na necessidade de se escolher isto ou aquilo e de se posicionar entre o que acreditamos ser bom ou ruim. Como alternativa para minimizar o desconforto, que essas escolhas nos provocam, o Ensino Hibrido, também denominado ensino semipresencial, surgiu para despertar a possibilidade do “aqui cabe isso e aquilo”. A hibridização parece ser uma alternativa para que o ensinar e o aprender aconteçam, mitigando dificuldades e limitações apresentadas, por estudantes e professores participantes de cursos presenciais ou não presenciais. Além disso, essas práticas normalmente são mais flexíveis, podendo se adaptar com mais facilidade a eventos não previstos.

Com a Pandemia da covid-19, a necessidade de se preservar o distanciamento social fechou instituições de ensino. Assim, a presença da sala de aula no ambiente doméstico, via atividades educacionais remotas, desperta um maior interesse da sociedade, em especial das famílias, sobre essas modalidades de ensino e aprendizagem. Por outro lado, o cenário atual provoca os professores a ampliar suas práticas hibridas, mobilizando ainda mais a sua criatividade.

Há muito  tempo as aulas já não se limitam a sua duração e ao espaço físico da sala de aula. Os professores, por exemplo, já utilizam outros recursos para se comunicar com os estudantes antes ou depois de uma aula e utilizam objetos educacionais (vídeos, textos eletrônicos, áudios) como materiais complementares. Isso quer dizer que já estamos hibridizando nossas práticas, com ou sem consciência disso.  A questão é: quão hibridas são as nossas práticas?

Ao investir nas possibilidades oferecidas por essa junção, que chamo de mixagem, muitas portas nos abrirão. Dentre elas, a ampliação da interatividade, mobilização da colaboração e oferta de uma variedade de dispositivos que permitam ao aluno agir com autonomia e autoria do seu processo de aprendizagem, caminhando mais próximo dos princípios da Educação Online (EOL), a qual em breve, considerando as situações cotidianas mundiais, ouviremos falar com mais frequência.  

Agora o foco dos debates não deveria ser a modalide de ensino, mas como mediamos a aprendizagem. Sobretudo porquê, considerando que o conhecimento compartilhado pelo professor não pode ser transferido e que este chega ao estudante como informação, como podemos ajudá-los a aprender ? A forma como dizemos e como personalizamos a aprendizagem, considerando os saberes prévios, o cotidiano e estímulos que foram apresentados aos estudantes ao longo dos anos é um caminho e  a mixagem um dispositivo que nos ajudará a percorrê-lo. 

   Maria Carolina de Souza – Professora Doutora da Escola de Administração (EAUFBA) da UFBA